terça-feira, 29 de setembro de 2009

A caridade

Poucas vezes Jesus fala do amor que devemos ter para com Deus
Meditando sobre os Evangelhos, impressiona-nos a mensagem de Cristo, fundada totalmente no amor aos irmãos, na caridade. Poucas vezes, o Divino Mestre fala do amor que devemos ter para com Deus. Do Pai, Ele sempre no-Lo apresenta como o doador de tudo, que nos ama a ponto de dar o Filho à morte para a salvação dos homens. Raras vezes, e foram sempre respostas aos fariseus e aos legistas, em que reafirmou o primeiro mandamento do amor a Deus, mas, logo, a seguir completa-o o amor ao próximo, que lhe é semelhante. Ilustra-o na Parábola do Bom Samaritano (cf. Lucas 10, 25-37).
As cartas do apóstolo João insistem no mesmo diapasão. Catequeticamente, e com clareza apostólica, afirma que aquele que diz amar a Deus e não ama a seus irmãos é mentiroso. E continua que é muito fácil proclamar que amamos a Deus, a quem não vemos, mas se desprezamos o irmão que está a nosso lado, onde está a caridade, onde está o amor? (cf. 1Jo.4,20).
Paulo, na sua Carta aos Coríntios (cf. I Coríntios 13), proclama e exalta a caridade. Quase sabemos de cor o texto maravilhoso. Somos levados a interpretar esse hino como o amor ao Pai Celeste. Mas, o apóstolo fala é da excelência do amor entre os irmãos. “Ainda que eu falasse todas as línguas dos anjos, ou tivesse toda a ciência, sem a caridade seria um bronze que soa” e cujo som se perde nas quebradas dos montes.
Logo a seguir nos ensina em que consiste a caridade: na paciência, na humildade, no fazer o bem, na longanimidade, na partilha da dor e da alegria com os irmãos, no perdão tão difícil. E conclui pela perenidade do amor e da caridade. Tudo cessa quando vier a perfeição, exceto a caridade, pela qual seremos medidos.
No dia do Juízo, quando o Filho do Homem, na Sua glória, vier nos julgar, escreve o evangelista Mateus, Ele não nos questionará sobre o amor de Deus, sobre a nossa fé, sobre as coisas grandiosas que tivermos feito. O questionamento e a glória decorrente será sobre o nosso coração, se ele se abriu ou fechou sobre os pequeninos, que moravam em nossas casas, no nosso bairro, na nossa comunidade.
Nos primeiros hinários depois do Concílio, cantávamos: “Como posso ser feliz, se ao pobre, meu irmão, eu fechei o coração, meu amor eu recusei! Já nesta vida mortal, podemos sentir as delícias desta vida fraterna, como rezamos nos salmo: ó quão bom e quão e alegre, a vida comum entre os irmãos”.
Não é fácil o exercício dessa caridade, o empecilho do pecado que herdamos de Adão leva-nos a outro tipo de vida. Conhecedor da natureza humana, Jesus, no Sermão da Montanha, nos dá regras práticas de sua vivência.
Os bem-aventurados do Reino não são os poderosos e sábios, mas aqueles que vivem o despojamento total da autoconfiança, na simplicidade de espírito. Não é a letra da lei que importa: “Ouvistes o que foi dito aos antigos [...]” e repetindo os mandamentos, dá-lhes o sentido vivencial pleno, exemplificando nos atos que devem nascer do coração renovado (cf. Mateus 5, 17-47).
Enquanto vigorava a lei de talião: dente por dente, olho por olho, ensinava a grandeza do perdão, que reitera na resposta a Pedro, logo no início do discurso eclesiástico, no Evangelho de Mateus (cf. Mateus 18,21-22).
Neste mesmo capítulo 18, na parábola do devedor implacável, diz-nos como seremos tratados se não perdoarmos, de coração, ao irmão. E como se não bastasse a Sua Palavra, deu-nos o Seu exemplo: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei” e entregou-se por nós na cruz.
Outonos e primaveras...
A arte das sementes de morrer em silêncio
Primavera é tempo de ressurreição. A vida cumpre o ofício de florescer ao seu tempo. O que hoje está revestido de cores precisou passar pelo silêncio das sombras. A vida não é por acaso. Ela é fruto do processo que a encaminha sem pressa e sem atropelos a um destino que não finda, porque é ciclo que a faz continuar em insondáveis movimentos de vida e morte. O florido sobre a terra não é acontecimento sem precedências. Antes da flor, a morte da semente, o suspiro dissonante de quem se desprende do que é para ser revestido de outras grandezas. O que hoje vejo e reconheço belo é apenas uma parte do processo. O que eu não pude ver é o que sustenta a beleza.
