quinta-feira, 28 de maio de 2009

Experimentar o amor de Deus !


Podemos nos perguntar: quando foi que Deus não nos amou, não nos acolheu, não nos perdoou?
Essa é uma pergunta que devemos nos fazer sempre, certos de que o Senhor nos amou e vai continuar nos amando. Arrisco dizer que existe algo que é impossível para o Altíssimo: deixar de nos amar, de nos perdoar e de nos acolher. Ainda que nos precipitemos e nos afastemos, Ele nunca se esquecerá de nós. É lindo perceber que Deus Pai não nos escolhe pelo que fazemos. E que bom que é assim!
Sempre nos perguntamos o “porquê” das coisas tristes que acontecem em nossas vidas e quase nunca nos perguntamos o “para quê”. Precisamos fazer como Jó, que reconhece que Deus era o seu tudo e mesmo sofrendo não blasfemou, mas foi fiel ao Senhor.
Não é que o Senhor quer que soframos, mas tudo isso é consequência do nosso pecado, da nossa revolta. Quantas situações de sofrimento e de angústia nas quais chegamos a dizer que Ele nos abandonou. Mas perceba: as situações difíceis não passaram? Portanto, não teríamos de concluir que o Senhor não nos abandonou?
Isaías, capítulo 44, versículos 1 e 2: "Agora escuta, Jacó, meu servo, Israel, a quem escolhi. Eis o que diz o Senhor que te criou, que te formou desde o seio materno e te socorreu: nada temas, Jacó, meu servo, meu Israel, a quem escolhi!"
Deus nos escolheu e nos chamou pelo nome. Ele sempre acredita em nós, sempre acreditou e sempre continuará acreditando. Veja as obras d'Ele na sua vida; e não só as perceba, mas anuncie essas maravilhas.
O serviço de Deus é um encargo. Ele tem uma obra para cada um de nós e quer que nós façamos a diferença onde quer que estejamos.
Você já se perguntou o motivo do chamado de Deus e para que Ele o chamou? Você já parou para pensar no quanto o Senhor já fez em sua vida? Talvez muitos da sua família e dos seus amigos ainda não vieram para Deus, porque você ainda não reconheceu aquilo que Ele fez em sua vida.
Tudo que o Todo-poderoso faz por nós não é para que nos gloriemos, mas para que O testemunhemos com coragem. O Senhor nos deu uma missão, sempre acredita e aposta em cada um de nós; Ele nos ama e nos acolhe. No entanto, muitas vezes, nós não acolhemos o amor d'Ele porque nem sempre temos atitudes de filhos para com Ele. Precisamos agir como filhos em nosso relacionamento com Deus Pai. Precisamos reconhecer que Ele nos acolhe.
Por amor à sua família e por amor a você, deixe-se amar por Deus.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

