sexta-feira, 31 de julho de 2009

O FALACIOSO PROTESTANTISMO
Por Pedro Ravazzano
"Quanto a mim, não acreditaria no Evangelho se não me movesse a isso a autoridade da Igreja católica". Santo Agostinho
O protestantismo vive num círculo vicioso. Vejamos, se hoje os Pais da Reforma ressuscitassem milagrosamente cairiam para trás ao ver a situação das igrejas por eles criadas e, muito provavelmente, seriam chamados de idólatras e pagãos por seus irmãos e filhos. Na verdade não precisamos ir tão longe na imaginação; comparem uma igreja metodista, anglicana, calvinista, luterana dos EUA, da Europa e do Brasil! Os metodistas ingleses e americanos usam imagens – ou ao menos usá-las não é motivo de discussão -, fazem igrejas em estilos góticos, gostam de cantos sacros e apreciam a piedosa devoção. Anglicanos invocam os santos, usam turibulo, seus líderes se paramentam como os Sacerdotes e Bispos católicos, constroem igrejas extremamente belas, usam velas, incensos etc. Já a Catedral Calvinista de Genebra honra a São Pedro, era lá onde Calvino pregava, fica ao lado do Museu da Reforma, quase um Vaticano protestante. Os luteranos do hemisfério norte também seguem diversas tradições católicas que eram respeitadas até mesmo pelos reformadores, se assemelham aos anglicanos quanto a isso. Eu apenas abordei pontos externos, se fosse fazer uma análise teológica as diferenças entre as denominações seriam gritantes. Os Pais da Reforma eram homens, em sua maioria, doutos e cultos, tinham acesso a obras de grande peso na cristandade, dominavam línguas, tinham uma cultura destacada; Lutero era um teólogo com relevo no cenário alemão, Calvino tinha uma formação clássica, Wesley, que apareceu séculos mais tarde, se educou na prestigiosa Universidade de Oxford. A questão que aparece é a seguinte, se esses homens estavam errados na sua hermenêutica bíblica, na compreensão do tal cristianismo primitivo, por que raios um pastor qualquer em pleno mundo moderno se colocaria como o descobridor da verdade cristã? Qual a autoridade que ele usa? Os Pais da Reforma se diziam inspirados pelo Espírito Santo, iluminados por Deus, o mesmo Espírito Santo e o mesmo Deus que "inspira" e "ilumina" os homens que hoje fazem interpretações e chegam a conclusões diferentes das obtidas pelos Luteros e Calvinos da vida - conclusões essas que na época da reforma já não eram nada parecidas! E, muito provavelmente, esses mesmos pastores serão refutados no futuro por outros irmãos seus que enxergaram diferentes verdades na Sagrada Escritura. O mais irônico de tudo isso é que uma das bases fundamentais usadas por eles para endossar essas novas compreensões a respeito do cristianismo e da Bíblia são conhecimentos científicos, ou seja, um respaldo extra-bíblico que influencia no estudo e na hermenêutica dos textos da Sagrada Escritura. Onde foi parar a Sola Scriptura?
Os protestantes consideram a Bíblia auto-sustentável, ou seja, a chave da correta hermenêutica se encontra na própria Escritura. Pois bem, isso deveria confirmar que a hermenêutica bíblica, seja lá de qual tempo, é contínua e inerrante, já que interpreta um Livro eterno e também inerrante, mas não é isso que enxergamos dentro do protestantismo. Existe uma diversidade de análises, uma grande confusão na exegese, na forma de compreender a formação do texto, uma miscelânea de doutrinas oriundas de interpretações bem distintas. Se a Bíblia é auto-sustentável as descobertas históricas e arqueológicas, usadas pelos protestantes atuais como base para um novo olhar – como a defesa do tal cristianismo primitivo -, não se mantém, afinal a ortodoxa hermenêutica independe de fatores externos, se encontra na própria Escritura (Sola Scriptura). Com isso pouco importa se os Pais da Reforma viviam no séc. XVI e hoje vivemos no séc. XXI. Se a Bíblia é de inspiração divina, um Livro Sobrenatural, sua mensagem é para sempre, sua correta interpretação é a mesma ao longo dos séculos, afinal o que muda não é eterno, e o que não é eterno não é divino. Ou seja, um livro escrito por Deus só pode ser compreendido com a assistência de Deus, a ciência humana não seria capaz de entender a riqueza contida nas suas linhas. Ora, sem essa inspiração interpretar a Bíblia é quase como um jogo de sorte. Aí entra um ponto crucial; como conciliar, dentro do protestantismo, diversas interpretações de um único texto? Se a Escritura é divina ela não erra nem se contradiz – ou se descansa no sábado ou no domingo, ou se batiza crianças ou não, ou se usa imagens ou as considera idolatria, ou acredita nos santos ou acha que são deuses pagãos etc etc etc. Não pode haver uma diversidade hermenêutica para uma mesma frase contida no texto bíblico!
Percebam que no protestantismo não há uma continuidade na vivência da mensagem cristã interpretada pelos seus pastores, bispos, reverendos, missionários, apostólos e "bispas", a todo o momento há ruptura e o surgimento de novas óticas, óticas essas que, como já foi dito, lançam mão de conteúdos extra-bíblicos, colocando de lado um dos pontos essenciais da Reforma Protestante; Somente a Escritura.
Talvez a saída mais natural do protestantismo tenha sido o desenvolvimento de doutrinas liberais, que depois deram origem ao modernismo. Considerar a Escritura um livro Sobrenatural pede, da mesma forma, uma interpretação sobrenatural, ou seja, uma interpretação inspirada. Como haver inspiração quando pululam o número de hermenêuticas tão diferentes e contraditórias? Esse foi o motivo que ajudou, entre alguns outros, na consolidação da corrente liberal dentro do pensamento reformado; se baseiam num arcabouço histórico, arqueológico, literário e filológico para compreender o texto bíblico, execrando tudo que seja contrário ao entendimento da razão humana. De uma maneira ou de outra esse método cria uma hermenêutica mais homogênea, já que acaba com a argumentação de inspiração divina; a medida é a ciência, se passou dela não serve. Entretanto dois problemas surgem; a destruição da origem Divina do texto – ele fica preso aos conhecimentos humanos – e a oposição a Sola Scriptura – na verdade não é lá da preocupação desses protestantes a fidelidade a nada. Ademais, a ciência nessa caso ocupa o espaço que todas as igrejas de origem apostólica dão ao que se chama Tradição, de origem divina e em plena sintonia com a Revelação contida na Escritura.
Um dos fundamentos básicos, quiçá o maior, que distancia o protestantismo da verdadeira religião é a não-aceitação da Sagrada Tradição. Os "reformados" acreditam que a Sagrada Escritura é a única regra da fé, não sendo necessária nenhum outra para viver de forma plena os ensinamentos cristãos, conhecer todo o legado deixado por Nosso Senhor Jesus Cristo. Antes de algum Evangelista pensar em escrever, sob a inspiração do Espírito Santo, os Apóstolos já pregavam e difundiam a Boa Nova. Foram necessárias décadas, depois do Pentecostes, para se iniciar a redação dos livros do Novo Testamento! Como havia comunidades cristãs num período onde não havia a Bíblia? Simples, por meio da pregação oral que trazia consigo a Tradição cristã. Como disse David Goldstein, judeu convertido ao catolicismo "S. Pedro converteu 3000 judeus; o Concílio de Jerusalém foi reunido e a lei judaica foi ab-rogada, antes que uma única linha do Novo Testamento fosse escrita. Antes que S. João escrevesse seu Evangelho, a Igreja católica celebrou seu jubileu de ouro; e S. Paulo poderia dizer que a fé de Cristo tinha sido proclamada por toda parte no mundo"
A primeira referência ao cânon bíblico, como o temos hoje, foi em 367 d.C, numa epístola de Santo Atanásio de Alexandria; santo que escreveu o credo que leva seu nome - credo atanasiano - reconhecido até mesmo por Lutero como grande autoridade doutrinal e incluído pela Igreja Anglicana no 'Livro de Oração Comum'. Até o séc. IV não havia a mínima concordância de quais seriam os Livros inspirados. Os verdadeiros Evangelhos dividiam espaço com textos gnósticos e heréticos. Além disso raras eram as comunidades que tinham acesso a esses documentos. Todos se confirmavam na fé por meio da adesão oral, conheciam a doutrina cristã através dos ensinamentos proferidos pelos Apóstolos e seus sucessores. Quais os livros eram legitimamente cristãos? Dependiam de onde estivessem. As localidades divergiam na definição das escrituras, algumas acreditavam em livros que depois foram vistos como apócrifos, outras sequer tinham textos dos livros hoje considerados canônicos. Quem duvidaria da apostolicidade e inspiração divina do Pastor de Hermas, Epístola de Barnabé e da Didaché? A leitura desses livros, e de vários outros não-canônicos, era muito comum nas assembléias e nas pregações.
Ora, como então se definiu, se atestou, quais livros eram, de fato, inspirados? Foi uma autoridade externa e extra-bíblica. A lista definitiva dos livros canônicos apareceu no Concílio de Roma (382) e, posteriormente, confirmada nos Concílios de Hipona (393) e Cartago (397). A Sagrada Escritura não veio com um índice, nem o surgimento do seu cânon foi um ato de milagre divino. Os Padres conciliares apenas lançaram mão da Tradição apostólica, aquela que já confirmava os cristãos na fé, a usando como a medida para que assim pudessem endossar a inspiração dos escritos, ao mesmo tempo em que rechaçavam aqueles livros que contradiziam os ensinamentos orais. O próprio Lutero confirmou: "Somos obrigados a reconhecer muitas coisas aos católicos - (como por exemplo), que eles possuem a Palavra de Deus, que nós recebemos deles; de outro modo, não saberíamos nada sobre ela." [1] Nosso Senhor nos ensinou "Ide, e pregai o Evangelho a toda criatura" (cf. Mt 28,19-20) e não "Ide e difundi as Escrituras".
Prof. Alessandro Lima, no seu livro Cânon Bíblico, falou que a "atribuição de autoridade divina a um livro, isto é, a definição de sua canonicidade sempre dependeu da autoridade de algo que é exterior ao livro: a Tradição que lhe deu origem (e que portanto lhe é anterior) e o Magistério legitimamente estabelecido por Deus, reconhecido como seu legítimo guardião e difusor." [2] De fato, o que os protestantes esquecem é que a Sagrada Escritura não fez o cristianismo, foi a Igreja, inspirada pelo Espírito Santo, que criou a Sagrada Escritura. Assim como os israelitas escreviam os textos sagrados quando já viviam a fé monoteísta, os cristãos escreveram os Evangelhos quando já eram crentes. Corinto e Tessalônica já eram cristãs quando São Paulo escreveu suas cartas, Teófilo já professava a fé em Nosso Senhor quando São Lucas o endereçou o Evangelho. A equação feita pelos protestantes é contrária; não foi a Bíblia que criou o cristianismo – afinal quando ainda não havia Escritura já havia fé cristã – mas foi o cristianismo, iluminado com as bençãos do Senhor, que escreveu a Bíblia. A Bíblia não caiu do céu; os livros do Novo Testamento foram escolhidos num Concílio da Igreja Católica, poder magisterial, composto por Padres que acreditavam na Tradição. Os protestantes aceitam esse cânon do Novo Testamento e seguem o cânon do Antigo Testamento definido por um sínodo de fariseus depois da morte de Cristo.
Existem dois grandes intervalos nos primórdios do cristianismo que devem ser levados em conta:
1 – Da ascensão de Cristo aos Céus até o fim da redação da Escritura
2 – Do fim da redação da Escritura até a estruturação do cânon bíblico
No primeiro momento transcorreram 65 anos para que o último livro da Bíblia fosse acabado em meados do ano 100 d.C. Cristo morreu e ressuscitou por volta do ano 30, já os livros do Novo Testamento foram escritos bem depois; o Evangelho de São Marcos no ano 64; o Evangelho de São Lucas e de São Mateus entre os anos 65 e 80; as cartas de São Paulo entre os anos 51 e 67; o Apocalipse entre os anos 70 e 95. Como os cristãos teriam se mantido até lá? Ademais, mesmo que houvesse Evangelho seria humanante impossível, dentro da realidade tecnológica da época, fazer com que todas as comunidades cristãs – que já existiam mesmo sem Bíblia – tivessem acesso aos textos. O que manteve a fé desse povo senão a Tradição oral?
A outra lacuna ainda é maior. Se trata de uma período de séculos onde textos inspirados dividiam espaço com outros que eram produtos da gnose e da heresia. Até mesmo pensadores do quilate de Santo Atanásio (297-373), São Jerônimo (342-420) e Santo Agostinho (354-430) se fiavam em listas de canonicidade que partiam das crenças especificas de suas localidades – claro que até a definição magisterial. Ou seja, houve uma confusão instaurada na Igreja primordial a respeito da inspiração dos textos. Se a Sagrada Escritura se mantém por si mesma por que a disputa, por que a definição do cânon não ocorreu logo no início, desde que o último texto inspirado foi escrito? Simples, a Sagrada Escritura não era auto-autenticável! Não havia nada nela que sancionasse quais os livros que eram inspirados ou não. Nem mesmo havia assinatura nos Evangelhos. Por exemplo, como saber que foi São Mateus quem escreveu o seu Evangelho? Para nós católicos a Tradição sempre nos informou dessa verdade, por isso sempre acreditamos. Protestantes não só rejeitam a Tradição como acreditam na Sola Scriptura. Ora, apenas a Tradição ou o estudo bíblico-histórico poderiam afirmar que Mateus foi o redator do Evangelho que leva seu nome. As duas formas tratam de conclusões extra-bíblicas e, logicamente, se opõe a doutrina da Sola Scriptura.
O fato é que, na ausência da Tradição e do Magistério, simplesmente não há limites para a imaginação no que concerne à interpretação da Bíblia. Se não existe nenhuma autoridade, para além do indivíduo, que estabeleça qual o verdadeiro sentido e qual a verdadeira interpretação da Escritura Sagrada, então é instaurado o "vale tudo". Em outras palavras, a teologia liberal (da qual o maior expoente foi o alemão Rudolf Bultmann) é uma conseqüência natural do Sola Scriptura. A pessoa, diante do texto bíblico, na prática se sente à vontade para seguir a interpretação que mais lhe aprouver. E quando perguntamos, por exemplo, a um calvinista "por que é assim e não assado, como ensinam os luteranos?", ficamos sem resposta... Mas nós podemos dizer, como S. Agostinho diria: "É assim porque a Igreja Católica, com a autoridade que recebeu de Seu Fundador, Nosso Senhor Jesus Cristo, nos ensina que é assim!". Não é a minha interpretação, nem a de fulano, nem a de beltrano que importa. É a interpretação da Igreja!
Como foi dito no começo do texto, a Sola Scriptura descamba para a teologia liberal, afinal a diversidade de interpretações e compreensões do texto bíblico é incompatível com o caráter inerrante e eterno da própria Escritura. Ora, o relevo que hoje os protestantes dão a ciência é o resultado da incapacidade de estipular uma hermenêutica comum. E por que? Simplesmente a Sagrada Escritura não se sustenta sozinha, a Tradição é essencial para o conhecimento pleno da revelação cristã e para a compreensão dos verdadeiros e perenes ensinos contidos no texto sagrado. O Magistério, por sua vez, tem a incumbência de, sustentado na Sagrada Escritura e na Sagrada Tradição, indicar a única e infalível interpretação da Bíblia. Sem a Tradição a Escritura fica confusa e sem o Magistério seu entendimento é impossível. O protestantismo acreditou na Sola Scriptura como forma de renegar a Tradição, colocaram no lugar desses valiosos e preciosos ensinamentos de Cristo o entendimento humano, com isso carrega em seu âmago um princípio genuinamente subjetivo e individual, desde já fadado ao erro e a confusão. A teologia liberal, se sustentando na ciência e renegando a sobrenaturalidade da Bíblia, apenas surge por ser fruto da Sola Scriptura! Com isso concluímos que o protestantismo, desde as suas origens, fincou as bases do relativismo hermenêutico, relativismo esse que é incompatível com um Livro de caráter Divino e, conseqüentemente, eterno e imutável; o triunfo da interpretação individual, no pensamento reformado, se opõe drasticamente a perenidade da mensagem cristã. O que cremos hoje é o que foi crido ontem e é o que será crido amanhã! No protestantismo o que é crido hoje é diferente do que foi crido ontem e é diferente do que será crido amanhã – além, é claro, das diversas formas de se entender o que crê e no que se crê.
[1] 21. Commentary on John, cap. 16, como citado em Paul Stenhouse, Catholic Ansewrs to "Bible" Christians (Kensington: Chevalier Press, 1993), p. 31.
[2] LIMA, Alessandro. O Cânon Bíblico - A Origem da Lista dos Livros Sagrados. São José dos Campos-SP: Editora COMDEUS, 2007, p. 17
Catedral Anglicana de Cristo e de Santa Maria, em Liverpool, Reino
Visão externa