A arte de morrer em silêncio é atributo que pertence às sementes. A dureza do chão não permite que os nossos olhos alcancem o acontecimento. Antes de ser flor, a primavera é chão escuro de sombras, vida se entregando ao dialético movimento de uma morte anunciada, cumprida em partes.
A primavera só pode ser o que é porque o outono a embalou em seus braços. Outono é o tempo em que as sementes deitam sobre a terra seus destinos de fecundidade. É o tempo em que à morte se entregam, esperançosas de ressurreição. Outono é a maternidade das floradas, dos cantos das cigarras e dos assovios dos ventos. Outono é a preparação das aquarelas, dos trabalhos silenciosos que não causam alardes, mas, que, mais tarde, serão fundamentais para o sustento da beleza que há de vir.
São as estações do tempo. São as estações da vida.
Há em nossos dias uma infinidade de cenas que podemos reconhecer a partir da mística dos outonos e das primaveras. Também nós cumprimos em nossa carne humana os mesmos destinos. Destino de morrer em pequenas partes, mediante sacrifícios que nos fazem abraçar o silêncio das sombras...
Destino de florescer costurados em cores, alçados por alegrias que nos caem do céu, quando menos esperadas, anunciando que, depois de outonos, a vida sempre nos reserva primaveras...
Floresçamos.
São Jerônimo e o Dia da Bíblia
Deus quis manifestar a sua Pessoa aos homens

Estamos no mês da Bíblia, estabelecido neste mês justamente por causa de São Jerônimo, que, com seus estudos, traduções, interpretações, comentários e escritos nos facilitou o acesso a esse grande manancial de sabedoria transmitida pelos Livros Sagrados. A Bíblia, segundo o Magistério da Igreja, contém a revelação daquilo que Deus quis manifestar e comunicar a toda a humanidade, fazendo com que todos possam participar dos bens divinos.
O Concílio Vaticano II nos diz que “pela revelação divina quis Deus manifestar e comunicar a sua pessoa e os decretos eternos da sua vontade a respeito da salvação dos homens, para os fazer participar dos bens divinos, que superam absolutamente a capacidade da inteligência humana” (cf. “Dei verbum”, capítulo I, item 6).
Com efeito, a Bíblia significa coleção de livros, embora, costuma-se referir-se a ela como um livro único, na verdade, ela é uma coletânea de livros do Antigo Testamento e do Novo Testamento, em geral escritos em hebraico para o Antigo Testamento e grego para o Novo Testamento. O hebraico era um idioma falado pelas famílias semíticas e tudo o que contém nas Sagradas Escrituras nessa língua deve-se aos chamados escribas, fruto do laborioso e lento ofício a favor do povo escolhido. Já o grego era a língua dominante na época em que houve a divulgação da doutrina e vida de Jesus Cristo; por esse fato, o Novo Testamento foi escrito nesse idioma.
Em decorrência dessas línguas, contudo, a Bíblia era inacessível aos romanos, que falavam o latim. Então, Jerônimo, educado em Roma, conhecedor do latim e grego, após uma longa doença, sentiu o chamamento de Deus para a vida religiosa e se tornou padre da Igreja Católica.
Por volta do ano 374, ele foi para a Palestina, onde estudou hebraico e a interpretação da Bíblia. Inspirado por Deus, traduziu todos os livros da Bíblia para o latim, cuja tradução denominou-se “Vulgata”, pois o latim era a língua universalmente falada na época. O trabalho executado por São Jerônimo foi imenso, pois copilou, com fidelidade e dedicação, uma infinidade de documentos no decorrer das suas longas viagens pelo Oriente, do que resultou a edição adotada oficialmente pela Igreja Católica.
A “Vulgata” foi grandemente divulgada, inicialmente por meio de manuscritos feitos pelos monges nos mosteiros e, com o advento da imprensa por Gutemberg, no século XV, teve ampla divulgação. Hoje, é o livro mais vendido do mundo. Estima-se que foram vendidos 12 milhões de exemplares na versão integral, 13 milhões de Novos Testamentos e ainda 450 milhões de brochuras com extratos dos textos originais.
Um fato histórico trouxe um trauma enorme para os seguidores de Cristo: a chamada Reforma, dividindo protestantes e católicos. Os protestantes elegeram a Bíblia, excluídos alguns livros, como única maneira de inspiração divina. Os católicos, por sua vez, admitiram-nos juntamente com a tradição da Igreja, como formas de Deus falar aos homens, sempre com a interpretação do Magistério da Igreja.