A Santíssima Trindade - O que diz o Catecismo Católico

"Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo"232 Os cristãos são batizados "em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo" (Mt 28,19). Antes disso eles respondem "Creio" à tríplice pergunta que os manda confessar sua fé no Pai, no Filho e no Espírito: "Fides omnium christianorum in Trinitate consistit" ("A fé de todos os cristãos consiste na Trindade") (S. Cesáreo de Arlés, symb.). 233 Os cristãos são batizados "em nome" do Pai e do Filho e do Espírito Santo e não "nos nomes" destes três (cf. Profissão de fé do Papa Vigilio em 552: DS 415), pois só existe um Deus, o Pai todo-poderoso, seu Filho único e o Espírito Santo: a Santíssima Trindade.234 O misterio da Santíssima Trindade é o mistério central da fé e da vida cristã. É o mistério de Deus em si mesmo, é, portanto, a fonte de todos os outros mistérios da fé, é a luz que os ilumina. É o ensinamento mais fundamental e essencial na "hierarquia das verdade de fé" (DCG 43). "Toda a história da salvação não é senão a história da via e dos meios pelos quais Deus verdadeiro e único, Pai, Filho e Espírito Santo, se revela, reconcilia, consigo e une a si os homens que se afastam do pecado" (DCG 47).235 Neste parágrafo se exporá brevemente de que modo é revelado o mistério da Santíssima Trindade (I), de que maneira a Igreja formulou a doutrina da fé sobre este mistério (II), e, finalmente, de que modo, através das missões divinas do Filho e do Espírito Santo, Deus Pai realiza seu "desígnio benevolente” de criação, de redenção, e de santificação (III).236 Os Padres da Igreja distinguem entre a "Theologia" e a "Oikonomia", designando com o primeiro termo o mistériod a vida íntima do Deus-Trindade, com o segundo todas as obras de Deus através das quais ele se revela e comunica sua vida. É através da "Oikonomia" que nos é revelada a "Theologia"; mas, inversamente, é a "Theologia", que ilumina toda a "Oikonomia". As obras de Deus revelam quem ele é em si mesmo; e inversamente, o mistério do seu Ser íntimom ilumina a compreensão de todas as suas obras. Acontece o mesmo, analogicamente, entre as pessoas humanas. A pessoa mostra-se no seu agir, e quanto melhor conhecemos uma pessoa, tanto melhor compreendemos o seu agir.237 A Trindade é um mistério de fé no sentido estrito, um dos “mistérios escondidos em Deus, que não podem ser conhecidos se não forem revelados do alto" (Cc. Vaticano I: DS 3015. Deus, certamente, deixou marcas de seu ser trinitário em sua obra de Criação e em sua Revelação ao long do Antigo Testamento. Mas a intimidade de seu Ser como Trindade Santa constitui um mistério inacessível à pura a razão e até mesmo à fé de Israel antes da Encarnação do Filho de Deus e da missão do Espírito Santo. II A revelação de Deus como TrindadeO Pai revelado pelo Filho238 A invocação de Deus como "Pai" é conhecida em muitas religiões. A divindade é muitas vezes considerada como "pai dos deuses e dos homens". Em Israel, Deus é chamado de Pai enquanto Criador do mundo (Cf. Dt 32,6; Ml 2,10). Deu é Pai, mais ainda, em razão da Aliança e do dom da Lei a Israel, seu "filho primogênito" (Ex 4,22). É também chamado de Pai do rei de Israel (cf. 2 S 7,14). Muito particularmente ele é "o Pai dos pobres", do órfão e da viúva, que estão sob sua proteção de amor (cf. Sal 68,6).239 o designar a Deus com o nome de “Pai", a linguagem da fé indica principalmente dois aspectos: que Deus é origem primeira de tudo e autoridade transcendente, e que ao mesmo tempo é bondade e solicitude de amor para todos os seus filhos. Esta ternura paterna de Deus pode também ser expressa pela imagem da maternidade (cf. Is 66,13; Sl 131,2) que indica mais a imanência de Deus, a intimidade entre Deus e a sua criatura. A linguagem da fé inspira-se assim na experiência humana dos pais (genitores), que são de certo modoos primeiros representantes de Deus para o homem. Mas esta experiência humana ensina também que os pais humanos são falíveis e que podem desfigurar o rosto da paternidade e da maternidade. Convém então lembrar que Deus transcende a distinção humana dos sexos. Ele não é nem homem nem mulher, é Deus. Transcende tampém à paternidade e à maternidade humanas (cf. Sl 27,10), embora seja a sua origem e a medida (cf. Ef 3,14; Is 49,15): Ninguém é pai como Deus o é.240 Jesus revelou que Deus é "Pai" num sentido inaudito: não o é somente enquanto Criador, mas é eternamente Pai em relação a seu Filho único, que reciprocamente só é Filho em relação a seu pai “Ninguém conhece o Filho senão o Pai, e ninguém conhece o Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar" (Mt 11,27).241 É por isso que os apóstolos confessam Jesus como "o Verbo” que “ no início estava junto de Deus” e que “é Deus" (Jo 1,1), como "a imagem do Deus invisível" (Cl 1,15), como "o resplendor de sua glória e a expressão do seu ser" Hb 1,3).242 Na esteira deles, seguindo a Tradição apostólica, a Igreja, no ano de 325, no primeiro Concílio Ecumênico de Nicéia, confessou que o Filho é "consubstancial" ao Pai, isto é, um só Deus com Ele. O segundo Concílio Ecumênico, reunido em Constantinopla em 381, conservou esta expressão na sua formulação do Credo de Nicéia e confessou "o Filho Único de Deus, gerado do Pai antes de todos os séculos, luz luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado não criado, consubstancial ao Pai" (DS 150).O Pai e o Filho revelados pelo Espírito243 Antes da sua Páscoa, Jesus anuncia o envio de "outro Paráclito" (Defensor), o Espírito Santo. Em ação desde a criação (cf. Gn 1,2), depois de ter outroral "falado pelos profetas" (Credo de Nicéia-Constantinopla), ele estará agora junto dos discípulos e neles (cf. Jo 14,17), a fim de ensiná-los (cf. Jo 14,16) e conduzi-los “à verdade inteira” (Jo 16,13). O Espírito Santo é revelado assim como uma outra pessoa divina em relação a Jesus e ao Pai. 244 A origem eterna do Espirito revela-se na sua missão temporal. O Espírito Santo é enviado aos Apóstolos e à Igreja tanto pelo Pai em nome do Filho, como pelo Filho em pessoa, depois que este tiver voltado para junto do Pai (cf. Jo 14,26; 15,26; 16,14). O envio da pessoa do Espírito após a gloficação de Jesus (cf. Jo 7,39), revela em plenitude o mistério da Santíssima Trindade.245 A fé apostólica no tocante ao Espírito foi confessada pelo segundo concílio ecumênico em 381 em Constantinopla: "Cremos no Espírito Santo, que é Senhor e que dá a vida, que procede do Pai" (DS 150). Com isto a Igreja reconhece o Pai como "a fonte e a origem de toda a divindade" (Cc. de Toledo VI, ano 638: DS 490). Ma a origem eterna do Espírito Santo não deixa de estar vinculada à do Filho: "O Espírito Santo, que é a Terceira Pessoa da Trindade, é Deus, uno e igual ao Pai e ao Filho, da mesma substância e também da mesma natureza... Contudo, não se diz que Ele é somente o Espírito do Pai, mas ao mesmo tempo o espírito do Pai e do Filho" (Cc. de Toledo XI, ano 675: DS 527). O Credo da Igreja, do Concílio de Constantinopla (ano 381) confessa: "Com o Pai e o Filho ele recebe a mesma adoração e a mesma glória" (DS 150).246 A tradição latina do Credo confessa que o Espírito "procede do Pai e do Filho (Filioque)". O Concílio de Florença, em 1438, explicita: "O Espírito Santo tem sua essência e seu ser subsistente ao mesmo tempo do Pai e do Filho e procede eternamente de Ambos como de um só Pincípio e por uma única expiração...E uma vez que tudo o que é do Pai, o Pai mesmo o deu ao seu Filho Único ao gerá-lo, excetuando o seu ser de Pai, esta própria processão do Espírito Santo a partir do Filho, ele a tem eternamente de Seu Pai que o gerou eternamente" (DS 1300-1301).247 A afirmação do filioque não figurava no símbolo professado em 381 em Constantinopla. Mas com base em uma antiga tradição latina e alexandrina, o Papa S. Leão o havia já confessado dogmaticamente em 447 (cf. DS 284) antes que Roma conhecesse e recebesse, em 451, no concílio de Calcedônia, o símbolo de 381. O uso desta fórmula no Credo foi admitido pouco a pouco na liturgia latina (entre os séculos VIII e XI). Todavia, a introdução do Filioque no Símbolo de niceno-constantinopolitano pela liturgia latina constitui, ainda hoje, um ponto de discórdia em relação às igrejas ortodoxas.248 A tradição oriental põe primeiramente em relevo o caráter de origem primeira do Pai em relação ao Espírito. Ao confessar o Espírito como "procedente do Pai" (Jo 15,26), ela afirma que o Espírito procede do Pai pelo Filho (cf. AG 2). A tradição ocidental põe primeiramente em relevo a comunhão consubstancial entre o Pai e o Filho afirmando que o Espírito Procede do Pai e do Filho (Filioque). Ela o afirma "de forma legítima e racional" (Cc. de Florença, 1439: DS 1302), pois a a ordem eterna das pessoas divinas na sua comunhão consubstancial implica não só que o Pai seja a origem primeira do Espírito enquanto "princípio sem princípio" (DS 1331), mas também, enquanto Pai do Filho Único, que seja com ele "o único princípio do qual procede o Espírito Santo" (Cc. de Lyon II, 1274: DS 850). Esta legítima complementaridade, se não fo radicalizada, não afeta a identidade da fé na realidade do mesmo mistério confessado. III A Santíssima Trindade na doutrina da féA formação do dogma trinitário249 A verdade revelada da Santíssima Trindade esteve desde as origens na raiz da fé vida da Igreja, principalmente através do Batismo. Ela encontra a sua expressão na regra da fé batismal, formulada na pregação, na catequese e na oração da Igreja. Tais formulações encontram-se já nos escritos apostólicos, como na seguinte saudação, retomada na liturgia eucarística: "A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo estejam com todos vós" (2 Co 13,13; cf. 1 Cor 12,4-6; Ef 4,4-6).250 No decurso dos primeiros séculos, a Igreja procurou formular mais explicitamente a sua fé trinitária, tanto para aprofundar a sua própria compreensão da fé, quanto para defendê-la contra erros que a estavam deformando. Isso foi obra dos Concílios antigos, ajudados pelo trabalho teológico dos Padres da Igreja e apoiados pelo senso da fé do povo cristão.251 Para a formulação do dogma da Trindade, a Igreja teve de desenvolver uma terminologia própria recorrendo a noções de origem filosófica: "substância", "pessoa" ou "hipóstase", "relação", etc. Ao fazer isto, não submeteu a fé a uma sabedoria humana senão que imprimiu um sentido novo, inaudito, a esses termos, chamados a significar a partir daí também um Mistério inefável, que "supera infinitamente tudo o que nós podemos compreender dentro do limite humano" (Paulo VI, SPF 2).252 A Igreja utiliza o termo "substância" (traduzido também, às vezes, por "essência" ou por "natureza") para designar o ser divino em sua unidade; o termo "pessoa" ou "hipóstase" para designar o Padre, o Filho e o Espírito Santo na sua distinção real entre si, e o termo "relação" para designar o fato de a distinção entre eles residir na referência de uns aos outros.O dogma da Santíssima Trindade253 A Trindade é Una. Não confessamos três deuses, mas um só Deus em três pessoas: "a Trindade consubstancial" (Cc. Constantinopla II, ano 553: DS 421). As pessoas divinas não se dividem entre si a única divindade, mas cada uma delas é Deus por inteiro: "O Pai é aquilo que é o Filho, o Filho é aquilo que é o Pai, o Espírito Santo é aquilo que são o Pai e o Filho, isto é, um só Deus quanto à natureza” (Cc. de Toledo XI, ano 675: DS 530). "Cada uma das três pessoas é esta realidade, isto é, a substância, a essência ou a natureza divina" (Cc. de Latrão IV, ano 1215: DS 804).254 As pessoas divinas são realmente distintas entre si. "Deus é único, mas não solitário" (Fides Damasi: DS 71). "Pai", "Filho”, Espírito Santo" não são simplesmente nomes que designam modalidades do ser divino, pois são realmente distintos entre si: "Aquele que é o Pai não é o Filho, e aquele que é o Filho não é o Pai, nem o Espírito Santo é aquele que é o Pai ou o Filho" (Cc. de Toledo XI, ano 675: DS 530). São distintos entre si pelas suas relações de origem: "É o Pai que gera, o Filho que é gerado, o Espírito Santo que procede" (Cc. Latrão IV, ano 1215: DS 804). A Unidade divina é Trina.255 As pessoas divinas são relativas umas às outras. Por não dividir a unidade divina, a distinção real das pessoas entre si reside unicamente nas relações que as referem umas às outras; "Nos nomes relativos das pessoas, o Pai é referido ao Filho, o Filho ao Pai, o Espírito Santo aos dois; quando se fala destas três pessoas considerando as relações, crê-se todavia em uma só natureza ou substância" (Cc. de Toledo XI, ano 675: DS 528). Pois "todo é uno (neles) lá onde não se encontra a opsição de relação" (Cc. de Florença, ano 1442: DS 1330). "Por causa desta unidade, o Pai está todo inteiro no Filho, todo inteiro no Espírito Santo; o Filho está todo inteiro no Pai, todo inteiro no Espírito Santo; o Espírito Santo está todo inteiro no Pai, todo inteiro no Filho" (Cc. de Florença 1442: DS 1331).256 Aos Catecúmenos de Constantinopla, S. Gregório Nazianzeno, denominado também "o Teólogo", confia o seguinte resumo da fé trinitária:Antes de todas as coisas, conservai-me este bom depósito, pelo qual vivo e combato, com o qual quero morrer, que me faz suportar todo os males e desprezar todos os prazeres; refiro-me à profissão de fé no Pai e no Filho e no Espírito Santo. Eu vo-la confio hoje. É por ela que daqui a pouco vou mergulhar-vos na água e vos tirar dela.Eu vo-la dou como companheira e dona de toda a vossa vida. Dou-vos uma só Divindade e Poder, que existe Una nos Três, e que contém os Três de uma maneira distinta. Divindade sem diferença de substância ou de natureza, sem grau superior que eleve ou grau inferior que rebaixe... A infinita conaturalidade é de três infinitos. Cada um considerado em si mesmo é Deus todo inteiro... Deus os Três considerados juntos. Nem comecei a pensar na Unidade, e a Trindade me banha em seu esplendor. Nem comecei a pensar na Trindade, e a unidade toma conta de mim (0r. 40,41: PG 36,417).IV As obras divinas e as missões trinitárias257 "O lux beata Trinitas et principalis Unitas!" ("Ó luz, Trindade bendita. Ó primordial Unidade!") (LH, hino de vésperas) Deus é beatitude eterna, vida imortal, luz sem ocaso. Deus é amor: Pai, Filho e Espírito Santo. Livremente Deus quer comunicar a glória da sua vida bem-aventurada. Este é o "desígnio” de benevolência (Ef 1,9) que ele concebeu desde antes da criação do mundo no seu Filho bem-amado, "predestinando-nos à adoção filial neste" (Ef 1,4-5), isto é, "a reproduzir a imagem de seu Filho" (Rm 8,29) graças ao "Espírito de adoção filial" (Rm 8,15). Esta decisão prévia é uma "graça concedida antes de todos os séculos" (2 Tm 1,9-10), proveniente diretamente do amor trinitário. Ele se desdobra na obra da criação, em toda a história da salvação após a queda, nas missões do Filho e do Espírito, prolongadas pela missão da Igreja (cf. AG 2-9).258 Toda a economia divina é a obra comum das três pessoas divinas. Pois da mesma forma que a Trindade não tem senão uma única e mesma natureza, assim também não tem senão uma única e mesma operação (cf. Cc. de Constantinopla, ano 553: DS 421). "O Pai, o Filho e o Espírito Santo não são três princípios das criaturas, mas um só princípio" (Cc. de Florença, ano 1442: DS 1331). Contudo, cada pessoa divina opera a obra comum segundo a sua propriedade pessoal. Assim a Igreja confessa, na linha do Novo Testamento (cf. 1 Co 8,6): "Um Deus e Pai do qual são todas as coisas, um Senhor Jesus Cristo para quem são todas as coisas, um Espírito Santo em quem são todas as coisas (Cc. de Constantinopla II: DS 421). São, sobretudo as missões divinas da Encarnação do Filho e do dom do Espírito Santo que manifestam as propriedades das pessoas divinas.259 Obra ao mesmo tempo comum e pessoal, toda a Economia divina dá a conhecer tanto a propriedade das pessoas divinas como a sua única natureza. Outrossim, toda a vida cristã é comunhão com cada uma das pessoas divinas, sem de modo algum separá-las. Quem rende glória ao Pai o faz pelo Filho no Espírito Santo; quem segue a Cristo, o faz porque o Pai o atrai (cf. Jo 6,44) e o Espírito o impulsiona (cf. Rm 8,14).260 O fim último de toda a Economia divina é a entrada das criaturas na unidade perfeita da Santíssima Trindade (cf. Jo 17,21-23). Mas desde já somos chamados a ser habitados pela Santíssima Trindade: "Se alguém me ama –diz o Senhor- guardará a minha Palavra, e meu Pai o amará e viremos a ele, e faremos nele a nossa morada" (Jo 14,23).Ó meu Deus, Trindade que adoro, ajudai-me a esquecer-me inteiramente para firmar-me em Vós, imóvel e pacífico, como se a minha alma já estivesse na eternidade: que nada consiga perturbar a minha paz nem fazer-me sair de Vós, ó meu Imutável, mas que cada minuto me leve mais longe na profundidade do vosso Mistério. Pacificai a minha alma. Fazei dela o vosso céu, vossa amada morada e o lugar do vosso repouso. Que nela eu nunca vos deixe só, mas que eu esteja aí, toda inteira, completamente vigilante na minha fé, toda adorante, toda entregue à vossa ação criadora (Oração da Beata Isabel da Trindade).Resumo261 O mistério da Santíssima Trindade é o mistério central da fé e da vida cristã. Só Deus no-lo pode dar a conhecer, revelando-se como Pai, Filho e Espírito Santo.262 A Encarnação do Filho de Deus revela que Deus é o Pai eterno, e que o Filho é consubstancial ao Pai, isto é, que ele é o no Pai e com o Pai o mesmo Deus único.263 A missão do Espírito Santo, enviado pelo Pai em nome do Filho (cf. Jo 14,26) e pelo Filho "de junto do Pai" (Jo 15,26), revela que o Espírito é com ele o mesmo Deus único. "Com o Pai e o Filho é adorado e glorificado".264 "O Espírito Santo procede do Pai enquanto fonte primeira e, pela doação e pela doação eterna deste último ao filho, do Pai e do Filho em comunhão" (S. Agostinho, Trin. 15,26,47).265 Pela graça do Batismo "em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo" somos chamados a compartilhar da vida da Santíssima Trindade, aquí na terra na obscuridade da fé, e para além da morte, na luz eterna (cf. Pablo VI, SPF 9).266 "A fé católica é esta: que veneremos o único Deus na Trindade e a Trinidade na unidade, não confundindo as pessoas, nem separando a substância; pois uma é a pessoa do Pai, outra a do Filho, outra a do Espírito Santo; mas uma só é a divindade do Pai e do Filho e do Espírito Santo, igual a glória, co-eterna la majestade" (Symbolum "Quicumque").267 Inseparáveis naquilo que são, as pessoas divinas sãoa também inseparáveis naquilo que fazem. Mas na única operação divina cada uma delas manifesta o que lhe é próprio na Trindade, sobretudo nas missões divinas da Encarnação do Filho e do dom do Espírito Santo.