Nave


Altar-mor, com muitas imagens e santos

Detalhe do altar-mor, em destaque a imagem de Cristo na Última Ceia
Catedral Calvinista de São Pedro, Genebra, Suíça


Visão

Nave

Catedral de Santo Egídio Igreja Mãe do Presbiterianismo, Edimburgo, Reino Unido


Visão externa

Vitral com imagens de santos


Vitral com imagens de santos


Imagens no pórtico de entrada; santos, heróis e reformadores

Imagem de John Knox

Imagem de um anjo segurando água benta


Catedral Luterana de São Nicolau, Helsinque, Finlândia

Visão externa -Detalhe das imagens dos Apostólos

Imagem de Lutero




Qual é o verdadeiro protestantismo vindo da verdadeira hermenêutica bíblica? O protestantismo que usa imagens ou o que as considera idolatria? O protestantismo que venera os santos ou o que acha que são deuses pagãos? O protestantismo que celebra a Ceia - mesmo que simbólica - ou o que acredita que não passa de invenção romana? O protestantismo que valoriza algumas tradições ou aquele que diz vivenciar o tal cristianismo primitivo? São muitos protestantismos originados de um mesmo Livro, um Livro eterno e inerrante que não pode ser interpretado, em hipótese alguma, de diversas maneiras। A Verdade é única, se é contraditória não é Verdade, e se não é Verdade não é Deus!

quinta-feira, 30 de julho de 2009



É fácil indignar-se e atacar o bispo e os médicos. Cada um tem a sua consciência e cada qual vê a vida e a morte dos outros como acha que deve. Algum juiz entendeu que no caso de estupro pode-se matar os dois fetos indesejados. Autorizou o aborto para salvar uma infeliz menina de 9 anos estuprada pelo padrasto bestializado. Por 6 a 5 os juízes do Supremo Tribunal determinaram que se pode matar um embrião para fins maiores. O presidente da república, Lula Inácio da Silva, que se proclama católico, achou certo distribuir camisinhas na avenida do sambódromo e classificou de menos atualizado o bispo que condenou os católicos que mataram. Abortar é matar! Que não digam que não sentimos nada pela menina torturada pelo padrasto tarado. O perdoador Jesus, mais do que excomungar, até manda jogar ao mar quem faz isso ( Mt 18,6). Simbolismo ou não, estupro é questão de vida e morte. Mas a questão vai mais longe. Houve dois fetos mortos nessa história. Se não podemos viver sem o sentimento e sem a compaixão, não podemos também viver sem a razão. Teologia Moral não é Teologia Pragmática. Não é porque nosso sentimento nos diz que é preciso salvar a infeliz menina torturada por um tarado que, por conseguinte, é correto extrair os dois indesejados fetos. Quem faz isso, na verdade o faz por acreditar que é certo salvar a mãe-menina de um fardo cruel e que também é certo eliminar intencionalmente do ventre e do futuro duas vidas que ainda não vemos, ainda não amamos e que talvez não se desenvolvam. Não é decisão moral: é pragmática. É o certo pelo incerto e não o correto. Correto é não eliminar um nascituro, ainda que isso traga sofrimentos terríveis pra a mãe. Incapaz de entender e decidir, decidiram para ela. Infelizmente é o que pensam muitos católicos e muitas outras igrejas. Outras haverá que aceitam o aborto porque pregam teologia pragmática, não dogmática nem moral. Cedem ao clamor do sentimento popular. Acontece que o sentimento popular, ainda que da maioria, nem sempre é correto. Linchamento ou pena de morte aos quinze anos pode ser clamor geral, mas não é correto. Não é porque a maioria quis Perón ou Fidel, ou quer Chaves que tudo o que eles fizeram passou a ser correto. A maioria pode até ter o poder constitucional de decidir determinada matéria, mas não tem o poder de decidir se algo é certo ou errado. Nem por decreto de 6 bilhões de humanos 2+20 resultará em 30. A verdade se oporá aos eleitores. A Igreja não é nem nunca será amada por sua defesa incondicional da vida a partir do primeiro instante da concepção. No papel é bonito e até romântico, mas virá o dia em que alguém talvez precise escolher entre matar um ou dois para que um terceiro sobreviva. Naquele dia se verá se ele é católico ou não. Ou aceitará ou declarará guerra à sua igreja que, até então, resolvia seus problemas. Entre o que ele não vê e o que ele vê, provavelmente matará o que não vê. Dirá que um feto ainda não nasceu, por isso pode morrer. A mãe dele já nasceu e por isso precisa ser salva, porque entre a vítima-mãe e a vítima feto, salve-se a mãe. É aí que muitos casais começam a brigar com a Igreja. Os fetos tornam-se Ijucá-Pirama: devem morrer. A entrevista do presidente da republica foi clara. Foi pragmático. Ele acha que os médicos fizeram certo e o bispo errou. No julgamento dele era certo tirar a vida dos dois fetos e salvar a da menina. Como nós votamos nele para presidente e não para juiz podemos e devemos discordar da sua sentença. É popular, mas admite a morte de dois seres humanos em gestação. Então como fica? Nós, católicos que achamos que não se pode matar dois fetos, mesmo que sua mãe menina tenha sido estuprada, somos todos trogloditas e sem alma e vamos contra lei de Deus? Quem extrai os fetos acerta e faz o que Deus quer? E Deus? Onde entra ele nesta tristíssima história? Vai punir ou não vai? Porque não agiu antes? A briga com a igreja vira briga com o Deus que ela anuncia. Mas as perguntas prosseguem, polêmicas de lá e de cá. Extrair um feto é ou não é matar? E Deus deixa? No Brasil povoado de igrejas e templos, às vezes dez na mesma rua, segundo opinião dos juízes, do atual presidente e de alguns médicos pode-se matar duas vidas de alguns meses para se salvar uma outra de nove anos. Foi o que aconteceu. Compaixão para com a infeliz menina e nenhuma compaixão para os fetos sem rosto. Não parecendo criança, perante a lei não é criança?Moro num pais onde é permitido negar vida para um humano que ainda não nasceu, mas que já existe, e extraí-lo em função de um ser humano que já nasceu e por isso tem mais direitos. Feto só passa a ter direitos de criança quando solta o primeiro vagido. Dentro da mãe ele ainda não tem direito à vida. Assim funciona a lei pró-aborto em muitos países. Luta-se por isto aqui também. A essa atitude chamam de progresso. E quem acha que não se pode abortar um feto é visto como ultrapassado. Esparta e Atenas, Roma e Gengis Khan faziam isso! Então não é assim tão moderno. Por mais grave que seja o motivo, extrair dois fetos é matá-los. Entre a vida e o futuro da mãe-vítima e a vida dos filhos ainda fetos as autoridades permitiram a morte dos fetos. Não tinham culpa, mas eram indesejáveis. O bispo excomungou quem fez o aborto. Criticam o modo como o fez. Mas a mídia só deu alguns detalhes. Não sabemos as instâncias que elo percorreu até tomar a decisão que tomou. A sociedade absolveu quem extraiu os fetos e excomungou o bispo que os defendeu. O governo e boa parte do povo fizeram uma escolha. Milhões de católicos fizeram outra. É mais um episódio da guerra dos embriões. Matar um feto não é mais pecado. Não o é para grande parte da mídia, da opinião publicas e de algumas igrejas. No Brasil suga-se para fora do ventre e da vida mais de 1 milhão de fetos por ano. No mundo, mais de 50 milhões. Para muitos, nada disso é visto como pecado. Não consideram o feto como um ser humano. Voltamos a ser uma civilização de morte que mata para resolver problemas pessoais ou populacionais. E nós católicos somos tachados de insensíveis, dogmáticos, não pragmáticos e ditatoriais porque não olhamos o lado da vítima. E vem a segunda acusação da mídia: o bispo nem sequer excomungou o estuprador... Aí, um outro X da questão. A Bíblia deixa claro o quanto Jesus abominava pecados como este. (Mt 18,6) Jesus que veio para que todos tenham vida! (Jo 10,10) Nós achamos que eles tinham consciência errônea. Eles acham que os errados somos nós. Deus sabe quem matou e quem tentou salvar!
Maria é a mulher do Gênesis ao Apocalipse!
"Uma Mulher revestida de sol, a lua debaixo dos seus pés e na cabeça uma coroa de doze estrelas. Ela deu à luz um Filho, um menino, aquele que deve reger todas as nações pagãs com cetro de ferro (Ap 12, 1). Quem usa coroa, senão uma rainha? Maria é Rainha do Céu e da Terra!Satanás tem ódio de Maria, de sua obediência, de sua humildade! E o dragão irou-se contra a mulher, e foi fazer guerra contra os seus descendentes, os que guardam os mandamentos de Deus, e mantêm o testemunho de Jesus (Ap 12,17). Ele sabe que não tem forças contra Deus ou Maria, por isso nos ataca, nós, os descendentes dEla, que seguimos os mandamentos de Deus. Maria passa à nossa frente, nos defendendo, pois Vosso adversário, o Diabo, anda em derredor, rugindo como leão, e procurando a quem possa devorar (I Pe 5,8). Somos vencedores com Maria pela Ressurreição de Jesus, pois somos a Igreja de Cristo e as portas do inferno não prevalecerão contra ela (Mt 16,18). Levemos Maria para casa, pois o Leão tem medo de Maria! Maria é guerreira! Na Guerra espiritual o inimigo sabe que Maria é vitoriosa com Jesus.Defendamos nossa Mãe. Quem ao ouvir falar de sua mãe não a defende? Defendemos Maria de duas maneiras: com uma arma muito forte, a oração do Rosário; e fazendo que mais filhos tornem-se devotos de Nossa Senhora. Rezemos mais o terço e consagremos nossas vidas a Nossa Senhora!
JESUS DESRESPEITOU A MARIA?