Ainda aqui nos recorda o Concílio Vaticano II: “A Sagrada Tradição, portanto, e a Sagrada Escritura relacionam-se e comunicam estritamente entre si. Com efeito, ambas derivando da mesma fonte divina, fazem como que uma coisa só e tendem ao mesmo fim. A Sagrada Escritura é a palavra de Deus enquanto foi escrita por inspiração do Espírito Santo; a Sagrada Tradição, por sua vez, transmite integralmente aos sucessores dos apóstolos a palavra de Deus confiada por Cristo Senhor e pelo Espírito Santo aos apóstolos, para que, com a luz do Espírito de verdade, a conservem, a exponham e a difundam fielmente na sua pregação; donde acontece que a Igreja não tira a sua certeza a respeito de todas as coisas reveladas só da Sagrada Escritura. Por isso, ambas devem ser recebidas e veneradas com igual afeto e piedade” (cf. ("Dei verbum" – cap. II, item 9).
A Igreja sempre teve nos Livros Sagrados uma das fontes de inspiração e vida. Uma coisa, porém, é certa: após a invenção da imprensa, e agora com a versão da Bíblia nas línguas faladas em todo o mundo, ela é, na verdade, o livro mais divulgado e, hoje, fonte de inspiração para toda a humanidade.
E todo o manancial constituído pelas Escrituras Sagradas, portanto, devemos ao trabalho dedicado e persistente do grande exegeta, escritor e santo, São Jerônimo, o qual a Igreja o festeja no dia 30 de setembro, mês da Bíblia.
Ao concluir esta reflexão, faço-o com os versículos 103 a 105 do Salmo 119: “Como são doces ao meu paladar tuas promessas; mais que o mel para minha boca. Dos teus preceitos recebo inteligência, por isso odeio todo caminho falso. Lâmpada para meus passos é tua palavra e luz no meu caminho.”
O auxílio dos anjos
A Igreja confessa a sua fé nos anjos da guarda !


O Papa Bento XVI disse que: “Eliminaríamos uma parte do Evangelho se deixássemos fora esses seres enviados por Deus, que anunciaram sua presença entre nós e que são um sinal dela”. E pediu a intercessão dos anjos “para que nos sustenham no empenho de seguir Jesus até nos identificarmos com Ele” (Zenit.org, março 2009).
A Bíblia e a Tradição da Igreja mostram amplamente que os anjos têm participação ativa na história da salvação dos homens, nos momentos em que Deus quer.
“Não são eles todos espíritos ao serviço de Deus, enviados a fim de exercerem um ministério a favor daqueles que hão de herdar a salvação?”, pergunta o autor da Carta aos Hebreus, capítulo1, versículo 14.
E nisso crê e isso ensina a Igreja; sabemos que é tarefa desses seres celestes bons a proteção dos homens e a sua salvação. Diz o Salmo: “Mandou aos seus anjos que te guardem em todos os teus caminhos. Eles te levarão nas suas mãos, para que não tropeces em alguma pedra” (Sl 90/91,11-12).
O próprio Jesus, falando das crianças e recomendando que não se lhes desse escândalo, faz referência aos “seus anjos” (cf. Mt 18,10). Ele atribui também aos anjos a função de testemunhas no supremo juízo divino sobre a sorte de quem reconheceu ou negou Cristo: “Todo aquele que se declarar por Mim diante dos homens, também o Filho do Homem se declarará por ele diante dos anjos de Deus. Aquele, porém, que Me tiver negado diante dos homens será negado diante dos anjos de Deus” (Lc 12,8-9; cf. Ap 3,5).
Se os esses seres celestes tomam parte no juízo de Deus, logo, estão interessados pela vida do homem. Isso se pode ver também no discurso escatológico em que Jesus os faz intervir em Sua vinda definitiva no fim da história (cf. Mt 24,31; 25,31-41).
Muitas vezes, a Bíblia fala da ação dos anjos pela defesa do homem e sua salvação: o Anjo de Deus liberta os Apóstolos da prisão (cf. At 5,18-20) e antes de tudo Pedro, que estava ameaçado de morte por parte de Herodes (cf. At 12, 15-10). Guia a atividade deste a respeito do centurião Cornélio, o primeiro pagão convertido (cf. At 10,3-8. 12-13), e a atividade do diácono Filipe no caminho de Jerusalém para Gaza (cf. At 8,26-29).