A história da Ascensão do Senhor

“Depois de dizer isso, Jesus foi elevado aos céus, a vista deles. Uma nuvem os encobriu, de forma que seus olhos não podiam mais vê-lo. Os apóstolos continuavam olhando para o céu, enquanto Jesus subia” (At 1,9-10)O texto dos Atos dos Apóstolos descreve o centro do mistério que se celebra na Solenidade da Ascensão do Senhor: Jesus sobe aos céus e, a partir daquele momento, sua presença entre nós manifesta-se de outros modos: nos sacramentos, na Palavra, na pessoa do outro e pela vida de união íntima ao Mestre, como um ramo de videira unido ao seu tronco (Jo 15,1-8). Uma presença que se caracteriza pela atividade da Igreja através dos discípulos do Senhor. É nesse sentido que a Ascensão do Senhor conclui, de modo glorioso, a vida pública de Jesus e delega compromissos missionários e organizacionais à comunidade, aos discípulos e discípulas. A históriaA origem da Solenidade da Ascensão do Senhor inspira-se nos textos bíblicos que relatam a subida de Jesus aos céus, 40 depois de sua Ressurreição. Os relatos Sagrados relacionam a Ascensão do Senhor com a vinda do Espírito Santo. Jesus sobe aos céus prometendo que enviará o Espírito Santo para sustentar os discípulos na tarefa evangelizadora (At 1,6-8). Este é um dos motivos pelos quais, em algumas Igrejas, era comum celebrar a Ascensão e Pentecostes numa única Liturgia. A separação entre as duas festas, contudo, já é mencionada a partir do século IV, como consta em um Lecionário Armeno e em dois sermões feitos pelo Papa Leão Magno. Os textos das missas que descrevem a teologia das antigas celebrações celebram a Ascensão como glorificação de Jesus em vista de confirmar a fé dos discípulos, enviados a evangelizar o mundo. Outro texto diz que a encarnação de Jesus não lhe tirou a glória divina, prova disso é que Jesus subiu aos céus levando consigo a natureza humana. Nesse mesmo tom, uma oração depois da comunhão, do século VIII, proclama a Ascensão do Senhor como promessa que os discípulos de Cristo viverão com Ele na Pátria eterna, pois pela Ascensão, o Senhor abriu as portas para entrar na casa do Pai, canta um longo prefácio do século VIII. Um rito que era realizado nesta solenidade era o apagamento do Círio Pascal, depois da proclamação do Evangelho. Com a reforma Litúrgica do Vaticano II, em 1963, esse rito passou a ser realizado na Solenidade de Pentecostes. O Círio é apagado, no Domingo de Pentecostes, durante a Liturgia das Horas (Oração da tarde), após o cântico evangélico.

Jesus foi arrebatado ao céu

" Depois os levou para Betânia e, levantando as mãos, os abençoou. Enquanto os abençoava, separou-se deles e foi arrebatado ao céu. Depois de o terem adorado, voltaram para Jerusalém com grande júbilo. E permaneciam no templo, louvando e bendizendo a Deus." Lc 24, 50-53 A festa da Ascensão do Senhor sugere-nos também outra realidade: esse Cristo que nos anima a empreender esta tarefa no mundo espera-nos no céu. Por outras palavras: a vida na terra, que nós amamos, não é a realidade definitiva; pois não temos aqui cidade permanente, mas andamos em busca da futura (Heb 13, 14) cidade imutável.Cuidemos, porém, de não interpretar a palavra de Deus dentro dos limites de horizontes estreitos. O Senhor não nos incita a ser infelizes enquanto caminhamos, esperando a consolação apenas no mais além. Deus nos quer felizes também aqui, se bem que anelando pelo cumprimento definitivo dessa outra felicidade, que só Ele pode consumar plenamente.Nesta terra, a contemplação das realidades sobrenaturais, a ação da graça em nossas almas, o amor ao próximo como fruto saboroso do amor a Deu, representam já uma antecipação do céu, uma incoação destinada a crescer de dia para dia. Nós, os cristãos, não suportamos uma vida dupla: mantemos uma unidade de vida, simples e forte, em que se fundamentam e se compenetram todas as nossas ações.Cristo espera-nos. Vivemos já como cidadãos do céu (Fl 3, 20), sendo plenamente cidadãos da terra, no meio das dificuldades, das injustiças, das incompreensões, mas também no meio da alegria e da serenidade que nos dá saber-nos filhos amados de Deus, e vermos como aumenta em número e em santidade este exército cristão de paz, este povo de corredenção. Sejamos almas contemplativas, absorvidas num diálogo constante com Deus, procurando a intimidade com o Senhor a toda hora: desde o primeiro pensamento do dia ate o último da noite; pondo continuamente o nosso coração em Jesus Cristo, Nosso Senhor; achegando-nos a Ele por Nossa Mãe, Santa Maria, e por Ele, ao Pai e ao Espírito Santo.E, se apesar de tudo, a subida de Jesus aos céus nos deixar na alma um travo de tristeza, acudamos à sua Mãe, como fizeram os Apóstolos: Tornaram então a Jerusalém... e oravam unanimemente... com Maria, a Mãe de Jesus (At 1, 12-14).É Cristo que passa, 126Mestre ensina agora os seus discípulos: abriu-lhes a inteligência, para que compreendam as Escrituras, e toma-os por testemunhas da sua vida e dos seus milagres, da sua paixão e morte, e da glória da sua ressurreição (Lc 24, 45.48). Depois, leva-os a caminho de Betânia, ergue as mãos e abençoa-os. – E, entretanto, vai-se afastando deles e eleva-se no céu (Lc 24, 50), até que uma nuvem O ocultou (At 1, 9).Jesus foi para o Pai. – Dois Anjos de brancas vestes se aproximam de nós e nos dizem: – Homens da Galiléia, que fazeis olhando para o céu? (At 1, 11).Pedro e os restantes voltam para Jerusalém – cum gaudio magno – com grande alegria (Lc 24, 52). – É justo que a Santa Humanidade de Cristo receba a homenagem, a aclamação e a adoração de todas as hierarquias dos Anjos e de todas as legiões dos bem-aventurados da Glória. Mas tu e eu nos sentimos órfãos; estamos tristes, e vamos consolar-nos com Maria.

A Teologia da Prosperidade

Eis um assunto da atualidade. Espero que esse artigo possa cativar você, caro leitor, para buscar estudar um pouco mais sobre esse assunto muito difundido em nosso país nas últimas décadas.
A “Teologia da Prosperidade”, propagada hoje no Brasil por alguns segmentos religiosos dos ditos “evangélicos”, tem ressaltado que seguir a Jesus é automaticamente candidatar-se a uma vida de sucesso financeiro, de projeção social e quase imunidade a qualquer tipo de sofrimento. Afirmam que, ao abraçar a fé, as pessoas serão poupadas das dificuldades, terão suas dívidas saldadas, seus problemas familiares se resolverão imediatamente, dentre outros.
Na verdade, até mais do que isto, segundo tal proposta, todo cristão tem o direito de reivindicar e até exigir de Deus a satisfação de seus desejos pessoais. E tal projeção não corresponde ao ideal cristão, pois Deus, segundo o Cristianismo, dá a Graça a todos e cabe à Criatura ser fiel ao seu Criador e não vice-versa. Deus ama a sua criatura, mas não tem “obrigação” de realizar quaisquer pedidos dos homens. Para argumentar sua distinta doutrina, eles interpretam alguns textos bíblicos como Gênesis 17.7, Marcos 11.23-24 e Lucas 11.9-10, pois os que são verdadeiramente fiéis a Deus devem desfrutar de uma excelente situação na área financeira, na saúde, etc. Tal modo de interpretação traz alguns questionamentos.
Segundo o doutorando em História pela UNESP Wander de Lara Proença, a “teologia da prosperidade está trazendo o celeste porvir para o terrestre presente. Para comermos a melhor comida, para vestirmos as melhores roupas, para dirigirmos os melhores carros, para termos o melhor de todas as coisas, para adquirirmos muitas riquezas, para não adoecermos nunca, para não sofrermos qualquer acidente, para morrermos entre 70 e 80 anos, para experimentarmos uma morte suave.”
Segundo o autor Ricardo Mariano, “uma das formas que originaram tal teologia foi o grupo Neopentecostal, que começa na segunda metade da década de 1970 e ainda se encontra em processo de crescimento. Fenômeno comum a todo o continente americano, seus líderes são, na maioria, pregadores nacionais. Com o uso intenso da mídia eletrônica (que também é denominada de televangelismo), este período se caracteriza pela consolidação do pentecostalismo como força social e política.” Programas de rádio e de televisão, revistas, propagandas nas ruas e uma infinidade de segmentos religiosos espalhados pelos quatro cantos do país divulgam e cativam o coração de milhares de pessoas, as quais buscam não o divino, mas o fim das suas provações.
Essa teologia afirma que Deus concede riqueza e bens materiais a quem Lhe é fiel e paga o Dízimo com generosidade; mas esta concepção está mal fundamentada. Todos os católicos devem dar a sua contribuição material à Igreja para que ela possa prover suas necessidades materiais; isto é ensinado pelo Catecismo da Igreja Católica (CIC) no nº2043:
§2043 – "Os fiéis cristãos têm ainda a obrigação de atender, cada um segundo as suas capacidades, às necessidades materiais da Igreja. O quinto mandamento [da Igreja] ("Ajudar a Igreja em suas necessidades") recorda aos fiéis que devem ir ao encontro da necessidades materiais da Igreja, cada um conforme as próprias possibilidades (CDC, cân. 222)".
Nem o Catecismo nem outro documento da Igreja Católica obrigam que o dízimo seja 10% do salário, embora muitos adotem isto na prática, o que é bonito. Mas o dízimo não pode ser uma troca com Deus; deve ser uma doação generosa de quem O ama gratuita e desinteressadamente. O dízimo também pode ser ofertado não em parte monetária, mas em serviço. Um exemplo seria o eletricista tirar um dia de seu trabalho para doar para a igreja para possíveis reparos ou um médico que uma vez por mês se dedica em atender gratuitamente pessoas de sua comunidade na paróquia. Vemos que para a Igreja Católica, dizimo não é sinônimo apenas de dinheiro.
Os seguidores da teologia da prosperidade acham que nós temos direito de reivindicarmos o que quisermos de Deus, esquecendo da soberania divina do criador. Bem, ao estudarmos a Bíblia vemos que Jesus de Nazaré veio pregar um novo modo de vida, pois a sociedade da época estava amplamente em pecado. Dessa forma, Jesus pregou uma mudança total de vida para que as pessoas pudessem entrar “na casa de meu Pai”, como ele mesmo assinalava.
Entendendo o Novo Testamento nesse viés, Jesus em nenhum momento de pregação ou ensinamento se mostrou favorável a que as pessoas tivessem amplas posses ou posições privilegiadas. Nota-se que ele sempre assinalou que seus seguidores se preocupassem com o “outro mundo” e não com a vida terrena.
Segundo o professor Felipe Aquino, pessoas bem intencionadas, às vezes desesperadas com os seus problemas, dão o que têm e, às vezes, o que não têm a essas "igrejas", e depois ficam, muitas vezes, em situação pior ainda. Não é esta a vontade Deus; Jesus alertou: "Cuidado com os falsos profetas... pelos seus frutos os conhecereis". (Mt 7,15-16)“Esta estrutura de pensamento pode ser encontrada nos livros do bispo Edir Macedo, fundador e principal líder da IURD (Igreja Universal do Reino de Deus). Além da Igreja Universal do Reino de Deus, fundada em 1977, e que já possui seguidores em diversos países da América latina e da Europa, no Brasil a Teologia da Prosperidade é absorvida também pelas Igrejas Renascer em Cristo, Comunidade Evangélica Sara Nossa Terra, Nova Vida, Bíblica da Paz, Cristo Salva, Cristo Vive, Verbo da Vida, Nacional do Senhor Jesus Cristo e pelas organizações Adhonep, Missão Shekinah e Internacional da Graça de Deus, todas elas com representantes em outros países da América Latina e da península Ibérica” [1]
A mídia, muitas vezes, através de tais programas, mostram pessoas humildes que tinham perdido tudo, que estavam a beira da morte, que estavam na ruína, que eram muitas delas Católicas Romanas, mas que, ao ingressar em tais denominações religiosas, suas vidas mudaram e prosperaram. Que ali eles acharam Jesus e agora eles são felizes. Essa é uma forma que tal teologia é divulgada.
Bem, eis algumas passagens bíblicas que ressaltam que os fiéis devem largar a vida terrena em prol do Reino de Deus:
“Então, os apóstolos lhes impunham as mãos e recebiam estes o Espírito Santo. Vendo, porém, Simão que, pelo fato de imporem os apóstolos as mãos, era concedido o Espírito Santo, ofereceu-lhes dinheiro, propondo: Concedei-me a mim este poder. (...) Pedro, porém, replicou: Pereça teu dinheiro e tu com ele.” (At 8:17-18)
"Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz a cada dia e me siga. Porque quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la, mas quem sacrificar a sua vida por amor de mim, salvá-la-á" (Lc 9,23-24).
"É para a vossa educação que sofreis: Deus vos trata como filhos. Qual é, com efeito, o filho cujo pai não educa? Se sois privados da educação da qual todos participam, então sois bastardos e não filhos". (Hb 12, 7s)
"A piedade é de fato grande fonte de lucro, mas para quem sabe se contentar. Pois nada trouxemos para o mundo, nem coisa alguma dele poderemos levar. Se, pois, temos alimento e vestuário, contentemo-nos com isso. Ora, os que querem se enriquecer caem em tentação e cilada, e em muitos desejos insensatos e perniciosos que mergulham os homens na ruína e na perdição. Porque a raiz de todos os males é o amor ao dinheiro, por cujo desenfreado desejo alguns se afastaram da fé, e a si mesmos se afligem com múltiplos tormentos". (1Tm 6,5-10)
“É por isso que não desfalecemos. Ainda que exteriormente se desconjunte nosso homem exterior, nosso interior se renova de dia para dia. A nossa presente tribulação momentânea e ligeira, nos proporciona um peso eterno de glória incomensurável”. (2 Cor 4, 16-17)
“Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo, passais por aflições; vós tereis que sofrer neste mundo, mas tende coragem eu venci o mundo! (Jo 16, 33)
- CONCUSÃO
Concluo que Jesus de Nazaré em nenhum momento de sua pregação propôs riqueza nem prosperidade aos seus seguidores. Propôs a salvação de suas almas àqueles que fossem fiéis a sua doutrina. Somente observando essas passagens acima temos certeza que o Jesus não assinalou que as pessoas não deveriam sofrer ou não passar por problemas. E esse é o ponto mais elevado dessa nossa Teologia pós-moderna.
Enfatizo que os fiéis precisam ter um censo crítico para saber diferenciar e entender a palavra de Deus. Se, mesmo assim, quiserem ingressar na Teologia da Prosperidade, que o façam de forma consciente. Assim, não serão levadas como um grupo de ovelhas perdidas no meio do campo.