Por Emerson de Oliveira
Não mostrava Jesus desrespeito para com sua mãe, quando disse: "Que tenho eu que ver contigo, mulher? Minha hora não chegou ainda"?
Jesus disse isso numa festa de casamento em Caná, no início do seu ministério. A narrativa reza: "Quando o vinho estava escasseando, a mãe de Jesus disse-lhe: ‘Eles não têm vinho.’ Mas Jesus disse-lhe: ‘Que tenho eu que ver contigo, mulher? Minha hora não chegou ainda.’ Sua mãe disse aos que ministravam: ‘O que ele vos disser, fazei."’ — João 2,3-5.
Em primeiro lugar, consideremos o uso do termo "mulher" por Jesus. Na linguagem moderna, dirigir-se alguém à mãe chamando-a de "mulher" talvez parecesse desrespeitoso. Mas, conforme observa o tradutor E. J. Goodspeed, a palavra grega usada em João 2,4 "não é nem tão distante como [a moderna palavra mulher], nem tão afetuosa como" mãe. Sua força de expressão tem um alcance amplo, e, conforme é usada neste caso, dá a entender certo grau de respeito e afeto. — Greek-English Lexicon, de Liddell e Scott.
Tanto os anjos como o Jesus ressuscitado usaram esta palavra para se dirigir a Maria Madalena, quando ela chorava de tristeza junto ao túmulo de Cristo; eles certamente não teriam sido ríspidos ou desrespeitosos. (João 20,13,15) Na cruz, Cristo usou a mesma maneira de se dirigir à sua mãe ao mostrar preocupação com ela, encomendando-a aos cuidados de seu amado apóstolo João. (João 19,26; veja também João 4,21; Mateus 15,28.) Por conseguinte, Jesus não era desrespeitoso quando usou esta palavra em Caná. Antes, podemos ter a certeza de que, ao falar, ele se dava conta de sua obrigação bíblica de honrá-la, assim como mais tarde salientou aos escribas e fariseus. — Mat. 15,4.
A expressão: "O que tenho eu que ver contigo", é uma antiga forma de pergunta encontrada muitas vezes na Bíblia. (2Sam. 16,10; 1Reis 17,18; 2Reis 3,13; Mar. 1,24; 5,7) Pode ser traduzida literalmente: "O que temos nós [ou eu] e tu em comum?" e é uma forma de rejeição. A severidade dela dependeria, naturalmente, do tom do orador. Indica objeção à coisa sugerida. — Compare isso com Esdras 4,3 e Mateus 27,19.
Quando Jesus usou esta expressão, ele já era o Cristo e Rei designado de Deus. Não era filho jovem que vivesse na casa de sua mãe e sob a supervisão direta dela. Aceitava então a sua orientação de Deus, quem o enviara. (1Cor. 11,3) Portanto, quando a mãe dele, pela sua declaração, de fato lhe dizia o que devia fazer, Jesus resistiu ou objetou. No que se referia ao seu ministério e seus milagres, não se deixaria orientar pelos amigos ou pela família. (João 11,6-16) A resposta de Jesus mostra que, quando chegasse o tempo para ele agir em certa situação, ele o faria. Sabia quando era o tempo de ação nesta questão e não precisava ser incitado.
Maria, evidentemente, não tomou as palavras de Jesus como séria repreensão, mas compreendia o tom dele. Deixou o assunto sabiamente entregue às mãos de seu filho. Pode-se acrescentar que, "no grego, qualquer brusquidão na pergunta era abrandada, não aumentada, pelo uso da palavra [mulher] junto com ela, como termo de afeto ou respeito". — Problems of New Testament Translation, p.?100.
Todos os artigos disponíveis neste sítio são de livre cópia e difusão deste que sempre sejam citados a fonte e o(s) autor(es).
Para citar este artigo:
OLIVEIRA, Emerson de. Apostolado Veritatis Splendor: JESUS DESRESPEITOU A MARIA?. Disponível em http://www.veritatis.com.br/article/5771. Desde 22/07/2009.
Mariologia, o estudo da devoção a Nossa Senhora

Como o nome sugere, Mariologia, significa o estudo da Devoção a Nossa Senhora, essa parte do site é especialmente dedicada àquela que esmagou toda a heresia com um simples "sim". A presente seção objetiva expor a devoção a Nossa Senhora, o Santo Terço, Ladainhas, Novenas, e as referências a Nossa Senhora como Nossa Senhora de Fátima, Nossa Senhor de Aparecida, etc...
Seu ventre é o verdadeiro Santo dos Santos do Templo de Jerusalém, pois, durante nove meses, desenvolvia-se o Menino-Deus, o verbo encarnado.
Mas, pode-se perguntar porque, Deus quis exaltar tanto Nossa Senhora? Pois, se a Santa Igreja Católica Apostólica Romana, corpo místico de Jesus Cristo, seu fundador e sua cabeça, incentiva a sua devoção, obviamente ela o faz movida pelo Espírito da Verdade que Cristo, Nosso Senhor prometeu aos apóstolos e que o mundo não pode receber (Jo 14, 16-17).
Para responder a essa e outras questões, leia a os textos que se seguem.
Que Nossa Senhora, Co-redentora e sede de todas as graças de Nosso Senhor Jesus Cristo, rogai por nós!
São Luís Maria Grignion de Montfort, rogai por nós!
"Inimicitias ponam inter te et mulierem, et semen tuun et semen illius; ipsa conteret caput tuun et tu insidiaberis calcaneo eius" (Gn 3,15 - Transcrito do Tratado da Verdadeira Devoção a Santíssima Virgem)
DEFESA BÍBLICA A MARIA

Por Antoine Valentin
Tradução: Jaime Francisco de Moura
Há uma palavra no aramaico, "Gebirah" que quer dizer "Rainha Mãe". Próximo ao trono do Rei estava um segundo trono. Muitos assumiriam que o segundo trono pertenceu à esposa do Rei. O Gebirah era uma posição oficial, que todo o mundo ( Jesus e os discípulos incluíram) era completamente familiar. O papel dela era como defensora das pessoas; qualquer um que teve uma petição ou buscou uma audiência com o Rei fez assim por ela. Ela era uma intercessora, que apresentava os desejos e preocupações das pessoas ao Rei. Isto não insinua que o Rei era inabordável, ou que as pessoas tinham medo ou eram incapaz de falar com ele. significa que o Rei honrou sua mãe e levou os pedidos dela em consideração. As pessoas, sentiam-se próximos, como se fossem seus filhos.
Este papel é mencionado em: (2 Reis 10,13) " Nós somos irmãos de Ocosias, responderam eles. Descemos para fazer uma visita aos filhos do rei e aos filhos da rainha."
O lugar específico dela de honra e intercessão, é ilustrado dramaticamente na passagem seguinte de (1 Reis 2, 13-21)
?Adonias, filho de Hagit, foi ter com Betsabé, mãe de Salomão. Ela disse-lhe: vens como amigo? Sim disse ele, preciso falar-te ?fala? ele continuou! ?Sabes que o reino era meu, e que todo o Israel me considerava como o seu futuro Rei. Mas o trono foi transferido a outro,passando para meu irmão, porque o Senhor lho deu. Tenho a esse respeito um pedido a fazer-te; não mo recuses ? ?Fala? ?Pede ao Rei Salomão, que nada te recusa, que me dê Abisag, a sunanita, por mulher? ?Está bem, respondeu Betsabé, falarei por ti ao Rei?. Betsabé foi, pois, ter com o Rei para falar-lhe em favor de Adonias. O Rei levantou-se para ir-lhe ao encontro, fez-lhe uma profunda reverência e sentou-se no trono. Mandou colocar um trono para sua mãe, e ela sentou-se à sua direita: ?Tenho um pequeno pedido a fazer-te, disse ela; não mo recuses? ? ?Pede, minha mãe, respondeu o Rei, porque nada te recusarei?. Disse Betsabé: ?Peço-te que Abisag, a sunanita, seja dada por mulher ao teu irmão Adonias.?
São de grande importância, as observações seguintes:
1. Adonias assumiu que a mãe rainha chegaria ao Rei ao lado dele; Adonias confiou nela.
2. A reação do Rei é notável: ele se levanta e faz uma profunda homenagem a ela.
3. Um trono foi provido para ela, e ela sentou a seu lado.
4. É dada ênfase como intercessora, e pela repetição da idéia que o rei não a recusará.
Nós fazemos o mesmo com Maria. Nós assumimos que ela chegará ao Rei em nosso favor. Muitos protestantes dizem que "Nós não precisamos passar por qualquer um; nós podemos falar diretamente" com Deus. Bem, claro que nós podemos. Mas eu duvido que a mesma pessoa nunca pediu para um amigo que fizesse uma oração para uma pessoa, ou que nós pedimos para nossos amigos que rezem por nós. Não porque sentimos que não podemos chegar diretamente a Deus, mas porque nós somos uma família em Cristo. Nós nos preocupamos um com o outro. São Paulo nos conta que somos rodeados por uma nuvem de testemunhas, fala que as orações dos santos sobem como incenso a Deus. O que você supõe que eles estão pedindo? Em Tobias nós lemos: ?Quando tu oravas com lágrimas e enterrava os mortos, quando deixavas a tua refeição e ias ocultar os mortos em tua casa durante o dia, para sepultá-los quando viesse a noite, eu apresentava as tuas orações ao Senhor? (Tobias 12,12)
Se nós perguntamos a esses que sabemos que rezam para nós, como nós deveríamos nos abster de perguntar a esses que estão na presença de Deus? E se nós perguntamos a esses que estão na presença de Deus para rezar para nós, como nós deveríamos nos abster de perguntar para a mesma mãe do Rei?
Quando Jesus estava morrendo na Cruz, suas palavras são direcionadas ao discípulo amado e a cada um de nós, e essas palavras são: "Veja sua mãe."
Maria como Arca da Nova Aliança
A Arca da Antiga Aliança era o lugar de propriedade para os Dez Mandamentos que eram a palavra de Deus. Na Bíblia, São João chama Jesus como a palavra de Deus, e Maria o levando no útero, se tornou a Arca da Nova Aliança. A Arca da Aliança é santa e pura, e se Maria tivesse pecado original, ela não teria sido pura, e então não poderia ter sido a Arca da Nova Aliança. Esta idéia é apresentada na Bíblia quando nós compararmos o Velho Testamento e o Novo Testamento. Note estas semelhanças:
Antigo Testamento: Quando a arca da Aliança foi trazida ao Rei Davi.

"Davi temeu o Senhor que disse, como entrará a arca do Senhor em minha casa?." (2 Samuel 6,9)
Novo Testamento: Quando Maria foi visitar Isabel que estava grávida de João Batista.
"Donde me vem essa honra de vir a mim a mãe de meu Senhor?" (Lucas 1,43)
Antigo Testamento: Quando Davi dançou de alegria porque ele estava na presença da arca que segurava a palavra de Deus. Micol filha de Saul "olhando pela janela, viu o rei Davi, saltando e dançando diante do Senhor? (2 Samuel 6,16).
Novo Testamento: Quando o profeta João Batista saltou de alegria enquanto estava no útero de sua mãe. Ele fez isto quando ouviu a voz de Maria que estava grávida de Jesus que também é chamado a Palavra de Deus.
Antigo Testamento: Os Israelitas estavam cheios de grande alegria porque eles estavam perto da arca que segurava a palavra de Deus.
"Como ele e todos os Israelitas estavam expondo a arca do Senhor com gritos de alegrias."
Novo Testamento: Isto mostra a alegria de Isabel e João Batista por estar na presença de Maria que segurava a Palavra de Deus.
"Isabel clamou em alta voz e disse, Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre." (Lucas 1,42)
Se é verdade que Maria é a Arca da Nova Aliança, então ela deveria ter sido pura, e não pôde ter nenhum pecado original. O fato que Maria nasceu sem pecado original foi um ensino claro não só da Igreja católica, mas dos fundadores do Protestantismo. Então, como algumas denominações protestantes tem ido tão longe deste ensino Cristão tradicional?
É uma doce e piedosa convicção que foi efetuada a infusão da alma de Maria sem pecado original; de forma que na mesma infusão da alma, ela foi purificada também do pecado original e adornado com os presentes de Deus, recebendo uma pura alma infundida por Deus; assim do primeiro momento ela começou a viver livre de todo o pecado. [Martinho Lutero; "Sermão No Dia da Concepção da Mãe de Deus", 1527]
Aqui fica uma outra resposta! "Se Deus fez Eva sem o pecado original, por que então o mesmo Deus não poderia fazer o mesmo com Maria?"
Quando Jesus fez a entrada triunfal em Jerusalém, ele montou em um burro que não tinha sido montado por ninguém (Marcos 11,2-10). Ele também foi enterrado em uma sepultura que não tinha sido usada por ninguém (João 19,41) Estas coisas não eram necessárias, mas só estava mostrando que o burro e a sepultura usados por Cristo, tinha que ser algo de especial.
No Antigo Testamento, há passagens que prefiguram as pessoas ou eventos, no Novo Testamento. Adão é um tipo de Cristo. (Romanos 5,14).
Em Ezequiel há uma referência a um portão que é um tipo de Maria.
(Ezequiel 44,1-2) "Ele reconduziu-me ao pórtico exterior do santuário, que fica fronteiro ao oriente, o qual se achava fechado. O Senhor disse-me: ?Esse pórtico ficará fechado. Ninguém o abrirá, ninguém aí passará, porque o Senhor, Deus de Israel, aí passou; ele permanecerá fechado?.
(Ezequiel 46,8-12) "Logo que chegar, o príncipe passará pelo vestíbulo do pórtico e, ao sair, tomará idêntico caminho. Quando o povo vier apresentar-se diante do Senhor, por ocasião das solenidades, aquele que tiver entrado pela porta norte, para se prostenar, sairá pela porta sul; o que vier pela porta sul sairá pela porta norte; não voltará pela porta que tiver tomado à entrada, mas sairá pela porta que tiver diante de si. O príncipe ficará no meio deles, entrando e saindo como eles. Por ocasião das festas e solenidades, a oferenda será de um efá por touro e por cordeiro; para as ovelhas, será deixada à sua escolha; no que toca ao óleo, oferecerá um hin por efá. Quando o príncipe quiser oferecer ao Senhor um holocausto voluntário ou um sacrifício pacífico, abrir-se-lhe-á a porta que olha para o oriente, e ele oferecerá seu holocausto e seu sacrifício pacífico como faz no dia do sábado. Quando sair, fechar-se-á a porta imediatamente após ele?
O príncipe é um tipo de Cristo, e o portão prefigura Maria, desde que era pelo seu útero que Jesus entrou no mundo. Assim como o portão estava reservado só para o príncipe, também o útero de Maria foi reservado só para Jesus. Como no caso do burro (Marcos 11,2-10), e a tumba nova (João 19,41), Deus destina a graça da qual moveu Maria para aceitar uma vida de virgindade consagrada, como sua Virgindade Perpétua é o sinal que aponta algo de especial de Jesus Cristo.
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Para citar este artigo:
VALENTIN, Antoine. Apostolado Veritatis Splendor: UMA DEFESA BÍBLICA DE MARIA. Disponível em http://www.veritatis.com.br/article/2982. Desde 30/08/2004.
MARIA NA REFORMA PROTESTANTE