Foi um anjo que encontrou Agar no deserto (cf. Gn 16); os anjos tiraram Lot de Sodoma; assim como foi um anjo que anunciou a Gedeão que devia salvar o seu povo; um anjo anunciou o nascimento de Sansão (cf. Jz 13); e o anjo Gabriel instruiu a Daniel (cf. 8,16). Este mesmo anjo anunciou o nascimento de São João Batista e a encarnação de Jesus; esses seres enviados por Deus também anunciaram a mensagem aos pastores (cf. Lc 2,9) e a missão mais gloriosa de todas, a de fortalecer o Rei dos Anjos em Sua Agonia no Horto das Oliveiras (cf. Lc 22, 43).
Os anjos estão presentes na história da humanidade desde a criação do mundo (cf. Jó 38,7); são eles que fecham o paraíso terrestre (cf. Gn 3, 24); seguram a mão de Abraão para não imolar Isaac (cf. Gen 22,11); a Lei é comunicada a Moisés e ao povo por ministério deles (cf. At 7,53); são eles que conduzem o povo de Deus (cf. Ex 23, 20-23); eles anunciam nascimentos célebres (cf. Jz 13); indicam vocações importantes (cf. Jz 6, 11-24; cf. Is 6,6); são eles que assistem aos profetas (cf. 1 Rs 19,5).
Da mesma forma que os anjos acompanharam a vida de Jesus, acompanharam também a vida da Igreja, beneficiando-a com a sua ajuda poderosa e misteriosa (cf. At 5, 18-20; 8,26-29; 10,3-8; 12,6-11; 27,23-25). Eles abrem as portas da prisão (cf. At 5, 19); encorajam Paulo (cf. At 27,23 s); levam Filipe ao carro do etíope (cf. At 8,26s), entre outros.
A Igreja confessa a sua fé nos anjos da guarda, venerando-os na liturgia com uma festa própria e recomendando o recurso à sua proteção com uma oração frequente, como na invocação do “Anjo de Deus”. São Basílio Magno, doutor da Igreja, escreveu: “Cada fiel tem ao seu lado um anjo como tutor e pastor, para o levar à vida” (cf. 5. Basilius, Adv. Eunonium, III, 1; cf.Sto. Tomas, Summa Theol. 1, q. II, a.3).
São Jerônimo, doutor da Igreja, afirmou que: "A dignidade de uma alma é tão grande, que cada um tem um anjo guardião desde seu nascimento".
A Igreja honra com culto litúrgico três anjos. O primeiro é Miguel Arcanjo (cf. Dn 10,13-20; Ap 12,7; Jd 9). O seu nome exprime a atitude essencial dos espíritos bons. “Mica-El” significa, de fato: “Quem como Deus?”. O segundo é Gabriel: figura ligada sobretudo ao mistério da encarnação do Filho de Deus (cf. Lc 1,19-26). O seu nome significa: “O meu poder é Deus” ou “poder de Deus”. O terceiro arcanjo chama-se Rafael. “Rafa-El” significa: “Deus cura”; o conhecemos pela história de Tobias (cf. Tb 12,15-20), entre outros.
O famoso Bossuet dizia que: "Os anjos oferecem a Deus as nossas esmolas, recolhem até os nossos desejos, fazem valer também diante de Deus os nossos pensamentos... Sejamos felizes de ter amigos tão prestativos, intercessores tão fiéis, intérpretes tão caridosos".
Os santos todos foram devotos desses seres celestes. Os anjos assistem a Igreja que nasce e os Apóstolos, prepararão o Juízo Final e separarão os bons dos maus. São eles que protegem Jesus na infância (cf. Mt 1, 20; 2, 13.19); são eles que O servem no deserto (cf. Mc 1, 12); e O reconfortam na agonia mortal (cf. Lc 22, 43); eles poderiam salvar o Senhor das mãos dos malfeitores se assim Cristo quisesse (cf. Mt 26, 53).
Toda a vida de Jesus Cristo foi cercada da adoração e do serviço dos anjos. Desde a Encarnação até a Ascensão eles O acompanharam. A Sagrada Escritura diz que quando Deus "introduziu o Primogênito no mundo afirmou: "Adorem-no todos os Anjos de Deus" (cf. Hb 1, 6). Alguns teólogos acham que isso motivou a queda dos anjos maus, por não aceitarem adorar a Deus Encarnado na forma humana.