sábado, 2 de maio de 2009

A VIRGEM MARIA

1 - Dogma da Maternidade Divina – é Mãe de Deus§495 – Denominada nos Evangelhos “a Mãe de Jesus” (Jo 2,1; 19,25; Mt 13, 55), Maria é aclamada, sob o impulso do Espírito, desde antes do nascimento de seu Filho, como “a Mãe de meu Senhor” (Lc 1,43). Com efeito, Aquele que ela concebeu do Espírito Santo como homem e que se tornou verdadeiramente seu Filho segundo a carne não é outro que o Filho eterno do Pai, a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade. A Igreja confessa que Maria é verdadeiramente Mãe de Deus (Theotókos, DS 251).Maria – Predestinada a ser Mãe do Verbo encarnado§488 – “Deus enviou Seu Filho” (Gl 4,4), mas para “formar-lhe um corpo” (Hb 10,5), quis a livre cooperação de uma criatura. Por isso, desde toda a eternidade, Deus escolheu, para ser a Mãe de Seu Filho, uma filha de Israel, uma jovem judia de Nazaré na Galiléia, “uma virgem desposada com um varão chamado José, da casa de Davi, e o nome da virgem era Maria” (Lc 1,26-27):“Quis o Pai das misericórdias que a Encarnação fosse precedida pela aceitação daquela que era predestinada a ser Mãe de seu Filho, para que, assim como uma mulher contribuiu para a morte, uma mulher também contribuísse para a vida” (LG 56, 61).Gen 3, 15 – “Porei ódio entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela. Esta te ferirá a cabeça, e tu ferirás o calcanhar.”S. Luiz de Montfort afirma: “Deus Pai ajuntou todas as águas e denominou-as mar; reuniu todas as graças e denominou-as Maria.2 - Maria - Imaculada Conceição§490 - Para ser a Mãe do Salvador , Maria “foi enriquecida por Deus com dons dignos para tamanha função” (LG 56). No momento da Anunciação o anjo Gabriel a saúda como “cheia de graça” (Lc 1,28). §491 - Ao longo dos séculos a Igreja tomou consciência de que Maria, “cumulada de graça” por Deus (Lc 1,28 ), foi redimida desde a concepcão. É isto que confessa o dogma da Imaculada Conceição, proclamado em 1854 pelo Papa Pio IX: “A beatíssima Virgem Maria, no primeiro instante de sua Conceição, por singular graça e privilégio de Deus onipotente, em vista dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano, foi preservada imune de toda mancha de pecado original” (DS 2803). Os Padres da Tradição oriental chamam a Mãe de Deus “a toda santa” (“Pan-hagia”), celebram-na como “imune de toda mancha de pecado, tendo sido plasmada pelo Espírito Santo, e formada como uma nova criatura” (LG 53). Pela graça de Deus, Maria permaneceu pura de todo pecado pessoal ao longo de toda a sua vida.3 – Dogma da Virgindade Perpétua496 – Desde as primeiras formulações da fé (DS 10-64), a Igreja confessou que Jesus foi concebido exclusivamente pelo poder do Espírito Santo no seio da Virgem Maria, afirmando também o aspecto corporal deste evento: Jesus foi concebido “do Espírito Santo, sem sêmen” (Conc. de Latrão, DS 503). Os padres vêem na conceição virginal o sinal (Is 7,14) de que foi verdadeiramente o Filho de Deus que veio numa humanidade como a nossa:Sto. Inácio de Antioquia (†107): “Estais firmemente convencidos acerca de Nosso Senhor, que é verdadeiramente da raça de Davi segundo a carne (Rm 1,3), Filho de Deus segundo a vontade e o poder de Deus (Jo 1, 3), verdadeiramente nascido de uma virgem... ele foi verdadeiramente pregado, na sua carne, [à cruz] por nossa salvação sob Pôncio Pilatos... ele sofreu verdadeiramente, como também ressuscitou verdadeiramente (Carta aos erminenses I-II)”.“O que foi gerado nela vem do Espírito Santo”, diz o anjo a José acerca de Maria, sua noiva (Mt 1,20). A Igreja vê aí o cumprimento da promessa divina dada pelo profeta Isaías: “Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho” (Is 7,14, segundo a tradução grega de Mt 1,23).“O príncipe deste mundo ignorou a virgindade de Maria e o seu parto, da mesma forma que a Morte do Senhor: três mistérios proeminentes que se realizaram no silêncio de Deus” (S. Inácio de Antioquia, Ad Eph. 19,1)§499 – O aprofundamento de sua fé na maternidade virginal levou a Igreja a confessar a virgindade real e perpétua de Maria (DS 427), mesmo no parto do Filho de Deus feito homem (DS 291;294; 442; 503;571; 1880). Com efeito, o nascimento de Cristo “não lhe diminuiu, mas sagrou a integridade virginal” de sua mãe (LG 57). A Liturgia da Igreja celebra Maria como a “Aeiparthenos” “sempre virgem” (LG 52).Santo Agostinho: “Maria permaneceu Virgem concebendo seu Filho, Virgem ao dá-lo à luz, Virgem ao carregá-lo, Virgem ao amamentá-lo de seu seio, Virgem sempre” ( Serm.,186,1: PL 38, 999).§500 – A isto objeta-se por vezes que a Escritura meninos irmãos e irmãs de Jesus (Mc 3, 31-35; 6,31; 1 Cor 9,5; Gl 1,19). A Igreja sempre entendeu que essas passagens não designam outros filhos da Virgem Maria: com efeito, Tiago e José, “irmãos de Jesus” (Mt 13,55), são os filhos de uma Maria (de Cléofas) discípula de Cristo (Mt 27, 56) que significativamente é designada como “a outra Maria” (Mt 28,1). Trata-se de parentes próximos de Jesus, consoante uma expressão conhecida do Antigo Testamento (Gn 13,8; 14,16; 29,15, etc.).§503 – A virgindade de Maria manifesta a iniciativa absoluta de Deus na Encarnação. Jesus tem um só Pai: Deus (Lc 2, 48-49). Maria respondeu com a “obediência da fé” (Rm 1,5 ), certa que “nada é impossível a Deus”: “Eu sou a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a sua palavra” (Lc 1,37-38 ). S. Ireneu, “obedecendo, se fez causa de salvação, tanto para si quanto para todo o gênero humano” (Adv. haer. 3, 22,4). “O nó da desobediência de Eva foi desfeito pela obediência de Maria; o que a virgem Eva ligou pela incredulidade, a virgem Maria desligou pela fé” (idem). Comparando Maria com Eva chamam-na de “mãe dos viventes”; e com frequência afirmam: “veio a morte por Eva e a vida por Maria” (LG 56).4 – Dogma da Assunção ao Céu§974 – Depois de encerrar o curso de sua vida terrestre, a Santíssima Virgem Maria foi elevada em corpo e alma à glória do Céu, onde já participa da glória da ressurreição do seu Filho, antecipando a ressurreição de todos os membros de seu corpo.§966 - “Finalmente, a Imaculada Virgem, preservada imune de toda mancha da culpa original, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celeste. E, para que mais plenamente estivesse conforme a seu Filho, Senhor dos senhores e vencedor do pecado e da morte, foi exaltada pelo Senhor como Rainha do universo” (LG 59; Pio XII, proclamação do dogma da Assunção, em 1950). A Assunção da Virgem Maria é uma participação singular na Ressurreição de seu Filho e uma antecipação da ressurreição dos outros cristãos:“Em vosso parto, guardaste a virgindade, na vossa dormição não deixastes o mundo, ó mãe de Deus: fostes juntar-vos à fonte da vida, vós que concebestes o Deus vivo e, por vossas orações, livrareis as nossas almas da morte” (Liturgia bizantina, Tropário da festa da Dormição). 5 - Maria - Mãe na ordem da graça§968 - “De modo inteiramente singular, pela obediência, fé, esperança e ardente caridade ela cooperou na obra do Salvador para a restauração da vida sobrenatural das almas. Por este motivo ela se tornou para nós mãe na ordem da graça” (LG 61).§969 - “Assunta aos céus, não abandonou este múnus salvífico, mas por sua múltlipa intercessão prossegue em granjear-nos os dons da salvação eterna. (...) Por isso, a bem-aventurada Virgem Maria é invocada na Igreja sob os títulos de advogada, auxiliadora, protetora, medianeira” (LG 62).6 - Maria - medianeira das graças§970 - “A missão materna de Maria em favor dos homens de modo algum obscurecem nem diminuiu a mediação única de Cristo; pelo contrário, até ostenta sua potência, pois todo o salutar influxo da bem-aventurada Virgem (...) deriva dos superabundantes méritos de Cristo, estriba-se na sua mediação, dela depende inteiramente e dela aufere toda a sua força” (LG 60).“Com efeito, nenhum criatura jamais pode ser colocada no mesmo plano que o Verbo encarnado e Redentor. Mas da mesma forma que o sacerdócio de Cristo é participado de vários modos seja pelos ministros seja pelo povo fiel, e da mesma forma que a indivisa bondade de Deus é realmente difundida das criaturas de modos diversos, assim também a única mediação do Redentor não exclui, senão que antes suscita nas criaturas uma variegada cooperação que participa de uma única fonte” (LG 62).“Cremos que a Santíssima Mãe de Deus, nova Eva, Mãe da Igreja, continua no Céu sua função materna em relação aos membros de Cristo” (Credo do Povo de Deus, Paulo VI, 15)Santo Afonso de Ligório :“Deus quer que pelas mãos de Maria nos cheguem todas as graças... A ninguém isso pareça contrário à sã teologia. Pois Santo Agostinho, autor dessa proposição, estabelece como sentença, geralmente aceita, que Maria tem cooperado por sua caridade para o nascimento espiritual de todos os membros da Igreja” (GM, p. 15).São Bernardo :“Tal é a vontade de Deus que quis que tenhamos tudo por Maria. Se, portanto, temos alguma esperança, alguma graça, algum dom salutar, saibamos que isto nos vem por suas mãos”.“Eras indigno de receber as graças divinas: por isso foram dadas a Maria a fim de que por ela recebesses tudo o que terias” (idem).São Bernardino de Sena:“Todos os dons virtudes e graças do Espírito Santo são distribuídos pelas mãos de Maria, a quem ela quer, quando quer, como quer, e quanto quer” (Tvd, p. 137).Santo Efrém, († 373):“Minha Santíssima Senhora, Santa Mãe de Deus, cheia de graças e favores divinos, Distribuidora de todos os bens! Vós sois, depois da Santíssima Trindade, a Soberana de todos; depois do Medianeiro, a Medianeira do Universo, Ponte do mundo inteiro para o céu. Olhai benigna para minha fé e meu desejo que me foram inspirados por Deus” (VtMM, p. 97).São Boaventura (1218-1274), bispo e doutor da Igreja:“Deus depositou a plenitude de todo o bem em Maria, para que nisto conhecêssemos que tudo que temos de esperança, graça e salvação, dela deriva até nós” (VtMM, p. 101).Santo Alberto Magno:“É anunciada à Santíssima Virgem tal plenitude de graça, que se tornou por isso a fonte e o canal de transmissão de toda a graça a todo o gênero humano” (idem).São Pedro Canísio (1521-1597), doutor da Igreja:“O Filho atenderá Sua Mãe e o eterno Pai ouvirá Seu próprio Filho: eis o fundamento de toda nossa esperança” (idem).São Roberto Belarmino (1542-1621), bispo e doutor da Igreja:“Todos os dons, todas as graças espirituais que por Cristo, como cabeça, descem para o corpo, passam por Maria que é como o colo desse corpo místico” (VtMM, p. 102).São Luiz Monfort:“Reconhecemo-nos indignos e incapazes de, por nós mesmos, aproximar-nos de Sua Majestade infinita; e por isso servimo-nos da intercessão da Santíssima Virgem. Além disso é uma prática de grande humildade, virtude que Deus ama acima de todas as outras.7 - Maria – Mãe da Igreja§964 - “A bem-aventurada Virgem avançou na sua peregrinação de fé, manteve fielmente sua união com seu Filho até à cruz, onde esteve presente não sem desígnio divino, sofreu intensamente junto com seu unigênito. E com ânimo materno se associou ao seu sacrifício, consentindo com amor na imolação da vítima por ela gerada. Finalmente, pelo próprio Jesus moribundo na cruz foi dada como mãe ao discípulo com estas palavras: “Mulher, eis aí teu filho” (Jo 19,26-27)” (LG 58).8 - Maria – seu Culto na Igreja§971 - “Todas as gerações me chamarão bem aventurada”(Lc 1,48). “A piedade da Igreja para com a Santíssima Virgem é intrínseca ao culto cristão” (MC 56). A Santíssima Virgem “é legitimamente honrada com um culto especial pela Igreja [hiper dulia]. Com efeito, desde os remotíssimos tempos a bem aventurada Virgem é venerada sob o título de ‘Mãe de Deus’ sob cuja proteção os fiéis se refugiam suplicantes em todos os seus perigos e necessidades. (...) Este culto (...)embora seja inteiramente singular, difere essencialmente do culto de adoração que se presta ao Verbo encarnado e igualmente ao Pai e ao Espírito Santo, mas favorece poderosamente” (LG 66) este culto encontra sua expressão nas festas litúrgicas dedicadas à Mãe de Deus (SC 103) e na oração mariana, tal como o Santo Rosário, resumo de todo o Evangelho” (MC 42).