Por Jaime Francisco de Moura
Fonte: Escola Matter Eclessiae
No século XVI surge a Reforma Protestante. Os Reformadores conservaram muitos pontos da tradição Mariana; pontos que as gerações seguintes foram pondo de lado.
Lutero, por exemplo, não negou a virgindade perpétua de Maria, mas julgava que ninguém está obrigado a aceitá-la como artigo de fé. Não hesitava em dizer que a expressão ?irmãos de Jesus? deve ser entendida no sentido semita; este atribuía a irmãos o significado de ?parente, familiar?; para o confirmar, Lutero apelava para a significação ampla da palavra grega adelphoi na tradução dos LXX.
Lutero também admitia a imaculada conceição de Maria, devida à prévia aplicação dos méritos de Cristo. Quanto a Assunção corporal, o reformador não ousava professá-la explicitamente, mas não excluía que o corpo de Maria tenha sido levado pelos anjos dos céus. No calendário Luterano ficaram três festas Marianas, que têm base no Novo Testamento e estão muito ligadas a Cristo: a Anunciação ou festa da Encarnação, a Visitação de Maria a Isabel ou festa da vinda de Cristo, e a Purificação de Maria aos quarenta dias após o parto, também tida como festa da Apresentação de Jesus no Templo.
Calvino, em alguns aspectos, foi mais radical. Suprimiu as festas Marianas, aceita o título ?Mãe de Deus? definido pelo Concílio de Éfeso em 431 mas prefere a expressão ?Mãe de Cristo?. Sustenta a perpétua virgindade de Maria, afirmando que ?os irmãos de Jesus? citados em (Mateus 13,55) não são filhos de Maria, e sim parentes. Professar o contrário, segundo Calvino, significa ?ignorância?, louca sutileza e ?abuso da Sagrada Escritura?.
Zuínglio, o reformador em Zurich, conservou três festas Marianas e a recitação da Ave Maria durante o culto sagrado.
É interessante notar que Lutero, Calvino e Zuínglio, autores da Reforma protestante no século XVI, deixaram belas expressões de estima e louvor a Maria Santíssima.
Martinho Lutero em seu comentário sobre o Magnificat (Lucas 1,46-55) escreve: ?Ó bem-aventurada Mãe, Virgem digníssima, recorda-te de nós e obtém que também em nós o Senhor faça essas grandes coisas?.
Ao referir-se a (Mateus 1,25) observa: ?Destas palavras não se pode concluir que, após o parto, Maria tenha tido consórcio conjugal. Não se deve crer nem dizer isto? (Obras de Lutero, edição Weimar, tomo 11 pg 323).
Disse ainda: ?Os irmãos de Jesus, mencionados no Evangelho, são parentes do Senhor? (Edição Weimar, tomo 46 pg 723, Tischreden 5, nº 5839). O Reformador prometia cem moedas de ouro a quem lhe provasse que a palavra almah em (Isaías 7,14) não significa virgem (Edição Weimar, tomo 53, pg 640)
No fim de sua vida, aos 17/01/1546, Lutero exclamou num sermão muito agitado: ?Não se deve adorar somente a Cristo? Mas não se deve honrar também a Santa Mãe de Deus? Esta é a mulher que esmagou a cabeça da serpente. Ouve-nos, pois o Filho te honra; Ele nada te nega?. Vê-se que até os últimos dias Lutero guardou devoção à Maria.
No tocante às imagens, Lutero não as proibia; afirmava que as proibições feitas no Antigo Testamento não afetavam os Cristãos ( Edição Weimar, tomo 7 pg 440-445). Considerava as imagens como a Bíblia dos pobres e iletrados.
Sobre a virgindade de Maria

Os Artigos da ?doutrina Cristã? elaborados por Lutero em 1537 professam:
?O Filho de Deus faz-se homem, de modo a ser concebido do Espírito Santo sem o concurso de varão e a nascer de Maria pura, Santa e sempre virgem?.
Calvino publicou em 1542 o ?Catecismo da Igreja de Genebra?, onde se lê:
?O Filho de Deus foi formado no seio da Virgem Maria...Isto aconteceu por ação milagrosa do Espírito Santo sem consórcio de varão?.
Zwingli por sua vez, escreveu:?Firmemente creio, segundo as palavras do Evangelho, que Maria, como virgem pura, nos gerou o Filho de Deus e que no parto e após o parto permaneceu para sempre virgem pura e íntegra? (Corpus Reformatorum: Zwingli Opera 1 424).
Declarou ainda: ?Estimo grandemente a Mãe de Deus, a virgem Maria perpetuamente casta e imaculada? (ZO 2,189).
Os ?irmãos do Senhor? eram, para Zwínglio, ?os amigos do Senhor? (ZO 1,401).
Podemos observar que até mesmo o Corão de Maomé, que reproduz certas proposições do Cristianismo, professa a virgindade de Maria (cf. Sura 19).
Outras palavras dos Reformadores

Amman, discípulo e contemporâneo de Zwínglio, declarou: ?Maria foi preservada de toda mancha e culpa do pecado original, do pecado mortal e do pecado atual?.
Heinrich Bullinger, sucessor de Zwínglio, testemunhou: ?Cremos que o corpo puríssimo da Virgem Maria, Mãe de Deus e templo do Espírito Santo...foi levado pelos anjos ao céu?.
Lutero escreveu: ?Não há honra, nem beatitude, que sequer se aproxime por sua elevação da incomparável prerrogativa superior a todas as outras, de ser a única pessoa humana que teve um filho em comum com o Pai Celeste?. (Deustsche Schriften, 14,250).
Calvino escreveu: ?Não podemos reconhecer as bençãos que nos trouxe Jesus, sem reconhecer ao mesmo tempo quão imensamente Deus honrou e enriqueceu Maria, ao escolhê-la para ser mãe de Deus".(Comm.Sur I`harm.Evang.20)
Zwínglio: ?Quanto mais crescem a honra e o amor de Cristo entre os homens, tanto mais crescem também a estima e a honra de Maria, que gerou para nós um tão grande e propício Senhor e Redentor? (ZO 1,427s).
Conclusão
Como se vê, os mestres da Reforma foram muito mais fiéis a Maria do que seus discípulos. Estes testemunhos, aos quais outros se poderiam acrescentar, dão suficientemente a ver como a crença em Maria ocupa lugar eminente no conjunto das verdades que a fé cristã sempre professou.
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Para citar este artigo:
MOURA, Jaime Francisco de. Apostolado Veritatis Splendor: MARIA NA REFORMA PROTESTANTE . Disponível em http://www.veritatis.com.br/article/3027. Desde 04/10/2004.

terça-feira, 28 de julho de 2009




Maturidade na oração
Quem somos nós para achar que a nossa oração vai ser uma coisa fácil?

Como deve ser a nossa oração? Vamos examinar a nossa forma de orar para que a nossa oração seja eficaz e para que o poder de Deus se manifeste em nossas vidas. Orar com poder não quer dizer que eu seja poderoso, orar com poder é rezar de uma forma tal que deixemos de atrapalhar Deus em fazer a Sua vontade em nossas vidas. Os discípulos de Jesus se aproximam do Senhor da mesma forma que nos aproximamos d'Ele hoje: “Senhor, ensina-nos a orar” (Lucas 11, 1). Esse pedido nasceu da admiração deles ao verem o Mestre orando.
Jesus se fez homem para nos ensinar o que é ser humano. Não sabemos ser gente, ser humanos. Quando olhamos para o ser humano vemos uma tarefa, uma missão: realizar os sonhos de Deus em nossas vidas. É importante nos darmos conta de que fomos escolhidos por Deus, de que não viemos a este mundo por acaso e agora temos que dar conta da vida. Existe um sonho de Pai, um projeto de Deus para você. A nossa primeira atitude deve ser a de nos esforçarmos para nos adequar a esse projeto do Senhor.
Deus nos criou com uma missão, um projeto, e se fez homem para mostrar o que é ser homem, mas o projeto do Altíssimo em nós está deturpado por causa do pecado original.
Jesus vem se mostrar como ser humano completo. Como ser humano completo, pessoa divina, Ele reza. Só o Evangelho de Lucas nos mostra nove momentos nos quais Cristo estava orando. Sua oração devia ser fascinante, os discípulos se deram conta de que não sabiam como fazer e pediram a Ele que os ensinasse a orar.
Jesus ensina o Pai-Nosso, em duas passagens, mas em Lucas 11, 2, a oração está em uma forma mais abreviada: “Quando orardes dizei: Pai, santificado seja o vosso nome; venha o vosso Reino”. Aqui já acontece uma revolução, algo extraordinário: o Senhor nos ensina a orar ao Pai para realizarmos o Seu Reino, o reinado de Deus em nossa vida.
No início é um esforço humano, mas Deus nos visita e nos concede o dom, a graça de orar. Não somos nós, mas é Cristo que ora em nós pelo Seu Espírito. Para que isso aconteça é preciso a pregação a respeito do "kerigma", o primeiro anúncio do amor de Deus, da necessidade de renunciar ao pecado e buscar a conversão.
No Evangelho de Marcos, no Horto das Oliveiras, o Mestre também ora. “Não Seja feita a minha, mas a Tua vontade”. Essa é a característica da oração cristã: pedir que seja feita a vontade do Senhor. A oração pagã é diferente, as pessoas perguntam qual é a vontade delas e não a vontade de Deus Pai. Deus é o oleiro, que modela o barro, temos que parar de nos comportar como se fôssemos criadores. Jesus veio ao mundo para nos ensinar a fazer a vontade de Deus.
Um exemplo de oração pagã moderna é a oração baseada na lei da atração. Se desejamos as coisas boas elas acontecem, mas se desejamos coisas ruins, elas também acontecem. Isso é materialismo e paganismo disfarçados, são enganosos tais preceitos. Tantas pessoas morrendo de fome na África, será que essas pessoas não desejam comida?
Está faltando maturidade para compreender o que é a vida humana. Não podemos ser infantis e achar que a nossa vontade é o melhor para nós. Enquanto os pagãos são como os profetas de baal, que clamam por aquilo que desejam; o cristão expressa o desejo de fazer a vontade de Deus. Muitas vezes fazer a vontade de Deus é um verdadeiro parto, mas é a melhor coisa para nós. Se Jesus, nosso Mestre e Senhor, suou Sangue no Horto das Oliveiras, quem somos nós para achar que a nossa oração vai ser uma coisa fácil! Mesmo que a vontade do Altíssimo nos assuste, mesmo que vejamos uma cruz, sabemos que por trás dela, Deus tem uma ressureição para nós. Nós estamos prontos para fazer a vontade do Senhor. Não se trata de fazer a nossa vontade, mas de colocar nosso coração em sintonia com a vontade de Deus.
Por que existe tanto desamor no mundo?