A Igreja continua a repetir o canto de louvor que eles entoaram quando Jesus nasceu: "Glória a Deus no mais alto dos céus e na terra paz aos homens, objetos da benevolência divina" (cf. Lc 2, 14).
A Bíblia não só os apresenta como nossos guardiães, mas também como nossos intercessores. O anjo Rafael diz: "Ofereci orações ao Senhor por ti" (Tob 12, 12). "A fumaça dos perfumes subiu da mão do anjo com as orações dos santos, diante de Deus" (Ap 8,4).
Santo Ambrósio, doutor da Igreja, declarou: "Devemos rezar aos anjos que nos são dados como guardiães" (De Viduis, IX); (cf. S. Agostinho, Contra Fausto, XX, 21).
A Igreja acredita que, no dia do batismo, cada cristão é confiado a um anjo que o acompanha e o guarda em sua caminhada para Deus, iluminando-o e inspirando-o.
Na Festa do Anjo da Guarda (2 de outubro), a Igreja põe diante dos nossos olhos o texto do Êxodo que diz:
"Assim diz o Senhor: Vou enviar um anjo que vá à tua frente, que te guarde pelo caminho e te conduza ao lugar que te preparei. Respeita-o e ouve a sua voz. Não lhe sejas rebelde, porque não suportará as vossas transgressões e nele está o meu nome. Se ouvires a sua voz e fizeres tudo o que eu disser, serei inimigo dos teus inimigos e adversário dos teus adversários. O meu anjo irá à tua frente e te conduzirá à terra dos amorreus, dos hititas, dos ferezeus, dos cananeus, dos heveus e dos jebuzeus, e eu os exterminareis" (Ex 23,20-23).
Além de tudo isso, a Bíblia frequentemente mostra os poderes dos anjos na natureza, e afirma São Jerônimo que eles manifestam a onipotência de Deus (cf. S. Jerônimo, En Mich., VI, 1, 2; P. L., IV, col. 1206
Quem como Deus?
Hoje a Igreja celebra a Festa dos Arcanjos: Miguel, Gabriel e Rafael.
São Gregório Magno fala a respeito dos anjos:
“É preciso saber que a palavra anjo indica o ofício, não a natureza. Pois estes espíritos da pátria celeste são sempre espíritos, mas nem sempre podem ser chamados anjos, porque somente são anjos quando por eles é feito algum anúncio. Aqueles que anunciam fatos menores são ditos anjos; os que levam as maiores notícias, arcanjos.Foi por isto que à Virgem Maria não foi enviado um anjo qualquer, mas o arcanjo Gabriel; para esta missão, era justo que viesse o máximo anjo para anunciar a máxima notícia.
Quando os anjos vêm até nós para cumprir uma missão, trazem também entre nós um nome derivado desta missão. Assim, Miguel significa: ‘Quem como Deus?’; Gabriel, ‘Força de Deus’; e Rafael, ‘Deus cura’.Todas as vezes que se trata de grandes feitos, diz-se que Miguel é enviado, porque pelo próprio nome e ação dá-se a entender que ninguém pode por si mesmo fazer o que Deus quer destacar. No fim do mundo, quando o antigo inimigo será abandonado às próprias forças para ser destruído no extremo suplício, pelejará com o arcanjo Miguel, como diz São João: Houve uma luta com São Miguel Arcanjo (cf. Ap 12,7).
Rafael, como dissemos, significa ‘Deus cura’, porque ao tocar nos olhos de Tobias como que um ato de cura, lavou as trevas de sua cegueira. Quem foi enviado a curar, com justiça se chamou ‘Deus cura’”.
Peçamos hoje a intercessão desses seres enviados por Deus em nosso favor:São Miguel, defenda-nos no combate.São Gabriel, anuncie-nos a Boa Nova.São Rafael, conduza os nossos passos na direção certa.
Jesus, eu confio em Vós!

Como entender Cristo na Hóstia Consagrada
Só Deus pode 'transubstanciar'
Em todo ser há um conjunto de coisas que podem mudar, como o tamanho, a cor, o peso, o sabor, etc., e um substrato permanente que, conservando-se sempre o mesmo, caracteriza o ser, que não muda. Esse substrato é chamado substância, essência ou natureza do ser. Em qualquer pedaço de pão há coisas mutáveis: a cor, tamanho, gosto, o sabor, a posição, sem que a substância que as sustenta mude; esta substância ninguém vê; mas é uma realidade. Assim, há homens de cores diferentes, feições diferentes, etc.; mas todos possuem uma mesma substância: uma alma humana imortal, que se nota pelas suas faculdades, as quais os animais não têm: inteligência, liberdade, vontade, consciência, psique, entre outros.