Santo Agostinho

"Ter fé é assinar uma folha em branco e deixar que Deus nela escreva o que quiser"

Por que batizar as crianças?

A razão teológica pela qual a Igreja batiza crianças é que o Batismo não é como uma matricula em um clube, mas é um renascer para a vida nova de filhos de Deus, que acontece mesmo que a criança não tome conhecimento do fato. Este renascer da criança a faz herdeira de Deus. A partir do Batismo a graça trabalha em seu coração (cf. 1 Jo 3,9), como um princípio sobrenatural. Elas não podem professar a fé, mas são batizadas na fé da Igreja a pedido dos pais. Santo Agostinho explicava bem isto: “As crianças são apresentadas para receber a graça espiritual, não tanto por aqueles que as levam nos braços (embora, também por eles, se são bons fiéis), mas sobretudo pela sociedade espiritual dos santos e dos fiéis... É a Mãe Igreja toda, que está presente nos seus santos, a agir, pois é ela inteira que os gera a todos e a cada um ” (Epist. 98,5).Nenhum pai espera o filho chegar à idade adulta para lhe perguntar se ele quer ser educado, ir para a escola, tomar as vacinas, etc. Da mesma forma deve proceder com os valores espirituais. Se amanhã, esta criança vier a rejeitar o seu Batismo, na idade adulta, o mal lhe será menor, da mesma forma que se na idade adulta renegasse os estudos ou as vacinas que os pais lhe propiciaram na infância. A Bíblia dá indícios de que a Igreja sempre batizou crianças. Na casa do centurião Cornélio (“com toda a sua casa”; At 10,1s.24.44.47s); a negociante Lídia de Filipos (At 16,14s); o carcereiro de Filipos (16, 31-33), Crispo de Corinto (At 18,8); a família de Estéfanas (1Cor 1, 16).Orígenes de Alexandria († 250) e S. Agostinho (430), atestam que “o costume de batizar crianças é tradição recebida dos Apóstolos”. Santo Irineu de Lião (†202) considera óbvia a presença de “crianças e pequeninos” entre os batizados (Contra as heresias II 24,4). Um Sínodo da África, sob São Cipriano de Cartago (†258) aprovou que se batizasse crianças “já a partir do segundo ou terceiro dia após o nascimento” (Epist. 64). O Concilio regional de Cartago, em 418, afirmou: “Também os mais pequeninos que não tenham ainda podido cometer pessoalmente um pecado, são verdadeiramente batizados para a remissão dos pecados, a fim de que, mediante a regeneração, seja purificado aquilo que eles têm de nascença” (Cânon 2, DS,223).No Credo do Povo de Deus, o Papa Paulo VI afirmou:“O Batismo deve ser ministrado também às criancinhas que não tenham podido ainda tornar-se culpadas de qualquer pecado pessoal, a fim de que elas, tendo nascido privadas da graça sobrenatural, renasçam pela água e pelo Espírito Santo para a vida divina em Cristo Jesus” (nº 18).A Bíblia sugere o batismo de todos, o que inclui as crianças:Atos 2,38-39: "Disse-lhes Pedro: 'Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados. E recebereis o dom do Espírito Santo. A promessa diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos que estão longe - a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar'." Atos 16,15: "Depois que foi batizada, ela e a sua casa, rogou-nos dizendo: 'Se haveis julgado que eu seja fiel ao Senhor, entrai em minha casa, e ficai ali'. E nos constrangeu a isso." Atos 16,33: "Tomando-os o carcereiro consigo naquela mesma noite, lavou-lhes os vergões; então logo foi batizado, ele e todos os seus." Atos 18,8: "Crispo, principal da sinagoga, creu no Senhor, com toda a sua casa; e muitos dos coríntios, ouvindo-o, creram e foram batizados." 1Coríntios 1,16: "Batizei também a família de Estéfanas; além destes, não sei se batizei algum outro". O Batismo é necessário a todos, inclusive às crianças João 3,5: "Jesus respondeu: 'Em verdade, em verdade, te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus'." Romanos 6,4: "De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte, para que, como Cristo ressurgiu dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida." "Todos pecaram" em razão do pecado de Adão, inclusive as crianças Romanos 3,23: "Pois todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus" Romanos 5,12.19: "Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram. Pois como pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores, assim pela obediência de um, muitos serão feitos justos." Salmo 51[52],5: "Certamente em iniqüidade fui formado, e em pecado me concebeu a minha mãe." A Circuncisão (em geral realizada em crianças, cf. Gênesis 17,12), foi substituída pelo Batismo Colossences 2,11-12: "Nele também fostes circuncidados com a circuncisão não feita por mãos no despojar do corpo da carne, a saber, a circuncisão de Cristo, tendo sido sepultados com ele no batismo, nele também ressurgistes pela fé no poder de Deus, que o ressuscitou dentre os mortos." As crianças podem crer Marcos 9,42: "E quem escandalizar a um destes pequeninos que crêem em mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma grande pedra de moinho, e fosse lançado ao mar" Lucas 1,41-44: "Ao ouvir Isabel a saudação de Maria, a criancinha saltou no seu ventre, e Isabel foi cheia do Espírito Santo. Exclamou ela em alta voz: 'Bendita és tu entre as mulheres, e bendito o fruto do teu ventre. De onde me provém que me venha visitar a mãe do meu Senhor? Ao chegar-me aos ouvidos a voz da tua saudação, a criancinha saltou de alegria no meu ventre." Salmo 22[23],9-10: "Contudo, tu me tiraste do ventre; tu me preservaste, estando eu ainda aos seios de minha mãe. Sobre ti fui lançado desde a madre; tu és o meu Deus desde o ventre da minha mãe."