Deus nos pôs neste mundo para amar. Ele nos colocou aqui para implantar nesta terra a civilização do amor. Por todos os lados, vemos as marcas de um cruel desamor, que nos escandaliza, por isso pensamos: “Afinal de contas, Deus não é amor? Então, por que a humanidade está nesta terrível situação de desamor?”A grande resposta é esta: Jesus já fez Sua parte. Antes de voltar ao Pai, Ele nos deu uma missão muito concreta: “Toda a autoridade me foi dada no céu e sobre a terra. Ide, pois; de todas as nações fazei discípulos, batizando-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-as a guardar tudo o que vos ordenei. Quanto a mim, eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos tempos” (Mateus 28,18-20).Em outras palavras, Cristo passou o bastão para nós. Agora é nossa vez de ir e fazer discípulos em toda a parte “ensinando-os a guardar tudo o que vos [Jesus] ordenei”.O que é que Jesus ordenou? "Um mandamento novo eu vos dou: amai-vos uns aos outros. Como eu vos amei, vós também amai-vos uns aos outros. Nisto todos reconhecerão que sois meus discípulos: no amor que tiverdes uns para com os outros" (João 13,34-35). O Senhor vivera com eles durante todo aquele tempo, treinando-os no “amai-vos uns aos outros”. Jesus os amou primeiro e os foi formando para se amarem uns aos outros com todas as diferenças e com todas as durezas que havia entre eles: “Como eu vos amei, vós também, amai-vos uns aos outros”.Conosco agora é a mesma coisa. Jesus precisa nos treinar no amor efetivo uns para com os outros, para irmos e formamos discípulos, ensinando-os, com nossa vida, a amar como Jesus nos amou.A partir disso, você vê que o mundo está como está, porque nós não amamos, assim como não assumimos o bastão que Jesus pôs em nossas mãos; porque não formamos discípulos. A civilização do amor acontecerá somente quando pusermos o amor em prática em nossas vidas.Em outras palavras: O mundo novo depende de nós, se amamos ou não amamos; se formamos discípulos ou continuamos “na nossa”.Diante de todo o desamor do mundo, amar será nosso bom combate. O Senhor não desiste: Ele, que formou Seus apóstolos (e não foi fácil), quer formar-nos combatentes no amor.

►MARIA, A MULHER DO GÊNESIS AO APOCALIPSE◄

Por Mônica Luzia Alves
Fonte: Comunidade de Emaús - Brasília
Maria é alvo freqüente de ataques por nossos irmãos separados. Muitos, até, com ódio de nossa Mãe. Que filho suporta ouvir absurdos de sua mãe? Jesus é filho de Maria. Como fica seu coração com tais atitudes?
A exegese atribui a MULHER do Gênesis também a Maria: ?Porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua descendência e a dela; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar? (Gn 3,15). Maria é a mulher que pisa na cabeça da serpente. Pela desobediência, Eva nos trouxe a morte, mas Maria, com sua obediência, nos trouxe a Salvação: Jesus.
Maria, com seu SIM e humildade, ESMAGA a cabeça da serpente, derrota Satanás. ?Maria tornou-se a nova Eva, Mãe dos viventes? (CIC 511). Maria foi concebida sem pecado. Seu corpo não poderia ser manchado com o pecado original, pois iria receber o Salvador, o Verbo que se fez Carne em seu ventre! Seu corpo foi templo do Filho de Deus, Sacrário vivo.
Maria foi escolhida por Deus desde a eternidade! Quem somos nós para menosprezar esta escolha? Desde o Antigo Testamento Maria é anunciada! ?Eis que uma virgem conceberá, e dará à luz um filho, e será o seu nome Emanuel? (Isaías 7, 14).
Maria é Mãe de Deus, pois Jesus é Verdadeiro Homem e Verdadeiro Deus! (CIC 484-507). Maria teve em seu ventre O Homem e Deus! Como separar o corpo do espírito? Maria não deu à luz um monte de ossos, mas um corpo com carne e espírito! Deu à Luz o Filho de Deus: Jesus.
O anjo Gabriel a chama Bem Aventurada, cheia de Graça, diz que Deus está com ela! Deus falou assim a algum profeta ou iluminado? Maria sempre humilde, obediente, modelo de fé. Entregou-se à vontade de Deus! "Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra" (Lc 1, 28). O Espírito de Deus estava com ela. O anjo disse a Maria que Isabel estava no 6º mês de gravidez e Maria viajou cerca de 120 km para servi-la. Maria foi serva: serva de Deus, de Isabel, de Jesus, dos discípulos de Jesus. Lembrem-se, Isabel não sabia que Maria estava grávida. Ninguém sabia, nem José! Quando Maria a saúda, Isabel grita: "Donde me vem esta honra de vir a mim a mãe do meu Senhor?" (Lc 1, 43-44). Maria, cheia do Espírito Santo, saúda-a e Isabel fica cheia do Espírito Santo. Maria foi canal da Graça e Espírito de Deus! Maria repleta do Espírito Santo, diz: ?desde agora, me proclamarão bem-aventurada todas as gerações, porque realizou em mim maravilhas?(Lc 1, 46-56). Como desprezar estas palavras? Hoje muitos as esqueceram!
Muitos esquecem que ela carregou e adorou Deus em seu ventre. Qual é a mãe que desde o Ventre não cuida de seu filho? Quando bebê, Maria fez Jesus dormir, esperou que Ele dormisse e, nesta espera, adorava Deus ao lado de sua cama. Maria foi a maior adoradora de Jesus que existiu! Ela O adorou no ventre, na infância, adolescência, quando adulto, no calvário, e quando ressuscitado!
Maria conviveu com Jesus por 33 anos. Os apóstolos e seus discípulos só estiveram com Ele por cerca de três anos! Como ignorar estes 33 anos? Tudo que Jesus sentiu Maria sentiu! Qual a mãe que não sente as dores e as alegrias do filho? "E uma espada transpassará a tua alma" (Lc 2, 35). Alguém pode imaginar a dor de Maria ao ver seu Filho inocente e justo sendo chicoteado, maltratado, morto na cruz? Doeu, mas ela não murmurou, apenas confiou na vontade do Pai, entregando seu sofrimento a Ele.
Em Caná, comovida com a situação dos noivos, intercedeu por eles. Jesus disse que sua hora ainda não chegara, mas Maria vê a necessidade, e diz aos serviçais: ?Fazei tudo o que ele vos disser" (Jo 2, 3?5). Jesus atende o pedido de sua Mãe e antecipa Sua hora. Inaugura-se a intercessão de Nossa Senhora, da Mulher, da cheia de Graça diante de Deus.
Maria é exemplo de silêncio e humildade para todos nós. Ela ?Guardava e meditava tudo em seu coração? (Lc 2, 51). Ela, sempre com Jesus, acompanhou tudo de perto, em silêncio. Quando Jesus a vê aos pés da cruz, Ele doa sua mãe à humanidade, entrega Maria como Mãe dos viventes. "Mulher, eis aí teu filho. Filho: ?Eis aí tua mãe?. ?E desta hora em diante o discípulo a levou para a sua casa? (Jo 19, 26-27). Devemos, como João, levar Maria para casa, para cuidar de nós e levar-nos em direção ao Seu Filho.
Maria é a mulher do Gênesis ao Apocalipse! "Uma Mulher revestida de sol, a lua debaixo dos seus pés e na cabeça uma coroa de doze estrelas. Ela deu à luz um Filho, um menino, aquele que deve reger todas as nações pagãs com cetro de ferro? (Ap 12, 1). Quem usa coroa, senão uma rainha? Maria é Rainha do Céu e da Terra!
Satanás tem ódio de Maria, de sua obediência, de sua humildade! ?E o dragão irou-se contra a mulher, e foi fazer guerra contra os seus descendentes, os que guardam os mandamentos de Deus, e mantêm o testemunho de Jesus? (Ap 12,17). Ele sabe que não tem forças contra Deus ou Maria, por isso nos ataca, nós, os descendentes d?Ela, que seguimos os mandamentos de Deus. Maria passa à nossa frente, nos defendendo, pois ?Vosso adversário, o Diabo, anda em derredor, rugindo como leão, e procurando a quem possa devorar? (I Pe 5,8). Somos vencedores com Maria pela Ressurreição de Jesus, pois somos a Igreja de Cristo e ?as portas do inferno não prevalecerão contra ela? (Mt 16,18).
Levemos Maria para casa, pois o Leão tem medo de Maria! Maria é guerreira! Na Guerra espiritual o inimigo sabe que Maria é vitoriosa com Jesus.
Defendamos nossa Mãe. Quem ao ouvir falar de sua mãe não a defende? Defendemos Maria de duas maneiras: com uma arma muito forte, a oração do Rosário; e fazendo que mais filhos tornem-se devotos de Nossa Senhora. Rezemos mais o terço e consagremos nossas vidas a Nossa Senhora!
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Para citar este artigo:
ALVES, Mônica Luzia. Apostolado Veritatis Splendor: ?MARIA, A MULHER DO GÊNESIS AO APOCALIPSE?. Disponível em http://www.veritatis.com.br/article/2884. Desde 19/07/2004.
Virgindade? Para quê?
Espere a pessoa especial que o Senhor tem para você
Virgem é aquilo que não foi violado ou que mantém sua característica original.
Comercialmente falando, lembramo-nos, dentre outros, dos equipamentos de informática, como CD's e DVD's, e do óleo de azeite de primeira prensagem, isto é, sem a mistura com outro produto já refinado. Mas quanto ao ser humano, virgindade diz respeito a quem ainda não teve relação sexual.
Infelizmente, algumas pessoas formam uma imagem pejorativa ao associarem a condição de pureza de homens e mulheres na sua sexualidade.
A sexualidade do ser humano faz parte de suas instâncias mais profundas e está interligada a todas as dimensões: na física: o prazer carnal; no psíquico: bem-estar ou tensões durante e posteriores ao ato; e no espiritual: sentido de união e complemento com a outra pessoa.
Em nossos dias há uma mentalidade (impulsionada pela mídia, pelos sistemas de saúde e governos) que divulga pensamentos errôneos sobre a sexualidade, não levando em conta o humano no seu todo. Incentiva-se, principalmente os jovens, à perda da virgindade e ao conhecimento do corpo pautado somente nas sensações prazerosas proporcionadas pelo ato sexual, sem considerar o que existe além do físico. Para isso estampam virgindade e castidade como algo retrógrado, insuportável e impossível de ser vivenciado. Levam a maioria a questionar e a ridicularizar quem se declara ainda preservado na sua intimidade e desviam a atenção dos benefícios contidos em se guardar até um compromisso definitivo.
Perder a virgindade, motivado puramente pela busca de sensações carnais, pode acarretar consequências negativas no campo psicológico, gerando pressões, culpas e medos, sentimentos que a pessoa pode não estar pronta para administrar. E no espiritual, une fisicamente quem ainda não se identificou na alma como continuidade do outro, ou seja, o casal ainda não se assumiu nas qualidade e defeitos de ambos. Ainda que homens e mulheres estejam sujeitos, em todas as suas dimensões, às consequências da iniciação sexual, no caso da mulher, o rompimento do hímen causa uma marca física, tornando a primeira relação muito mais impactante em seu emocional do que para o homem. E, além disso, ela coloca sua intimidade física à disposição de um parceiro que, posteriormente, pode não mais querer compartilhar de sua vida, desvalorizando a entrega que ela lhe fez.
Somente dentro do matrimônio, gestado num namoro que trouxe a confiança na cumplicidade da pessoa ao lado, a vida sexual traz plenos benefícios para as três dimensões do ser. O amor e a amizade, impressos na alma durante a etapa de conhecimento, fornece aos afetos a segurança necessária para posteriormente haver a doação física. É a preparação do espírito, da mente e do físico. Por meio dessa entrega, homem e mulher não estão privados do que é bom e prazeroso, somente que aprendem a respeitar o tempo e o propósito de tudo o que foi criado por Deus, enquanto aguardam estar prontos.
O Senhor está em tudo que é bom no ser humano! Como vimos, optar pela virgindade até o matrimônio é compensador, pois assim, vivencia-se o sentido corporal da pureza, é prova de amor a Deus e a quem mostrou-se ser fidedigno de dividir o dom da sexualidade.
“Não lanceis aos cães as coisas santas, não atireis aos porcos as vossas pérolas” (Mateus 7,6).
E para aqueles que outrora, enganados pelos incentivos mundanos, romperam com esse santo ideal, a proposta da castidade faz com que voltem a participar de todos os méritos da pureza.
O Todo-poderoso acolhe e nunca condena ninguém; e mesmo que tenhamos vivido no erro, Ele vem a nós trazendo Sua Graça. Basta querermos participar do Seu Amor.
Espere a pessoa especial que o Senhor tem para você e viva, na época certa, toda a bênção no corpo, nos sentimentos e na alma.
Que Deus o abençoe!
Os santos intercedem mesmo por nós?
A Igreja não teme invocar os santos e suas preces!
Algumas pessoas perguntam se a intercessão dos santos é uma realidade.
A Igreja sempre acreditou que as pessoas, que morreram perfeitamente santas, imediatamente vão para o céu; isto é, para a comunhão com Deus. Nos primórdios do Cristianismo, os cristãos já celebravam Santas Missas sobre túmulos de mártires, suplicando-lhes a intercessão.
Mesmo no Antigo Testamento, já encontramos uma base bíblica com referência à intercessão dos que já estão na glória de Deus. Isso está no segundo livro de Macabeus. O povo judeu estava em guerra contra os gentios na época em que era liderado por Judas Macabeus. Para levantar o ânimo dos guerreiros, Judas contou-lhes a visão que teve, na qual Onias, sacerdote já falecido e Jeremias, intercediam por eles:
"Narrou-lhes ainda uma visão digna de fé uma espécie de visão que os cumulou de alegria. Eis o que vira: Onias, que foi sumo sacerdote, homem nobre e bom, modesto em seu aspecto, de caráter ameno, distinto em sua linguagem e exercitado desde menino na prática de todas as virtudes, com as mãos levantadas, orava por todo o povo judeu.
Em seguida havia aparecido do mesmo modo um homem com os cabelos todos brancos, de aparência muito venerável, e nimbado por uma admirável e magnífica majestade. Então, tomando a palavra, disse-lhe Onias: Eis o amigo de seus irmãos, aquele que reza muito pelo povo e pela cidade santa, Jeremias, o profeta de Deus. E Jeremias, estendendo a mão, entregou a Judas uma espada de ouro, e, ao dar-lhe, disse: Toma esta santa espada que Deus te concede e com a qual esmagarás os inimigos." (2Mac 15, 11-15)
O Catecismo da Igreja Católica nos ensina no §956:
"Pelo fato de os habitantes do Céu estarem unidos mais intimamente com Cristo, consolidam com mais firmeza na santidade toda a Igreja. Eles não deixam de interceder por nós junto ao Pai, apresentando os méritos que alcançaram na terra pelo único mediador de Deus e dos homens, Cristo Jesus. Por seguinte, pela fraterna solicitude deles, a nossa fraqueza recebe o mais valioso auxílio" (LG 49).
São Domingos de Gusmão, moribundo, afirma a seus irmãos:
"Não choreis! Ser-vos-ei mais útil após a minha morte e ajudar-vos-ei mais eficazmente do que durante a minha vida".
E Santa Teresinha do Menino Jesus também confirma isso antes de morrer, dizendo: "Passarei meu céu fazendo bem na terra".
A Tradição da Igreja está repleta de confirmações sobre a intercessão dos santos. Vejamos o que afirmam outros importantes santos.
São Jerônimo (340-420), doutor da Igreja, declara:
"Se os Apóstolos e mártires, enquanto estavam em sua carne mortal, e ainda necessitados de cuidar de si, ainda podiam orar pelos outros, muito mais agora que já receberam a coroa de suas vitórias e triunfos. Moisés, um só homem, alcançou de Deus o perdão para 600 mil homens armados; e Estevão, para seus perseguidores. Serão menos poderosos agora que reinam com Cristo? São Paulo diz que com suas orações salvara a vida de 276 homens, que seguiam com ele no navio [naufrágio na ilha de Malta]. E depois de sua morte, cessará sua boca e não pronunciará uma só palavra em favor daqueles que no mundo, por seu intermédio, creram no Evangelho?" (Adv. Vigil. 6)
Santo Hilário de Poitiers (310-367), bispo e doutor da Igreja, garantia que:
"Aos que fizeram tudo o que tiveram ao seu alcance para permanecer fiéis, não lhes faltará, nem a guarda dos anjos nem a proteção dos santos".
São Cirilo de Jerusalém (315-386), bispo de Jerusalém e doutor da Igreja, também afirmava que:
"Comemoramos os que adormeceram no Senhor antes de nós: Patriarcas, profetas, Apóstolos e mártires; para que Deus, por sua intercessão e orações, se digne receber as nossas".
O Concílio de Trento (1545-1563) em sua 25ª Sessão, confirmou que:
"Os santos que reinam agora com Cristo, oram a Deus pelos homens. É bom e proveitoso invocá-los suplicantemente e recorrer às suas orações e intercessões, para que vos obtenham benefícios de Deus, por NSJC, único Redentor e Salvador nosso. São ímpios os que negam que se devam invocar os santos que já gozam da eterna felicidade no céu. Os que afirmam que eles não oram pelos homens, os que declaram que lhes pedir por cada um de nós em particular é idolatria, repugna à palavra de Deus e se opõe à honra de Jesus Cristo, único Mediador entre Deus e os homens (1 Tm 2,5)".
Por tudo isso é que a Igreja ensina que devemos suplicar a intervenção dos santos. Essa, e especialmente a de Nossa Senhora, que é a mais poderosa de todas as intercessoras, não substitui a mediação única de Cristo; ao contrário, a reforça. Pois, sem a mediação única e indispensável de Cristo nenhuma outra intercessão teria valor, já que todas são feitas através de Jesus Cristo. Por isso, a Igreja não teme invocar os santos e suas preces por nós diante de Deus.
É por isso também que a Igreja recomenda que os pais coloquem nomes de santos em seus filhos, a fim de que tenham desde pequenos um patrono no céu.