Quando as palavras da consagração são pronunciadas sobre o pão, a substância deste muda ou se converte totalmente em substância do Corpo humano de Jesus (donde o nome "transubstanciação"), ficando, porém, os acidentes externos (aparências) do pão (gosto, cor, cheiro, sabor, tamanho, etc.); sendo assim, sem mudar de aparência, o pão consagrado já não é pão, mas é substancialmente o Corpo de Cristo. O mesmo se dá com o vinho; ao serem pronunciadas sobre ele as palavras da consagração; sua substância se converte na do Sangue do Senhor, pelo poder da intervenção da Onipotência Divina.
Isso explica como o Corpo de Cristo pode estar simultaneamente presente em diversas hóstias consagradas e em vários lugares ao mesmo tempo. Jesus não está presente na Eucaristia segundo as suas aparências, como o tamanho ou a localização no espaço. Uma vez que os fragmentos de pão se multiplicam com a sua localização própria no espaço; assim onde quer que haja um pedaço de pão consagrado, pode estar de fato o Corpo Eucarístico de Cristo.
Uma comparação: quando você olha para um espelho, aí você vê a imagem do seu rosto inteiro; se quebrá-lo em duas ou mais partes, a sua imagem não se quebrará com o espelho, mas continuará uma imagem inteira em cada pedaço.
É preciso, então, entender que a presença de Cristo Eucarístico pode se multiplicar, sem que o Corpo do Senhor se multiplique. Isso faz com que a presença do Cristo Eucarístico possa multiplicar (sem que o Corpo d'Ele se multiplique) se forem multiplicados os fragmentos de pão consagrados nos mais diversos lugares da Terra. Não há bilocação nem multilocação do Corpo de Cristo.
O Corpo de Cristo, sob os acidentes do pão, não tem extensão nem quantidade próprias; assim não se pode dizer que a tal fragmento da hóstia corresponda tal parte do Corpo de Cristo. Quando o pão consagrado é partido, só se parte a quantidade do pão, não o Corpo de Jesus.
Assim muitas hóstias e muitos fragmentos de hóstia não constituem muitos Cristos – o que seria absurdo – , mas muitas "presenças" de um só e mesmo Cristo. Analogamente a multiplicação dos espelhos não multiplica o objeto original, mas multiplica a presença desse objeto; também a multiplicação dos ouvintes de uma sinfonia não multiplica essa sinfonia, mas apenas a presença desta.
Por essas razões, quando se deteriora o Pão Eucarístico por efeito do tempo, da digestão ou de um outro agente corruptor, o que se estraga são apenas os acidentes do pão: quantidade, cor, figura, entre outros, e nesse caso, o Corpo de Cristo deixa de estar presente sob os Véus Eucarísticos; isso porque Nosso Senhor Jesus Cristo quis que, nas espécies ou nas aparências de pão e vinho, garantir a Sua presença sacramental, e não nas de algum outro corpo.
A fé católica ensina uma conversão total e absoluta da substância do pão na do Corpo de Cristo; o Concílio de Trento rejeitou a doutrina de Lutero, que admitia a “empanação” de Cristo: empanação, segundo a qual permaneceriam a substância do pão e a do vinho junto com a do Corpo e a do Sangue de Cristo; o pão continuaria a ser realmente pão (e não apenas segundo as aparências), o vinho continuaria a ser realmente vinho (e não apenas segundo as aparências), de tal sorte que o Corpo de Cristo estaria como que “revestido” de pão e vinho. Para o Concílio de Trento e, para a fé católica, esse tipo de presença de Cristo na Eucaristia é insuficiente; é preciso dizer que o pão e o vinho, em sua realidade íntima (substância), deixam de ser pão e vinho para se tornarem a realidade mesma do Corpo e do Sangue de Cristo.
Assim como na criação acontece o surgimento de todo o ser, também na Eucaristia há a conversão de todo o ser. Essa “conversão de todo o ser” é “conversão de toda a substância” ou “transubstanciação”.
Assim como só Deus pode criar (tirar um ser do nada), só Deus pode “transubstanciar”; ambas as atividade supõem um poder infinito que só o Senhor tem.