Por que os católicos veneram imagens?

Desde a antigüidade, o homem sempre usou pinturas figuras, desenhos e esculturas, entre outros, para dar a entender ou explicar algo. Estes meios servem para ajudar a visualizar o invisível; para explicar o que não se pode ser explicado com palavras. Quando o homem caiu pelo pecado e perdeu a intimidade com Deus, começou a confundir Deus com outras coisas e a render-lhe como se fossem deuses. Este culto era representado freqüentemente com esculturas ou imagens idolátricas. A proibição do Decálogo contra as imagens se explica pela função de tais representações.
Entretanto, ainda quando muitas pessoas pensam que o primeiro mandamento proíbe a veneração das imagens isto não é necessariamente assim. O culto cristão às imagens não é contrário ao primeiro mandamento porque a honra que se presta a uma imagem pertence a quem nelas é representado. Que dizer, se venera uma imagem não por ser a imagem em si, mas pelo que esta representa.
Neste sentido, Santo Tomás de Aquino em sua monumental Summa Theologiae assinala que "o culto da religião não se dirige às imagens em si mesmas como realidades, mas que as olha sob seu aspecto próprio de imagens que nos conduzem a Deus encarnado. Pois bem, o movimento que se dirige à imagem em quanto tal, não se detém nela, mas tende à realidade da que é imagem".
Inclusive já no Antigo Testamento, Deus ordenou ou permitiu a instituição de imagens que conduziriam simbolicamente à salvação pelo Verbo encarnado, e como exemplo disso temos a serpente de bronze ou a arca da aliança e os querubins.
As primeiras comunidades cristãs representaram a Jesus com imagens de Bom Pastor, mais adiante apareceram as de Cordeiro Pascal e outros ícones representando a vida de Cristo. As imagens têm sido sempre um meio para dar a conhecer e transmitir a fé em Cristo e a veneração e amor à Santíssima Virgem e aos santos. Prova disso, são as catacumbas -a maioria localizada me Roma- onde ainda se conservam imagens feitas pelos primeiros cristãos, como as catacumbas de Santa Priscila, pintadas na primeira metade do século III.
Entretanto, com a encarnação de Jesus Cristo foi inaugurada uma nova economia das imagens.Cristo tomou e resgatou os ensinamentos do Antigo Testamento e lhe deu uma interpretação mais perfeita em sua própria pessoa. Antes de Cristo ninguém podia ver o rosto de Deus; em Cristo Deus se fez visível. Antes de Jesus as imagens com freqüência representavam a ídolos, eram usadas para a idolatria. Agora o verdadeiro Deus quis tomar imagem humana já que ele é a imagem visível do Pai.
Maria e os Santos
A igreja Católica venera aos santos mais não os adora. Adorar algo ou alguém que não seja Deus é idolatria. Há que saber distinguir entre adorar e venerar. São Paulo ensina a necessidade de recordar com especial estima aos nossos precursores na fé. Eles não desapareceram no nada mas a nossa fé nos dá a certeza do céu onde os que morreram na fé estão já vitoriosos em Cristo.
A igreja respeita as imagens da mesma forma que se respeita e venera a fotografia de um ser querido. Todos sabemos que não é o mesmo contemplar a fotografia e contemplar a própria pessoa de carne e osso. Não está, então, a tradição Católica contra a Bíblia. A Igreja é fiel a autêntica interpretação cristã desde suas origens.
A igreja procurou sempre com interesse especial que os objetos sagrados servissem ao esplendor do culto com dignidade e beleza, aceitando a variedade de matéria, forma e ornato que o progresso da técnica tem produzido ao longo dos séculos. Mais ainda: a Igreja se considerou sempre como árbitro das mesmas, escolhendo entre as obras artísticas as que melhor responderam à fé, à piedade e às normar religiosas tradicionais, e que assim seriam melhor adaptadas ao uso sagrado.

A Virgem Maria e o Ecumenismo.

Maria, quando bem interpretada na doutrina, nunca é ponto de desunião, mas de verdadeira união. Vemos muitas Igrejas cristãs que não reconhecem o papel de Maria, que não olham Maria na função que ela de fato exerce no meio de nós cristãos. Olhando para o verdadeiro papel dela é que podemos de fato perceber também o nosso papel de cristãos.
É preciso que olhemos com muito amor e carinho para Maria, e aprendermos de fato o que ela quer ensinar a nós, porque sabemos que Jesus tinha um grande desejo, e na sua oração Ele dizia: “Pai que todos sejam um”. E hoje infelizmente vemos tantas comunidades religiosas que buscam o caminho de Jesus, mas entre si não estão vivendo em harmonia, e criticam um ao outro. E o que Jesus nos pediu é que encontremos juntos o caminho da salvação.
Olhando para a história da Igreja, nós vamos entender um pouco algumas questões na doutrina de Maria e quais os caminhos que devemos tomar para que o desejo e a oração de Jesus aconteça entre nós. E com certeza o Pai já esta concedendo esse desejo ao seu filho Jesus, e aos poucos nós cristãos estamos buscando a verdade, e esta unidade que é tão importante para a nossa salvação.
Olhando a evolução da doutrina de Nossa Senhora, nós vamos entender de fato que na pessoa de Nossa senhora vamos encontrar quatro verdades de fé, que foram colocadas ao longo da história para podermos entender o mistério do papel de Maria, e o que ela representa a nós cristãos.
No ano de 451, no Concilio de Éfeso, Maria foi declarada Mãe de Deus. Depois de muitos estudos, debruçando sobre a Palavra de Deus, sobre a Tradição da Igreja e o Magistério, percebeu-se: de fato Maria é mãe de Deus. Isto é verdade de fé.
No ano de 649 na Basílica de Latrão, se declarou Maria sempre Virgem. Antes, durante e depois do parto. Esses dois dogmas da Igreja antiga permanecem fiéis e nos ajudam a caminhar.
No ano de 1854, ela foi reconhecida como a 'Imaculada Conceição'. Ela ficou livre do pecado original. Depois de muitos estudos, de muita dedicação à Palavra de Deus, nós encontramos esta verdade de fé: Maria é a Imaculada Conceição. Nela não existe o pecado original. Depois em 1950, foi declarada a Assunção de Maria. Ela foi elevada aos céu em corpo e alma.
Ela que é filha de Deus Pai, mãe de Deus Filho e esposa do Espírito Santo.
Os caminhos da Igreja, neste dois primeiros dogmas, pertencem a toda tradição cristã, porque não havia divisão na Igreja, apenas depois da Reforma Protestante.
O jeito de reconhecer Maria nas diversas tradições vão mudando, mas vemos que até 1500, até a Reforma Protestante, o papel de Maria era interpretado de uma única forma.

Maria tem o papel muito importante. Como gostamos de lembrar no Evangelho nas bodas de Caná. Ela não espera apenas que peçamos, ela conhece quando o filho precisa de alguma coisa. Maria olha assim para nós, como mãe, e intercede por nós. Este é o papel de Maria na nossa história, porque ela não espera que peçamos a ela, mas se antecipa e pede, roga ao Filho por nós. Se não pedimos, ela intercede e se pedimos, ela intercede mais ainda, porque é nossa mãe e porque nos ama.
Porque é tão diferente o nosso olhar para Maria de como os nossos irmãos protestantes a olham?
Enquanto interpretamos a nossa fé através da Palavra, do Magistério da Igreja, na sua Tradição, nós temos estas diversas fontes, na Teologia. Nós temos um amplo olhar sobre Maria, enquanto os nossos irmãos não tem um Magistério para ajudá-los a interpretar, e eles ficam com a simples Maria de Nazaré, porque a olham através da Palavra sem um grande aprofundamento, olham a letra mas não buscam a profundidade.
A nossa fé nos ajuda a encontrar as graças e as bênçãos de Deus. E algo que ninguem pode negar é que Maria é o sinal da passagem da antiga para a nova aliança. Quem é Maria? É a mulher que nos une, é a mulher do sim, aquela que fez a vontade de Deus. Se queremos seguir Jesus precisamos olhar para Maria.
Maria é transparente, ela nunca é obstáculo, mas nela contemplamos Cristo. Olhamos para ela, e dela recebemos o ensinamento de Cristo. Maria nos deixou um mandamento: “Fazei tudo o que Ele vos disser”. Seguindo o mandamento de Maria não temos medo e não há nenhum perigo de nos afastarmos de Jesus.
Ser cristão é ser transparente é deixar Deus transparecer em nós. Esse é o cristão que busca verdadeiramente Jesus.
Muitas vezes vemos muitos maldizendo e zombando do nosso amor a Maria. Parece até que Maria é alguém apenas para os católicos, mas não é verdade, encontramos Maria na vida de todos.
'Lutero conservou-se fiel a Nossa Senhora, conservou a sua devoção.'Encontramos Maria nos fundadores do protestantismo: Lutero, Calvino e John Wesley. Encontramos neles, em seus estudos, uma profunda mariologia.
Quero trazer algumas frases destes fundadores, o que eles falavam de Maria.
Lutero, o mais conhecido mestre da reforma, nunca abandonou Maria. Ele se fez padre por causa de Maria. E mesmo depois da separação, ele se apegou profundamente a Maria. Eles conservaram muitas tradições onde os seu continuadores não levaram à frente.
Ele nunca rejeitou Maria, e disse que quem a nega não é cristão. Nos seus escritos encontramos que quando diz na Palavra 'os irmãos de Jesus', quer dizer primos parentes. No seu calendário luterano, até hoje existe três festas de Maria: A festa da Anunciação e encarnação, a festa da visita de Isabel e a festa da purificação de Nossa Senhora. E isso se conserva até hoje.
Ele tem um comentário belíssimo, sobre o Magnificat. Lutero diz: "Oh bem aventurada Mãe, Virgem digníssima, recorda-te de nós, obtém que também em nós o Senhor faça essas grandes coisas". Lutero fala também da virgindade de Maria. Quando Mateus fala da concepção de Maria e diz que depois Maria co-habitou com José. (Evangelho de São Mateus 1) Diz Lutero: Depois dessas Palavras não se deve crer nem dizer que houve consórcio conjugal, não se deve crer e nem dizer isso, porque Maria permanece virgem.
Os irmãos, mencionados nos evangelhos, são parentes do Senhor, isso Lutero escreve quase no final de sua vida.
No ano de 1546 num sermão onde ele estava muito agitado, ele falou fortemente assim: “Se deve adorar somente a Cristo, mas não se deve honrar a Santa mãe de Deus? Esta é a mulher que esmagou a cabeça da serpente. Ouve-nos pois o Filho te honra. Ele nada te nega". Lutero conservou-se fiel a Nossa Senhora, conservou a sua devoção.
Calvino, aceita Maria como Mãe de Deus, ele sustenta a virgindade de Maria, e como Lutero, ele também diz que os irmãos citados no Evangelho são parentes de Jesus. Ele diz que professar o contrário (dizer que Maria teve mais filhos) é ignorância, é louca sutileza e abuso da Sagrada Escritura.
Nós temos esta graça, e outra coisas bonitas que encontramos em outra religião que não aceitam Jesus como Deus, mas que tem uma profunda devoção pela Virgem Maria, falam da sua concepção virginal, falam do papel de Maria, onde ela é a única mulher citada no Alcorão do islamismo.
A Palavra de Deus nos revela a grandeza de Maria a mãe de Deus e nossa mãe. Ela se faz presente em nossa vida, se faz presente na vida de cada um de nós para que encontremos o sentido da nossa vida. Ela como mãe intercede por nós.