domingo, 26 de julho de 2009




"Estava próxima a festa da Páscoa” (v. 4). “Uma grande multidão seguia Jesus por causa dos milagres que realizava” (v. 2). Levantando os olhos e vendo a grande multidão que a ele acorria, Jesus disse a Filipe: “Onde compraremos pão para alimentá-los?” Respondeu-lhe Filipe: “Duzentos denários de pão não seriam suficientes para saciá-los”. André intervém: “Há aqui um menino, que tem cinco pães e dois peixinhos; mas que é isto para tanta gente?” Jesus disse: “Fazei que o povo se acomode pelo chão”. Havia muita relva naquele lugar. Assentaram-se. Eram cerca de cinco mil homens (v. 5-10).“Tomou Jesus os pães e, depois de dar graças, os distribuiu aos que estavam assentados. Quando todos ficaram saciados, disse a seus discípulos: “Recolhei as sobras, para que nada se perca” (v. 12).Eles recolheram e encheram doze cestos com os pedaços que sobraram dos cinco pães de cevada, depois de todos terem comido (v. 13).Vendo o milagre que Jesus fizera, o povo exclamou: “Este é, verdadeiramente, o profeta que deve vir ao mundo!” Jesus, porém, sabendo que viriam buscá-lo para fazê-lo rei, retirou-se, de novo, sozinho, para o monte (v. 14-15).A multiplicação dos pães, realizada por Jesus, leva-nos a refletir sobre o grande problema de hoje e de todos os tempos: a fome a as suas consequências. O pão é símbolo de todo alimento humano, seja na abundância ou na ausência. A luta pelo pão de cada dia pode unir ou desunir os homens. Cristo dá o pão material e ele próprio se faz pão na Eucaristia. Ele é o Pão do Céu, que é o amor transformador, presente no mundo, para levar os homens a viverem a fraternidade universal, fundamental para o bom uso do pão material e espiritual.Jesus, após alimentar o povo espiritualmente pela Palavra (Mc 6,34), preocupa-se em saciá-lo materialmente, mostrando que as duas necessidades são básicas para o homem. Radicalizar uma das duas seria uma distorsão da mensagem evangélica do Reino de Deus. A harmonia na realização das duas necessidades, pão material e pão eucarístico, concretiza o Plano de Deus para o mundo: é sinal da presença de Deus, “para que todos sejam um” (Jo 17,11), unidos numa mesma esperança: no sustento do corpo e da alma.A multiplicação dos pães é sinal da presença de Deus em todo esforço do homem para a multiplicação do pão material e espiritual.* Jesus, através da Eucaristia e do pão de cada dia, sacia a nossa fome de infinito e de fraternidade, para que todos sejamos um. AMÉM. ASSIM SEJA.Vamos Refletir:- Que relação vejo entre pão material e pão eucarístico?- O que faço para que aos mais necessitados não falte o pão de cada dia? - O que faço para que chegue a todos a Palavra de Deus? - Procuro levar aos outros a Boa Nova de Cristo? - A celebração eucarística é para mim uma força transformadora, capaz de renovar o mundo no amor, para que todos sejam um em Cristo? - Evangelizo?...

quinta-feira, 23 de julho de 2009


A intimidade com Deus !
Só existe uma escola na qual se aprende a ter essa intimidade
Quero partilhar, com você, algo sobre a intimidade com Deus e sobre a importância de poder ter um amigo, alguém íntimo, com o qual não precisamos usar máscaras, podemos contar as nossas fraquezas e, mesmo nos conhecendo bem, não nos abandona. Mas, por mais que tenhamos algum amigo com o qual conversamos e o consideramos nosso melhor amigo, haverá um momento em que ele não estará; nessa hora fica de pé aquele que está em Deus.
Intimidade quer dizer: colocar algo para dentro. Ter intimidade com alguém é colocar alguém dentro do coração; da mesma forma, intimidade com Deus é deixá-Lo nos colocar no coração d'Ele e colocá-Lo dentro do nosso coração.
Eu quero ter intimidade com o Senhor: que Ele me atraia e me guarde no coração d'Ele. Para que no momento em que eu não tiver nenhum nome para chamar aqui na terra, eu possa clamar “Pai” e Ele estará ali para me colocar no colo.
Contudo, a intimidade com o Senhor requer um preço. Só existe uma escola na qual se aprende a ter essa graça [intimidade] com o Pai e esse lugar é a cruz. Cada dia que se passa, o caminho vai se estreitando até que só caiba você, e ali você vai deparar com a cruz. E nesse momento você vai passar a ser amigo de Deus. Não dá para ter intimidade com o Altíssimo sendo apenas um espectador da cruz, isso só ocorre quando subimos nela; é nessa hora que aprendemos a ser amigos do Senhor. Existem caminhos e passos que nos ensinam a estar grudados no coração d'Ele.
Sempre que o Messias tinha de tomar uma decisão ou passar por um momento difícil, Ele se retirava para um lugar reservado a fim de orar (cf. Lucas 22, 39-45). E como sabia que estava chegando o momento da cruz Ele ia em busca de força. E a Palavra diz que Cristo começou a entrar em agonia; isso quer dizer que dentro d'Ele havia uma luta interior. Naquela hora a humanidade do Filho de Deus começa a tremer, estava com medo, mas queria fazer a vontade do Pai. Naquele momento o Senhor faz essa linda oração "Pai, se é do teu agrado, afasta de mim este cálice! Não se faça, todavia, a minha vontade, mas sim a tua" (Lucas 22, 42). A oração de Jesus era aquilo que estava em Seu coração, por isso bebeu aquele cálice até o fim.
Se você quer ter intimidade com Deus busque a vontade d'Ele na sua vida. Talvez o Pai queira que você busque aquela pessoa para pedir perdão. Talvez você esteja numa situação em que queira jogar tudo para o alto, mas o Todo-poderoso lhe pede: aguente firme! Ou talvez o Senhor lhe tenha pedido que aguente firme sua enfermidade, aceitando-a e confiando n'Ele.
Eu não sei qual é o “cálice” que Deus pede que você beba no dia de hoje, mas, aceite-o, pois o seu coração se tornará cheio do Senhor. Esse é o primeiro passo: "Senhor, eu não queria que fosse dessa maneira, mas se o Seu coração se alegra, eu bebo esse cálice".
Todo dia, o Senhor nos oferece um “cálice” para que o bebamos. Há dias em que este é doce e até o bebemos com gosto; mas há dias em que o Pai oferece um “cálice” amargo. Mas se ele vem das mãos d'Ele, beba-o, aceite-o, pois não é veneno. O Todo-poderoso não quer o nosso mal, quer apenas nos curar. “Cálice” doce é motivo de gratidão, mas o amargo é cura. Ainda que o [cálice] amargo venha das mãos do Pai, aceite-o, deixe Deus ser Deus em sua vida!
Se hoje você está recebendo um cálice doce, beba-o e agradeça-o. Mas se o seu cálice está sendo difícil, ore a Deus, fale o que está no seu coração e aceite-o também. Porque o próprio Jesus disse: "Se alguém me quer seguir, renuncie-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me" (Marcos 8,34b).
No entanto, se você não aceita a vontade de Deus na sua vida, você pode levantar muito as suas mãos, dar muitas glórias a Deus, mas você não conhecerá o coração do Senhor.

segunda-feira, 20 de julho de 2009


Milagre; Seria Jesus no Egito?
Quarta, 24 de setembro de 2008,
Um Milagre Recente no Egito: Um muçulmano egípcio matou sua esposa porque ela estava lendo a Bíblia e então a enterrou com seu bebê nascido há poucos dias e uma filha de 8 anos de idade. As crianças foram enterradas vivas! Ele então disse à polícia que um tio havia matado as crianças.
Quinze dias mais tarde, outra pessoa da família morreu. Quando foram enterra-la, encontraram as duas crianças sob a areia - E VIVAS! O país ficou em choque e o homem será executado. Perguntaram à menina de 8 anos como ela havia conseguido sobreviver por tanto tempo e ela disse: 'Um homem que usava roupas brilhantes e com feridas que sangravam em suas mãos, vinha todos os dias para nos alimentar. Ele sempre acordava minha mãe para dar de mamar à minha irmã'. Ela foi entrevistada no Egito numa Tv nacional por uma mulher jornalista que tinha o rosto coberto. Ela disse na Tv pública: 'Foi Jesus quem veio cuidar de nós, porque ninguém mais faz coisas como essas!' Os muçulmanos acreditam que Isa (Jesus) aparecerá para fazer coisas desse tipo, mas as feridas em Suas mãos dão provas de que Ele realmente foi crucificado e que Ele está vivo! Mas também ficou claro que a criança não seria capaz de inventar essa história e não seria possível que essas crianças vivessem sem um milagre verdadeiro. Os líderes muçulmanos terão muita dificuldade em lidar com essa situação e a popularidade do filme 'Paixão de Cristo' não os ajuda! Como o Egito está bem no centro da mídia e da educação do Oriente Médio, você pode ter a certeza de que essa história vai se espalhar rapidamente.
Por favor espalhe esta história por todos os lugares.
'O Senhor diz, 'Abençoarei a pessoa que colocar Sua confiança em Mim'' (Jeremias 17).