Para entender um pouco melhor o milagre da Transubstanciação podemos dizer ainda o seguinte: No milagre da Multiplicação dos Pães, Jesus mudou apenas a espécie do pão (no caso a quantidade), mas não mudou a sua natureza, continuou sendo pão. Quando Ele fez o milagre das Bodas de Caná, mudou a natureza da água (passou a ser vinho) e mudou também a sua espécie (cor, sabor, etc); no milagre da Transubstanciação, o Senhor muda apenas a natureza do pão e do vinho (passam a ser seu Corpo e Sangue) sem mudar a espécie (cor, sabor,cheiro, tamanho, etc.).
Tudo por amor a nós; Ele, o Rei do universo, se faz pequeno, humilde, indefeso... nas espécies sagradas do pão e do vinho, para ser nosso alimento, companheiro, modelo, exemplo, força, consolação
Felipe Aquinofelipeaquino@cancaonova.com

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Qual é o seu grito de independência ?

Levante os olhos, pois a libertação se aproxima

Independência ou morte foi o grito dado no Ipiranga, para “independência” do Brasil.
Qual o grito de independência que você gostaria de dar hoje?
Grito de independência do misticismo religioso,Seria um grito de libertação de toda força oculta que nos escraviza.
Fazei-me Senhor instrumento de tua paz e do teu amor,Contra toda violência, que mata muitas pessoas inocentes,Acaba com o grito de felicidade de jovens, adultos e crianças.
Um grito contra a desigualdade social, que promove a miséria,E dar voz à generosidade e humildade para nos ensinar a dividir e não a tirar.
Grito do marido, bem cheguei, em casa depois de um dia de trabalho,E das crianças pulando nos braços do pai de alegria e não de fome.
De uma voz pedindo bênção vovó, pois respeitamos os nossos idosos,E criamos leis que os torne mais livres e dignos em sua velhice.
Grito de felicidade, pois enfim o nosso país é realizado,Na economia e nos políticos honestos, que elegemos com confiança.
De palavras corretas e visões atentas, criticas,Pois o nosso povo é todo alfabetizado e os nossos professores ganham bem.
Gritos de mulheres em dores de parto, de alivio dos nossos doentes,Porque os nossos hospitais são lugares de recuperação e não de morte.A saúde e a educação são prioridades no nosso país!
De mães que brincam com seus filhos nas ruas e praças,Que choram porque os mais velhos conseguiram se formar doutores.
Grito pela vida, contra toda espécie de legalização do aborto.
Grito de quem respira porque a Amazônia não é mais desmatada,E realmente se vivi a consciência de um equilíbrio sustentável. Independência das dívidas dos países de “primeiro” mundo,Que descobriram que desenvolver é ajudar a crescer.
Grito de um povo que experimenta a liberdade, os direitos e os deveres,De uma nação que verdadeiramente cresce junta, dá a vida pelo seu povo.
De gol da seleção campeã do mundo e do choro no pódio de nossos atletas,Que tiveram oportunidade de provar o talento brasileiro.
Dos nossos agricultores felizes porque tem onde plantar,E tantos sem tetos que agora tem onde morar.Minha terra tem palmeiras onde canta o sabiá, País tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza, que beleza!
Grito de uma nação inteira, que mesmo diante de tanta coisa a conquistar,Um povo que não desiste nunca, com muita fé e muita paz, Arregaça as mangas e junta as mãos num só coração,
Levanta os olhos povo brasileiro, pois a vossa libertação está próxima.Não deixe o feriadão tirar a sua consciência de que você é LIVRE.E que a nossa pátria definitiva é o céu, aqui na terra e depois.Pois Jesus Cristo é o Senhor de nossa nação,Tira de dentro do peito e grita: EU TENHO ORGULHO DE SER BRASILEIRO!
Vence Brasil!
Os girassóis e nós

Nós estamos todos num mesmo campo

Eles são submissos. Mas não há sofrimento nesta submissão. A sabedoria vegetal os conduz a uma forma de seguimento surpreendente. Fidelidade incondicional que os determina no mundo, mas sem escravizá-los.
A lógica é simples. Não há conflito naquele que está no lugar certo, fazendo o que deveria. É regra da vida que não passa pela força do argumento, nem tampouco no aprendizado dos livros. É força natural que conduz o caule, ordenando e determinando que a rosa realize o giro, toda vez em que mudar a direção do Regente.
Estão mergulhados numa forma de saber milenar, regra que a criação fez questão de deixar na memória da espécie. Eles não podem sobreviver sem a força que os ilumina. Por isso, estão entregues aos intermitentes e místicos movimentos de procura. Eles giram e querem o sol. Eles são girassóis.