Por que veneramos Maria?

Porque sou devoto de Nossa Senhora? Porque nós veneramos e temos este carinho pela mãe de Deus? Nossa veneração por Maria é justamente por ela ser mãe do nosso Salvador. Venerar Maria é justamente ter este carinho especial pela mãe de nosso Salvador.
“E Maria disse: Minha alma glorifica ao Senhor, meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador, porque olhou para sua pobre serva. Por isto, desde agora, me proclamarão bem-aventurada todas as gerações, porque realizou em mim maravilhas aquele que é poderoso e cujo nome é Santo”. (Lucas 1, 46 a 49)
Nós veneramos Maria por que ela reconheceu a grandeza do Senhor e se fez serva, ela não quer tomar o lugar de Deus, ela apenas aponta para Jesus. Maria não quer que nós, seus filhos, olhemos para ela e vejamos só ela, mas ela quer que olhando para ela nós enxerguemos Jesus. É importante nos equilibrarmos em nossa devoção. É importante que caminhemos com Maria e saibamos olhar para Jesus.
Muitas vezes nós pedimos a Jesus uma benção especial e pedimos que Jesus visite nossas casas, cuide de nossas vidas. Também podemos ter este diálogo com Nossa Senhora. Tem gente que é sincero na oração e diz para Nossa Senhora: “Mãezinha, ajuda-me a cuidar dos meus filhos”. Isso é importante, assim nós estaremos venerando Nossa Senhora.
Maria é mãe da Igreja, mãe nossa e mãe até daqueles que não a reconhecem como mãe. Na ordem natural, nós temos nossas mães aqui na terra. E eu pergunto a você: porque será que nós amamos nossas mães? Porque somos frutos dela e do nosso pai. Nós também temos uma mãe na ordem sobrenatural que é a mãe de Jesus: Maria. Quantas vezes as pessoas vendo minha mãe, falaram “olha a mãe do padre!”, pois as pessoas admiram e se alegram muito quando vêem a minha mãe, porque sou padre. Imagine só quando nós falamos da mãe de Jesus. Ela merece um carinho especial, pois é a mãe do Nosso Senhor.

"Maria nos pega no colo", Tenho muito carinho pela minha mãe terrena e por Nossa Senhora tenho um carinho todo especial. Maria nos pega no colo. Eu tenho uma amiga que me contou um testemunho sobre uma experiência que ela teve com Maria. Essa minha amiga sentia uma dor muito forte na barriga e um dia em um grupo de oração, ela estava rezando e a dor estava muito forte. Terminado o grupo de oração, ela foi para casa e deitou em sua cama, na cabeceira da cama havia um terço e naquele momento ela começou a rezar para Nossa Senhora, pedindo que ela a ajudasse a suportar a dor.

Enquanto ela rezava viu que o terço começou a brilhar e ela foi tomada por uma dor muito forte e teve que ser levada para o hospital. Um cisto havia estourado e ela teria que fazer uma cirurgia de emergência. Colocaram ela em uma maca, a levaram para uma sala de cirurgia e deixaram ela sozinha nesta sala. De repente ela olha para a porta da sala e vê Nossa Senhora e ouviu Maria dizer a ela: “Marcela pode ficar tranqüila, eu estou com você, vai dar tudo certo”.
A enfermeira pediu que ela saísse da maca para ir para mesa de cirurgia, mas ela estava com dificuldades de ir e ficou pensando como faria sem que alguém a ajudasse. Logo depois ela sentiu que Nossa Senhora a pegou e a levou até a mesa de cirurgia. Porque conto este testemunho? Porque assim como Maria pegou o menino Jesus no colo, ela também nos pega no colo.
Deixe-se ser pego no colo por Nossa Senhora! Viva Nossa Senhora!!

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Biblia catolica e Protestantes.

"Porque os protestantes retiram alguns livros de sua bíblia? No que eles se fundamentaram para isto? A Bíblia Católica é a verdadeira, por que eles não aceitam-a?"

Os protestantes retiraram 7 livros da Bíblia, que são chamados de deuterocanônicos, a saber: Eclesiástico, 1o. e 2o. Macabeus, Baruc, Tobias, Judite, Sabedoria; eliminaram também trechos de Daniel e Esther.

As desculpas usadas foram as mais variadas, mas podemos reduzí-las a estas:

Houve disputa em torno dos livros deuterocanônicos no começo da Igreja, pois esses livros foram rejeitados pelos judeus por volta do ano 100, no Sínodo de Jâmnia; contra esse argumento, basta lembrar que os judeus também rejeitaram o Novo Testamento, e que portanto esse critério não pode ser tomado como válido; também, as causas da retirada dos livros são sempre por uma estreiteza e rigorismo do povo judaico, como por exemplo a necessidade do livro estar escrito em hebraico; também convém lembrar que houve livros disputados no Novo Testamento, como a Epístola aos Hebreus e a Segunda Epístola de São Pedro, por exemplo: se a disputa na Igreja Primitiva é sinal de que o livro não é canônico, então os protestantes deveriam retirar de suas bíblias também os livros disputados do Novo Testamento;
Os livros deuterocanônicos contém doutrinas rejeitadas pelos protestantes, como o purgatório, defendido claramente em Macabeus e o culto às relíquias no Eclesiástico; os protestantes caem em uma referência circular nesse caso, pois rejeitaram os livros porque tinham doutrinas que não aceitam; depois dizem que não aceitam as doutrinas porque estão em livros que não fazem parte da Bíblia! Note ainda que nem todos os protestantes concordam com o canon bíblico do modo como está hoje: Lutero chamava a epístola de São Tiago de "carta de palha", Calvino desprezava o Apocalipse, os atuais "testemunhas de iehoshua" (sic) não aceitam o Evangelho de São Mateus, e por aí vai...
A exclusão de livros da Bíblia é consequência do falso princípio luterano do livre exame da Bíblia: se cada um interpreta a Bíblia do jeito que quer, por que também não pode definir que livros aceitar como verdadeiros? São Francisco de Sales alertava já no tempo da reforma que os protestantes haviam eliminado a Tradição e o Magistério da Igreja; depois rejeitaram vários livros, e que no fim acabariam por rejeitar a própria Bíblia. Sábias palavras de um grande santo.

Quanto às versões da Bíblia (Antigo Testamento), havia basicamente duas: a hebraica, que não tinha os livros deuterocanônicos, e a grega (ou Septuaginta) com os livros; é interessante notar que os judeus as usavam indistintamente, tendo ambas por canônicas. E também importa notar que das 350 citações do Antigo Testamento feitas no Novo Testamento, aproximadamente 300 são da Septuaginta. Ou seja: Cristo e os Apóstolos (e Evangelistas) usavam a Septuaginta, sem que nenhum judeu em nenhum momento opusesse qualquer obstáculo doutrinário ao seu uso. De fato, os judeus só irão optar pelo canon reduzido cem anos depois do início da era cristã, em uma reunião em Jâmnia.

O Purgatório na Sagrada Escritura.