O que é Escatologia


Escrito por Felipe de Aquino

Escatologia é o estudo sobre os “últimos acontecimentos”. A palavra vem do grego eschatón (= último). Se refere ao término da história da salvação. Sem isto não compreendemos a vida da Igreja. Os romanos diziam: “em tudo que faças, considera o fim, pois é o fim que dita o itinerário a percorrer”. A realização da Igreja se dará plenamente só na eternidade. O Concílio Vaticano II afirma: “É no fim dos tempos que será gloriosamente consumada [a Igreja], quando, segundo se lê nos Santos Padres, todos os justos, desde Adão, do justo Abel até o último eleito, serão congregados junto ao Pai na Igreja universal” (LG,2). “A Igreja à qual somos todos chamados em Jesus Cristo... só será consumada na glória celeste, quando chegar o tempo da restauração de todas as coisas; e, como o gênero humano, também o mundo inteiro, que está intimamente unido ao homem e por ele atinge o seu fim, será totalmente renovado em Cristo” (LG,48).
Muitas passagens das Escrituras mostram isso: At 3,21 - “Enviará ele o Cristo que vos foi destinado, Jesus, aquele que o céu deve conservar até os tempos da restauração universal, da qual falou Deus pela boca dos seus santos profetas”. Quando de sua vinda gloriosa, Cristo inaugurará o seu Reino definitivo e toda a criação será renovada. 1Cor 15,24-28 - “Depois, virá o fim, quando entregar o Reino a Deus, ao Pai, depois de haver destruído todo principado, toda potestade e toda dominação. Porque é necessário que ele reine, até que ponha todos os inimigos debaixo de seus pés... E, quando tudo lhe estiver sujeito, então também o próprio Filho renderá homenagem àquele que lhe sujeitou todas as coisas, a fim de que Deus seja tudo em todos”. São Paulo nos ensina que este é o “misterioso” desígnio da vontade do Pai na plenitude dos tempos: Ef 1,10 - “Reunir em Cristo todas as coisas que estão na terra e no céu”. Col 1,20 - “E por seu intermédio reconciliar consigo todas as criaturas, por intermédio daquele que, ao preço do próprio sangue na cruz, restabeleceu a paz a tudo quando existe na terra e nos céus”. São Pedro fala dessa renovação do mundo e da gloria da Igreja: 2Pe 3,10-13 - “Entretanto, virá o dia do Senhor como ladrão. Naquele dia os céus passarão com ruído, os elementos abrasados se dissolverão, e será consumida a terra com todas as obras que ela contém... Nós, porém, segundo sua promessa, esperamos novos céus e uma nova terra, nos quais habitará a justiça”. Sabemos que São Pedro escreve numa linguagem apocalíptica, e que não pode ser interpretada ao pé da letra.
O que sabemos de certo é que haverá a consumação do universo e a glória da Igreja, segundo o desígnio de Deus. Is 65,16 - “Eis que faço novos céus e nova terra; e ninguém mais se recordará das coisas passadas; elas já não voltarão à mente”. Ap 21,1 - “Vi um céu novo e uma terra nova, pois o primeiro céu e a primeira terra haviam desaparecido”. É interessante notar o que Jesus disse aos apóstolos: Mt 19,28 - “No dia da renovação do mundo, quando o Filho do homem estiver sentado no trono da glória...” Mt 28,20 - “Eis que estou convosco até a consumação do século”. Com relação à data em que acontecerá a renovação do mundo e a inauguração definitiva do Reino de Deus, ninguém sabe e não deve especular a respeito. Muitos se enganaram sobre isto e levaram muitos outros ao engano e ao desespero. Até grandes santos da Igreja erraram neste ponto.
Podemos citar alguns exemplos: S. Hipólito de Roma (†235) - chegou a afirmar que o final do mundo seria no ano 500... Santo Irineu (†202) - confirmava a tese do Ps Barnabé, de que o final seria no ano 6000 após a criação do mundo... Santo Ambrósio (†397) e S. Hilário de Poitres (†367) - apoiaram a mesma tese anterior. S. Gaudêncio de Bréscia (†405) - indicava o ano 7000 após a criação. No século V, com a queda de Roma (476), S. Jeronimo (†420), S.João Crisóstomo (†407), S.Leão Magno (†461), defendiam que face à queda de Roma, o fim do mundo estava próximo... No século VI e VII, S. Gregório Magno (†604) afirmava como próxima a vinda de Cristo... Muitas vezes as profecias sobre a vinda de Cristo iminente são sugeridas pela necessidade que temos de encontrar uma “saída” para os tempos difíceis em que se vive. Por isso a Igreja é muito cautelosa nesse ponto, e sempre nos lembra: At 1,7 - “Não toca a vós ter conhecimento dos tempos e momentos que o Pai fixou por sua própria autoridade”. Mc 13,32 - “Quanto àquele dia e àquela hora, ninguém os conhece, nem mesmo os anjos do céu, nem mesmo o Filho, mas, sim, o Pai só”. Santo Agostinho interpreta essa passagem dizendo que Jesus diz não saber esta data, porque está fora do depósito das verdades que Ele veio revelar aos homens; não pertence à sua missão de Salvador revelar essa data (In Ps 36 Migne 36,355). O Magistério da Igreja quer que se respeite essa vontade de Deus de deixar oculta aos homens essa data. No Concílio Universal de Latrão V, em 1516, foi decretado: “Mandamos a todos os que estão, ou futuramente estarão incumbidos da pregação, que de modo nenhum presumam afirmar ou apregoar determinada época para os males vindouros para a vinda do Anticristo ou para o dia do juízo”.
Com efeito, a Verdade diz: “Não toca a vós ter conhecimento dos tempos e momentos que o Pai fixou por Sua própria autoridade. Consta que os que até hoje ousaram afirmar tais coisas mentiram, e, por causa deles, não pouco sofreu a autoridade daqueles que pregam com retidão. Ninguém ouse predizer o futuro apelando para a Sagrada Escritura, nem afirmar o que quer que seja, como se o tivesse recebido do Espírito Santo ou de revelação particular, nem ouse apoiar-se sobre conjecturas vãs ou despropositadas. Cada qual deve, segundo o preceito divino, pregar o Evangelho a toda a criatura, aprender a detestar o vício, recomendar e ensinar a prática das virtudes, a paz e a caridade mútuas, tão recomendadas por nosso Redentor”. Em 1318, o Papa João XXII, condenando os erros dos chamados Fraticelli disse: “Há muitas outras coisas que esses homens presunçosos descrevem como que em sonho a respeito do curso dos tempos e do fim do mundo, muitas coisas a respeito da vinda do Anticristo, que lhes parece estar às portas, e que eles anunciam com vaidade lamentável”.
Declaramos que tais coisas são, em parte, frenéticas, em parte doentias, em parte fabulosas. Por isso nós os condenamos com os seus autores em vez de as divulgar ou refutar” (Curso de Escatologia - D. Estevão Bettencourt, págs. 123 / 124). A esperança da Igreja é a vida eterna onde o Reino de Deus será pleno. Jesus disse a Pilatos: “Meu Reino não é deste mundo” (Jo 18,36). Por isso, a Igreja aguarda vigilante a vinda do Senhor. Era a esperança dos Apóstolos: Col 3,4 - “Quando Cristo, nossa vida, aparecer, então também vós aparecereis com ele na glória”. 1Jo 3,2 - -Caríssimos, desde agora somos filhos de Deus, mas não se manifestou ainda o que havemos de ser. Sabemos que, quando isto se manifestar, seremos semelhantes a Deus, por quanto o veremos como Ele é-. Fil 3,20 - “Nós porém, somos cidadãos dos céus”. É de lá que ansiosamente esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, que transformará nosso mísero corpo, tornando-o semelhante ao seu corpo glorioso, em virtude do poder que tem de sujeitar a si toda criatura”. A Igreja sabe que é peregrina neste mundo. O termo Paróquia quer dizer “terra de exílio”. São Paulo expressa bem esta realidade: 2Cor 5,6 - “Sabemos que todo o tempo que passamos no corpo é um exílio longe do Senhor. Andamos na fé e não na visão. Estamos, repito, cheios de confiança, preferindo ausentar-nos deste corpo para ir habitar junto do Senhor”.
E o Apóstolo suspirava estar com Cristo: Fil 1,23 - “Sinto-me pressionado dos dois lados: por uma parte, desejaria desprender-me para estar com Cristo - o que seria imensamente melhor”. Fil 1,21 - “Porque para mim o viver é Cristo e o morrer é lucro”. Antes, porém, de reinarmos com Cristo compareceremos diante dele: 2Cor 5,10 - “Porque teremos de comparecer diante do tribunal de Cristo, a fim de cada um ser remunerado pelas obras da vida corporal, conforme tiver praticado o bem ou o mal”. E a esperança do Apóstolo é grande: Rom 8,18 - “Tenho para mim que os sofrimentos da presente vida não tem proporção alguma com a glória que há de revelar-se em nós “. 2Tm 2,11-12 - “Eis uma verdade absolutamente certa: Se morrermos com Ele, com Ele viveremos. Se soubermos perseverar com Ele reinaremos”. Tt 2,13 - “Na expectativa da nossa esperança feliz, a aparição gloriosa de nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo”.
Por esta esperança a Igreja busca a santidade, pois sabe que sem ela “ninguém pode ver o Senhor” (Hb 12,14). Ser cristão em última instância, é desejar o céu, buscar a santidade e, para isso, despreender-se de todas as satisfações da terra, aspirando as celestes. Deus fez tudo nesta vida precário, passageiro, transitório, para que não nos acostumemos a viver na terra, como se aqui fosse o céu. O destino da Igreja é o céu, a terra é o caminho. Os santos ansiavam pelo céu, diziam como santa Teresinha: “Tenho sede do céu, dessa mansão bem-aventurada, onde se amará Deus sem restrições”. São belas, sobre o céu, as palavras de São Paulo: 1Cor 2,9 - “Os olhos não viram, nem ouvidos ouviram, nem coração humano imaginou o que Deus tem preparado para aqueles que o amam”. 2Cor 5,1 - “Sabemos, com efeito, que, quando for destruída esta tenda em que vivemos na terra, temos no céu uma casa feita por Deus, uma habitação eterna, que não foi feita por mãos humanas”. E não se importava com o próprio envelhecimento: 2Cor 4,16 - “Ainda que em nós se destrua o homem exterior, o interior renova-se de dia para dia”.
Jesus nos chama a olhar para o céu: Mt 6,19-21 - “Não ajunteis para vós tesouros na terra... Ajuntai para vós tesouros no céu... porque, onde está o teu tesouro, lá também está teu coração”. A maioria dos homens, mesmo os cristãos, ainda têm o tesouro e o coração na terra; por isso suas vidas espirituais são tíbias e os frutos são poucos. Mt 18,21 - “Se queres ser perfeito, vai, vende os teus bens, e dá aos pobres, terás um tesouro no céu”. Não é sem razão que S.Leão Magno dizia que “as mãos do pobre são o Banco de Deus”. Mc 8,36 - “Que aproveitará ao homem ganhar o mundo inteiro, se vier a perder a sua vida? “ Santo Agostinho perguntava: “De que vale viver bem, se não me é dado viver sempre?” Jo 14,2-3 - “Na cada do meu Pai há muitas moradas... vou preparar-vos um lugar. Depois de ir, e vos preparar um lugar, voltarei e tomar-vos-ei comigo, para que, onde eu estou, também vós estejais”. Infelizmente hoje, para o mundo, eternidade parece ser uma palavra morta. É a chamada “secularização”, o amor a este século, ao tempo presente.
O materialismo, o relativismo, o liberalismo e o hedonismo (busca do prazer como fim) geraram a perda do infinito, do céu, onde está a grande realização do homem. Por isso hoje ele se arrasta como um verme e se desespera na lama da imoralidade, da depressão e do vazio. Pagamos dolorosamente o preço da perda da fé e da esperança. Só Deus pode satisfazer “a fome” infinita que o homem traz em si - como ensina Santa Catarina de Sena, doutora da Igreja - pois, as criaturas não podem satisfazê-lo, uma vez que são inferiores ao homem. “Só Deus basta”. O Corpo de Cristo, a Igreja, subsiste em três estados: militante, que está na terra a lutar; padecente, que se purifica no purgatório e triunfante, que já vive a bem-aventurança do céu.
Ensina-nos o Concílio Vaticano II que: “Até que o Senhor venha em sua majestade e com ele todos os anjos, e destruída a morte, todas as coisas lhe sejam sujeitas, alguns dentre os seus discípulos peregrinam na terra, outros, terminada esta vida, são purificados, enquanto outros são glorificados, vendo claramente o próprio Deus trino e uno, assim como é”. “A união dos que estão na terra com os irmãos que descansam na paz de Cristo, de maneira alguma se interrompe; pelo contrário, segundo a fé perene da Igreja, vê-se fortalecida pela comunhão dos bens espirituais”(LG, 49). Essa comunhão de bens espirituais, que é um verdadeiro intercâmbio de graças, é a riqueza da “Comunhão dos Santos”.
Diz a “Lumen Gentium” que: “Pelo fato de os habitantes do Céu estarem unidos mais intimamente com Cristo, consolidam com mais firmeza na santidade toda a Igreja. Eles não deixam de interceder por nós junto do Pai, apresentando os méritos que alcançaram na terra pelo único mediador de Deus e dos homens, Jesus Cristo. Por conseguinte, pela fraterna solicitude deles, a nossa fraqueza recebe o mais valioso auxílio” (idem) São Domingos, já moribundo dizia a seus irmãos : “Não choreis! Ser-vos-ei mais útil após a minha morte e ajudar-vos-ei mais eficazmente do que durante a minha vida” (CIC, 956). O mesmo dizia Santa Teresinha : “Passarei meu céu fazendo bem na terra” (idem). A Igreja acredita desde os primórdios na salutar “intercessão dos santos” e também na “comunhão com os falecidos”. E nos ensina que : “A nossa oração por eles pode não somente ajudá-los, mas também tornar eficaz a sua intercessão por nós” (CIC, 958). A primeira atestação da crença numa oração dos justos falecidos em favor dos vivos, a Igreja viu no segundo livro de Macabeus. Judas Macabeus, enfrentando o adversário Nicanor, que desejava destruir o Templo, na época da perseguição do terrível Antíoco Epífanes (166-160) aC., colocando toda a sua confiança em Deus, teve um sonho, uma espécie de visão: -Ora, assim foi o espetáculo que lhe coube apreciar: Onias, que tinha sido sumo sacerdote, homem honesto e bom, modesto no trato e de caráter manso...estava com as mãos estendidas, intercedendo por toda a comunidade dos judeus. Apareceu da mesma forma, um homem notável pelos cabelos brancos e pela dignidade, sendo maravilhosa e majestosíssima a superioridade que o circundava. Tomando a palavra disse Onias: - Este é o amigo dos seus irmãos, aquele que muito reza pelo povo e por toda a cidade santa, Jeremias, o profeta de Deus-. Estendendo por sua vez a mão direita, Jeremias entregou a Judas uma espada de ouro, pronunciando essas palavras enquanto a entregava: - Recebe esta espada santa, presente de Deus, por meio da qual esmagarás os teus adversários- - (2Mac15,12-15). Esta visão de Judas Macabeus, mostra o grande sumo sacerdote Onias e o profeta Jeremias, ambos, então, já falecidos, intercedendo pelo povo de Deus. Encontramos na Bíblia, a passagem em que Deus manda a Abimeleque que peça orações a Abraão: -Ele rogará por ti e tu viverás- (Gen20,7-17). Ainda sobre a intercessão dos santos por nós, a Igreja deixou claro no Concílio de Trento (1545-1563): -Os santos que reinam agora com Cristo, oram a Deus pelos homens.
É bom e proveitoso invocar-lhes suplicantemente e recorrer às suas orações e intercessão, para que nos obtenham os benefícios de Deus, por Nosso Senhor Jesus Cristo, único Salvador e Redentor nosso. São ímpios os que negam que se devam invocar os santos que já gozam da eterna felicidade no céu.Os que afirmam que eles não oram pelos homens, os que declaram que lhes pedir por cada um de nós em particular é idolatria, repugna à palavra de Deus e se opõe à honra de Jesus Cristo, único Mediador entre Deus e os homens- (Sessão 25). Enfim, a Igreja é a “comunhão dos santos” . Na profissão de fé solene - o Credo do Povo de Deus - disse Paulo VI : “Cremos na comunhão de todos os fiéis de Cristo, dos que são peregrinos na terra, dos defuntos que estão terminando a sua purificação, dos bem-aventurados do céu, formando todos juntos uma só Igreja, e cremos que nesta comunhão o amor misericordioso de Deus e dos seus santos está sempre à escuta das nossas orações “ (CPD, 30). A Eucaristia que celebramos é a antecipação litúrgica da feliz eternidade no Céu. Esta alegria que não tem fim, sempre foi representada pela festa de Bodas, do Noivo (Jesus) com a Noiva (a Igreja). A Eucaristia é a antecipação da consumação da glória da Igreja.
Diz o Catecismo que : “À oferenda de Cristo unem-se não somente os membros que estão na terra, mas também os que já estão na glória do céu” (CIC, 1370). O altar em torno do qual a Igreja celebra a Eucaristia, representa, ao mesmo tempo, dois mistérios: “o altar do sacrifício” e a “mesa do Senhor” (CIC nº 1383). São João viu todo o esplendor da Igreja futura na visão do Apocalipse: a Cidade Santa, a Jerusalém celeste, a Noiva, a Esposa do Cordeiro, a filha de Sião : “Vem, e mostrar-te-ei a noiva, a esposa do Cordeiro. Levou-me em espírito a um grande e alto monte e mostrou-me a Cidade Santa, Jerusalém, que descia do céu, de junto de Deus, revestida da glória de Deus” (Ap 21, 9-11). Note que bela comparação: “Assemelhava-se seu esplendor a uma pedra preciosa, tal como o jaspe cristalino. Tinha grande e alta muralha com doze portas, guardadas por doze anjos. Nas portas estavam gravados os nomes das doze tribos dos filhos de Israel ... A muralha tinha doze fundamentos com os nomes dos doze Apóstolos do Cordeiro ... O material da muralha era jaspe, e a cidade ouro puro, semelhante a puro cristal”.
Os alicerces da muralha da cidade eram ornados de toda espécie de pedras preciosas: o primeiro era jaspe, ... Cada uma das doze portas era feita de uma só pérola e a avenida da cidade era de ouro, transparente como cristal” (Apc. 21, 11-21). Este riquíssimo simbolismo tem grande significação em cada uma de suas palavras, e nos revela que esta cidade inimaginável na terra, só pode existir no céu; é a Igreja na sua glória consumada, onde cada um de nós é chamado a viver na comunhão de toda a família de Deus. Ele e o Cordeiro estão presentes, não haverá falta de nada ... Vejamos como continua a descrição: “Não vi nela, porém, templo algum, porque o Senhor é o seu templo, assim como o Cordeiro. A cidade não necessita de sol nem de lua para iluminar, porque a glória de Deus a ilumina, e a sua luz é o Cordeiro. As nações andarão à sua luz, e os reis da terra levar-lhe-ão a sua opulência. As suas portas não fecharão diariamente, pois não haverá noite ... Nela não entrará nada de profano nem ninguém que pratique abominações e mentiras, mas unicamente aqueles cujos nomes estão inscritos no livro da vida do Cordeiro” (Apc. 21. 22-27). E continua a descrição da Cidade celeste : “Não haverá aí nada execrável, mas nela estará o trono de Deus e do Cordeiro. Seus servos lhes prestarão um culto. Verão a sua face e o seu nome estará nas suas frontes.
Já não haverá noite, nem se precisará da luz de lâmpada ou do sol, porque o Senhor Deus a iluminará, e hão de reinar pelos séculos dos séculos” (Ap 22, 1-5). Esta longa narração mostra a vitória e a gloriosa consumação final da Igreja. E o Apocalipse termina com o Senhor dizendo: “Felizes aqueles que lavam as suas vestes para ter direito à árvore da vida e poder entrar na cidade pelas portas”(22,14). “O Espírito e a Esposa dizem: Vem! Possa aquele que ouve dizer também: Vem ! ... Aquele que atesta estas coisas diz: Sim ! Eu venho depressa ! Amém. Vem, Senhor Jesus!” (22, 17-21).
A glória futura da Igreja já está garantida, porque o seu Senhor já reina no céu, sentado à direita do Pai, aguardando o momento de consumar o seu Reino. -Depois de falar com os discípulos, o Senhor Jesus foi levado ao céu, e sentou-se à direita de Deus-(Mc16,19). São Paulo explica na Carta aos Efésios todo o esplendor de Cristo, -Cabeça da Igreja-, já glorificado no céu: -Ele manifestou sua força em Cristo, quando o ressuscitou dos mortos e o fez sentar-se à sua direita nos céus, bem acima de toda autoridade, poder, potência, soberania ou qualquer título que se possa nomear não somente neste mundo, mas ainda no mundo futuro. Sim, Ele pôs tudo sob os seus pés e fez dele, que está acima de tudo, a cabeça da Igreja, que é o seu corpo, a plenitude daquele que possui a plenitude universal-(Ef 1,20-22). É preciso ter em mente que Jesus glorificado à direita do Pai, é o Verbo Encarnado, perfeitamente homem; assim, a humanidade, por Jesus, -já voltou ao paraíso-, que havia perdido pelo pecado. Desta forma São Paulo nos exorta a vivermos cientes de que a nossa vida -está escondida com Cristo em Deus-: -Se portanto, ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo está sentado à direita de Deus. Afeiçoai-vos às coisas lá de cima, e não às da terra. Porque estais mortos e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus. Quando Cristo, vossa vida, aparecer, então também vós aparecereis com Ele na glória- (Cl 3,1s) São Leão Magno(†431) dizia que: “Onde a Cabeça está, aí devem estar também os membros do corpo”.
A Igreja tem plena consciência de que a sua glória está assegurada no céu, já que a -Cabeça- já está -sentada à direita do Pai-. Na missa da festa da Ascensão do Senhor, rezamos: - Ó Deus todo poderoso, a ascensão do vosso Filho já é nossa vitória. Fazei-nos exultar de alegria e fervorosa ação de graças, pois, membros de seu Corpo, somos chamados na esperança a participar da sua glória-. É nesta esperança que vive a Igreja: -No mundo tereis tribulações. Mas tende coragem! Eu venci o mundo!-(Jo16,33). Sabemos, como nos ensina São Paulo na carta aos tessalonicenses, que a Igreja passará pela terrível “provação final”, que será também o momento de dar ao Senhor a prova maior do seu amor, e que será também a sua maior purificação. Após isto será consumada na sua glória. Então, “Deus será tudo em todos” (1Cor 15,28). Estará então restabelecida a “Família de Deus”, que no Paraíso foi dispersa pelo pecado. Novamente Deus viverá no “jardim” celeste com o homem (Gen 2,5-8), com toda a intimidade e comunhão desejadas desde o princípio. A harmonia que o pecado rompeu será restabelecida plenamente. É a imagem maravilhosa que o Profeta nos dá do Reino do Messias, onde só haverá paz: “Então o lobo será hóspede do cordeiro, a pantera se deitará ao pé do cabrito, o touro e o leão comerão juntos, e um menino pequeno os conduzirá; a vaca e o urso se fraternizarão, suas crias repousarão juntas, e o leão comerá palha com o boi. A criança de peito brincará junto a toca da víbora, e o menino desmamado meterá a mão na caverna da áspide. Não se fará mal nem dano em todo o meu monte santo, porque a terra estará cheia da ciência do Senhor, assim como as águas recobrem o fundo do mar” (Is 11, 6-9). Sobre a “última provação” que a Igreja deverá enfrentar, fala o Catecismo da Igreja : “Antes do Advento de Cristo, a Igreja deve passar por uma provação final que abalará a fé de muitos crentes (cf Lc 18,8; Mt 24,12).
A perseguição que acompanha a peregrinação dela na terra (cf Lc 21,12; Jo 15, 19-20) desvendará o “mistério da iniquidade” sob a forma de uma impostura religiosa que há de trazer aos homens uma solução aparente aos seus problemas, à custa da apostasia da verdade. A impostura religiosa suprema é a do Anticristo, isto é, a de um pseudomessianismo em que o homem se glorifica a si mesmo em lugar de Deus e do seu Messias que veio na carne (cf 2 Tes 2,4-12; 1 Ts 5,2-3; 2 Jo7; 1 Jo 2,18-22) (CIC, 675). O Catecismo explica que a grande impostura religiosa anticrística será uma falsificação do Reino de Deus, a ser implantado na terra, pelo próprio homem, sem a necessidade de Deus. É o ateísmo sistemático - já denunciado no santo Concílio Vaticano II (GS 20,21) - que leva o homem a se rebelar “contra qualquer dependência de Deus”. “Aqueles que professam tal ateísmo - disse o Concílio - sustentam que a liberdade consiste em o homem ser o seu próprio fim e o único artífice e demiurgo [ criador] de sua própria história. E pretendem que esta posição não pode harmonizar-se com o reconhecimento do Senhor ...” (GS, 20). A Igreja sabe que só entrará na glória do Reino passando por uma “Paixão” semelhante a do seu Senhor.
O Catecismo afirma que: “O Reino não se realizará por um triunfo histórico da Igreja segundo um progresso ascendente, mas por uma vitória de Deus sobre o desencadeamento último do mal (cf Ap 20,7-10), que fará a sua Esposa descer do Céu (Ap 21,2-4). Então, finalmente, “haverá um novo céu e uma nova terra” (Ap 21,1) e se realizará o que está escrito: “Eis a tenda de Deus com os homens. Ele habitará com eles; eles serão o seu povo, e ele, Deus-com-eles, será o seu Deus. Ele enxugará toda a lágrima dos seus olhos, pois nunca mais haverá morte, nem luto, nem clamor, e nem dor haverá mais. Sim ! As coisas antigas se foram ! (Ap 21,3-4).
DO Livro: -A MINHA IGREJA- DO Prof. Felipe de Aquino