O purgatório é um local onde ficam as almas que morrem em estado de graça, isto é, sem pecado mortal, mas que tem "penas temporais" ainda a expiar por seus pecados ou algumas imperfeições (ou pecados veniais) que não foram suficientemente purificadas, pois no céu "nada de impuro pode entrar" (Ap. 21, 27).
O Purgatório é uma verdade positivamente revelada por Deus, que não admite dúvida. Disse Jesus, um dia, à multidão de povo que acabava de ouvir o sublime sermão das bem-aventuranças: "Reconcilia-te com o teu adversário... enquanto estás no caminho com ele, para que não aconteça que o adversário de entregue ao juiz, e o juiz te entregue ao ministro e te encerrem na prisão. Em verdade te digo que, de modo nenhum, sairás dali, enquanto não pagares até o último ceitil" (Mt 5, 25-26).
Jesus acabara de dizer que os seus discípulos deveriam ser o "sal da terra e a luz do mundo" (Mt. 5, 13), continuando a traçar as normas a seguir para evitar o inferno e chegar ao céu.
"Digo-vos", diz o Mestre, "que se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no céu" (Mt 5, 20). Eis o céu bem indicado.
O inferno não o é menos: "Se o teu olho direito te escandalizar, arranca-o e atira-o para longe de ti, pois te é melhor que se perca um de teus membros, do que todo o teu corpo seja lançado no inferno" (Mt 5, 29).
Eis como, na mesma instrução (é o mesmo capítulo de S. Mateus), Nosso Senhor trata do Céu, do inferno e do purgatório; pois o texto citado refere-se claramente ao purgatório. Está no texto e no contexto que não se trata de uma simples comparação.
De fato, não pode tratar-se de uma prisão imposta pela justiça humana: isto é, da autoridade policial, e o Mestre nem trata disso e nunca tratou; fala do seu reino espiritual.
Aliás, o contexto mostra claramente que não se trata de uma cadeia material - pois Nosso Senhor não teria como afirmar que a pessoa não sairia dali enquanto não pagasse até o último ceitil. Trata-se de uma prisão à qual Nosso Senhor tem soberania, é Ele quem manda e decide.
Como não pode se tratar do inferno, visto que o inferno é eterno (Mt 25, 41), e não se trata de uma prisão material, trata-se, pois, de uma prisão temporária, onde as almas sofrem, por certo tempo, em expiação de seus pecados; onde são purgadas das faltas leves, que não merecem o inferno, mas impedem de entrar no céu. "Nada de impuro entrará no céu" (Apoc 21, 27).
Outra alusão à existência do purgatório encontramos em I Cor 3, 12-15: "...Aquele, cuja obra (de ouro, prata, pedras preciosas) sobre o alicerce resistir, esse receberá a sua paga, aquele, pelo contrário, cuja obra, (de madeira, feno, ou palha), for queimada, esse há de sofrer prejuízo; ele próprio, porém, poderá salvar-se, mas como que através do fogo".
Depois, temos o uso da razão. Para onde iria uma alma que não é bastante santa para ir para o céu e nem bastante santa para ir para o inferno? Ela deve ir para um local de expiação, que é o purgatório.
Esse texto não é o único. Existem textos mais claros nos livros que os protestantes retiraram da Bíblia por contradizerem sua doutrina. O texto mais expressivo sobre a existência do purgatório é o do Livro II dos Macabeus (XII, 43), o qual narra como Judas Macabeu mandou oferecer um sacrifício pelos que haviam morrido na batalha, por exemplo, por expiação de seus pecados: "Judas, tendo feito uma coleta, mandou duas mil dracmas de prata a Jerusalém, para se oferecer um sacrifício pelo pecado. Obra bela e santa, inspirada pela crença na ressurreição... Santo e salutar pensamento de orar pelos mortos. Eis porque ele ofereceu um sacrifício expiatório pelos defuntos, para que fossem livres de seus pecados."
Ora, ser livre de seus pecados, depois da morte, pelo sacrifício expiatório, indica claramente a existência do purgatório.
O Concílio Tridentino (Sess. XXV, D.B. 983), define como verdade de fé a existência do purgatório.
Entre outros testemunhas cristãs dos primeiros séculos, escreve Tertuliano: "A esposa roga pela alma de seu esposo e pede para ele refrigério, e que volte a reunir-se com ele na ressurreição; oferece sufrágios todos os dias aniversários de sua morte." (De Monogamia, 10)
Penas temporais dos pecados
Essa exigência (das penas temporais) é facilmente compreensível, se levarmos em conta o seguinte: quem rouba um relógio ou produz um dano pecuniário a alguém, pode pedir e receber o perdão do respectivo proprietário, mas este exigirá que a ordem anterior seja restaurada ou que o relógio volte ao seu dono. Do mesmo modo, quem difama caluniosamente o seu próximo, pode pedir e receber o perdão deste, mas fica obrigado a restaurar a honra da pessoa ofendida.
Nas Sagradas Escrituras, tenhamos em vista os seguintes casos:
a) Davi, culpado de homicídio e adultério, foi agraciado ao reconhecer o delito; não obstante, teve que sofrer a pena de perder o filho do adultério (cf. 2Sm 12, 13ss);
b) Moisés e Aarão cederam à pouca fé em dados momentos de sua vida; por isso, foram pelo Senhor privados de entrar na Terra Prometida, embora não haja dúvida de que a culpa lhes tenha sido perdoada (cf Nm 20, 12s; 27, 12-14; Dt 34, 4s).
Em outros casos, o perdão é estritamente associado a obras de expiação. Assim o profeta Joel, com a conversão do coração, exige jejum e pranto (cf Jl 2, 12); o velho Tobit ensina a seu filho que a esmola o libertará de todo pecado e da morte eterna (cf. Tb 4, 11s); algo de semelhante é anunciado por Daniel ao Rei Nabucodonosor (cf. Dn 2, 24)
Indulgências
PONTOS ESSENCIAIS SOBRE A DOUTRINA DAS INDULGÊNCIASEXTRAÍDOS DO 'MANUAL DAS INDULGÊNCIAS', EDITADO PELA PENITENCIARIA APOSTÓLICA EM 29 DE JUNHO DE 1968.
(Edições Paulinas, São Paulo, 1990)(OBS.: A numeração do presente resumo não segue a do original. Para um estudo mais aprofundado recomenda-se adquirir o próprio Manual, encontrável em livrarias católicas.)
1 - Indulgência é a remissão, diante de Deus, da pena temporal devida pelos pecados já perdoados quanto à culpa, que o fiel, devidamente disposto e em certas e determinadas condições, alcança por meio da Igreja, a qual, como dispensadora da redenção, distribui e aplica, com autoridade, o tesouro das satisfações de Cristo e dos Santos.
2 - A indulgência é parcial ou plenária, conforme liberta, em parte ou no todo, da pena temporal devida pelos pecados.
3 - Ninguém pode lucrar indulgências a favor de outras pessoas vivas.
4 - Qualquer fiel pode lucrar indulgências parciais ou plenárias para si mesmo ou aplicá-las aos defuntos como sufrágio.
5 - O fiel que, ao menos com o coração contrito, faz uma obra enriquecida de indulgência parcial, com o auxílio da Igreja, alcança o perdão da pena temporal, em valor correspondente ao que ele próprio já ganha com sua ação.
6 - O fiel cristão que usa objetos de piedade (crucifixo ou cruz, rosário, escapulário, medalha) devidamente abençoados por qualquer sacerdote ou diácono, ganha indulgência parcial. Se os mesmos objetos forem bentos pelo Sumo Pontífice ou por qualquer Bispo, o fiel, ao usá-los com piedade, pode alcançar até a indulgência plenária na solenidade dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo, se acrescentar alguma fórmula legitima de profissão de fé.
7 - Parágrafo 1. Para que alguém seja capaz de lucrar indulgências, deve ser batizado, não estar excomungado e encontrar-se em estado de graça, pelo menos no fim das obras prescritas.
Parágrafo 2. O fiel deve também TER INTENÇÃO, AO MENOS GERAL, DE GANHAR A INDULGÊNCIA e cumprir as ações prescritas, no tempo determinado e no modo devido, segundo o teor da concessão.
8 - Parágrafo 1. A indulgência plenária só se pode ganhar uma vez ao dia.Parágrafo 2. Contudo, o fiel em artigo de morte pode ganhá-la, mesmo que já a tenha conseguido nesse dia.Parágrafo 5. A indulgência parcial pode ganhar-se mais vezes ao dia, se expressamente não se determinar o contrário.
9 - Parágrafo 1. A obra prescrita para alcançar a indulgência plenária anexa à igreja ou oratório, é a visita aos mesmos: neles se recitam a oração dominical e o símbolo aos apóstolos (Pai-nosso e Credo), a não ser caso especial em que se marque outra coisa.
10 - Parágrafo 1. Para lucrar a indulgência plenária, além da repulsa de todo o afeto a qualquer pecado até venial, requerem-se a execução da obra enriquecida da indulgência e o cumprimento das três condições seguintes: confissão sacramental, comunhão eucarística, e oração nas intenções do Sumo Pontífice.(Veja obs no final)
Parágrafo 2. Com uma só confissão podem ganhar-se várias indulgências, mas com uma só comunhão e uma só oração alcança-se uma só indulgência plenária.
Parágrafo 3. As três condições podem cumprir-se em vários dias, antes ou depois da execução da obra prescrita; convém, contudo, que tal comunhão e tal oração se pratiquem no próprio dia da obra prescrita.
Parágrafo 4. Se falta a devida disposição ou se a obra prescrita e as três condições não se cumprem, a indulgência será só parcial, salvo o que se prescreve nos nn. 27 e 28 em favor dos 'impedidos'.
Parágrafo 5. A condição de se rezar nas intenções do Sumo Pontífice se cumpre ao se recitar nessas intenções um Pai-nosso e uma Ave-Maria, mas podem os fiéis acrescentar outras orações conforme sua piedade e devoção.
11 - Concede-se indulgência parcial ao fiel que, no cumprimento de seus deveres e na tolerância das aflições da vida, ergue o espírito a Deus com humilde confiança, acrescentando alguma piedosa invocação, mesmo só em pensamento.
CONCESSÕES(OBS: Aqui só constam algumas das concessões contidas no manual.)
INDULGÊNCIA PARCIAL- Atos de Fé, Esperança e Caridade.- 'Nós vos damos graças, Senhor, por todos os vossos benefícios. Vós que viveis e reinais pelos séculos dos séculos. Amém.- Santo Anjo (oração ao Anjo da Guarda)- Angelus, Regina Caeli.- Alma de Cristo.- Comunhão Espiritual.- Creio- Ladainhas aprovadas pela autoridade competente. Sobressaem-se as seguintes: Santíssimo Nome de Jesus, Sagrado Coração de Jesus, da Santíssima Virgem Maria, de São José e de Todos os Santos.- Magnificat.- Lembrai-vos- Miserere (Tende piedade)- Ofícios breves: Ofícios breves da Paixão de NSJC, Sagrado Coração de Jesus, da Santíssima Virgem Maria, da Imaculada Conceição e de São José.- Oração mental.- Salve Rainha.- Sinal da Cruz.- Veni Creator.- Renovação das promessas do batismo.
INDULGÊNCIAS PLENÁRIAS(OBS.: Como acima, aqui só constam algumas das indulgências do manual).
- Indulgência plenária - Concede-se indulgência parcial ao fiel que visitar o Santíssimo Sacramento para adorá-Lo, se o fizer por meia hora ao menos, a indulgência será plenária.
- Visita ao cemitério - Ao fiel que visitar devotamente um cemitério e rezar, mesmo em espírito, pelos defuntos, concede-se indulgência aplicável somente às almas do purgatório. Esta indulgência será plenária, cada dia, de 1 a 8 de novembro; nos outros dias será parcial.
- Exercícios espirituais - Concede-se indulgência plenária ao fiel que faz os exercícios espirituais ao menos por três dias.
- Indulgência na hora da morte - O sacerdote que administra os sacramentos ao fiel em perigo de vida não deixe de lhe comunicar a bênção apostólica com a indulgência plenária. Se não houver sacerdote, a Igreja mãe compassiva, concede benignamente a mesma indulgência ao cristão bem disposto para ganhá-la na hora da morte, se durante a vida habitualmente tiver recitado para isso algumas orações. Para alcançar esta indulgência plenária louvavelmente se rezam tais orações fazendo uso de um crucifixo ou de uma simples cruz.
A condição de ele habitualmente ter recitado algumas orações supre as três condições requeridas para ganhar a indulgência plenária. A mesma indulgência plenária em artigo de morte, pode ganhá-la o fiel que no mesmo dia já tenha ganho outra indulgência plenária. (Esta concessão vem assinalada na const. apost. Indulgentiarum Doctrina, norma 18)
- Primeira Comunhão - Concede-se indulgência plenária aos fiéis que se aproximarem pela primeira vez da sagrada comunhão, ou que assistam a outros que se aproximam.
- Reza do Rosário de Nossa Senhora - Indulgência plenária, se o Rosário se recitar na igreja ou oratório público ou em família, na comunidade religiosa ou em pia associação; parcial, em outras circunstâncias.
(O Rosário é uma fórmula de oração em que distinguimos quinze dezenas de saudações angélicas [Ave-Marias], separadas pela oração dominical [Pai-nosso] e em cada uma recordamos em piedosa meditação os mistérios da nossa Redenção). Chama-se também a terça parte dessa oração o Terço. Para a indulgência plenária determina-se o seguinte:
1 - Basta a reza da terça parte do Rosário, mas as cinco dezenas devem-se recitar juntas.
2 - Piedosa meditação deve acompanhar a oração vocal.
3 - Na recitação publica, devem-se anunciar os mistérios, conforme o costume aprovado do lugar; na recitação privada, basta que o fiel ajunte a meditação dos mistérios à oração vocal.
- Leitura espiritual da Sagrada Escritura - Concede-se indulgência parcial ao fiel que ler a Sagrada Escritura com a veneração devida à palavra divina, e a modo de leitura espiritual. A indulgência será plenária, se o fizer pelo espaço de meia hora pelo menos.
- Visita à igreja ou altar no dia da dedicação e aí piedosamente rezar o Pai-nosso e o Credo.