Deles me aproximo. Penso no meu destino de ser humano. Penso no quanto eu também sou necessitado de me voltar para uma força regente, absoluta, determinante. Preciso de Deus. Se para Ele não me volto corro o risco de me desprender de minha possibilidade de ser feliz. É n'Ele que meu sentido está todo contido. Ele resguarda o infinito de tudo o que ainda posso ser. Descubro maravilhado. Mas no finito que me envolve posso descobrir o desafio de antecipar no tempo o que n'Ele já está realizado.
Então intuo. Deus me dá aos poucos, em partes, dia a dia, em fragmentos.
Eu d'Ele me recebo, assim como o girassol se recebe do sol, porque não pode sobreviver sem sua luz. A flor condensa, ainda que de forma limitada, porque é criatura, o todo de sua natureza que o sol potencializa.
O mesmo é comigo. O mesmo é com você. Deus é nosso sol e nós não poderíamos chegar a ser quem somos, em essência, se n'Ele não colocarmos a direção dos nossos olhos. Cada vez que o nosso olhar se desvia de Sua regência, incorremos no risco de fazer ser o nosso sol o que na verdade não passa de luz artificial.
Substituição desastrosa que chamamos de idolatria. Uma força humana colocada no lugar de Deus.
A vida é o lugar da Revelação Divina. É na força da história que descobrimos os rastros do Sagrado. Não há nenhum problema em descobrir, nas realidades humanas, algumas escadarias que possam nos ajudar a chegar ao céu. Mas não podemos pensar que a escadaria é o lugar definitivo de nossa busca. Parar os nossos olhos no humano que nos fala sobre Deus é o mesmo que distribuir fragmentos de pólvora pelos cômodos de nossa morada. Um risco que não podemos correr.
Tudo o que é humano é frágil, temporário, limitado. Não é ele que pode nos salvar. Ele é apenas um condutor. É depois dele que podemos encontrar o que verdadeiramente importa. Ele, o fundamento de tudo o que nos faz ser o que somos. Ele, o Criador de toda realidade. Deus trino, onipotente, fonte de toda luz.
Sejamos como os girassóis...
Uma coisa é certa. Nós estamos todos num mesmo campo. Há em cada um de nós uma essência que nos orienta para o verdadeiro lugar a que precisamos chegar, mas nem sempre realizamos o movimento da procura pela luz.
Sejamos afeitos a este movimento místico, natural. Não prenda os seus olhos no oposto de sua felicidade. Não queira o engano dos artifícios que insistem em distrair a nossa percepção. Não podemos substituir o essencial pelo acidental. É a nossa realização que está em jogo.
Girassol só pode ser feliz se para o sol estiver orientado. É por isso que eles não perdem tempo com as sombras.
Eles já sabem, mas nós precisamos aprender.
Não basta escolher
É preciso mais para renovar e exigir a ética na política

Denúncias, investigações, excessos de discursos e bate-bocas; abertura de Comissões Parlamentares de Inquérito, as CPI’s, e seus legisladores inquisidores de depoentes convidados, sabatinadores de réus. São alguns dos ingredientes que fazem o nauseante cardápio da mídia nacional, que imprime uma avalanche de notícias “nervosas” sobre todos os envolvidos, o que só faz acentuar – equivocadamente – a convicção de cada cidadão acerca de suas verdades, especialmente quando se trata de política.
A pouco mais de um ano para as eleições presidenciais, em que o povo terá, novamente, a oportunidade de escolher, além do presidente, governadores, senadores e deputados, o horizonte político está cinzento, apesar de alguns avanços positivos na detecção de irregularidades, e o tempo em Brasília nublado com as inúmeras delações e acusações entre os “atores”, que se projetam negativamente na superfície midiática, o que é profunda e tristemente lamentável.
Com tudo isso acontecendo, precisamos questionar o papel da imprensa neste processo, observando como os meios de comunicação noticiam tais temas.
Estamos mesmo bem informados acerca dos fatos e das ocorrências no Congresso Nacional e no Palácio do Planalto?
Como cidadãos, por que muitos se acomodaram? Será omissão ou conivência?
Obviamente, sem a efetiva participação dos indivíduos e a necessária perseverança na busca pela verdade dos acontecimentos e a exigência – de nossa parte – com “o bom uso do dinheiro público” não há conquistas nem direitos!
Por que muitos afirmam que, infelizmente, as coisas são assim mesmo e, à menor dificuldade, não agem para transformar o mundo à sua volta?
Sob inúmeros escândalos, vergonhosamente proporcionados por aqueles em quem confiamos o voto para nos representar, a população brasileira se vê, de novo, às margens da verdade sobre as decisões políticas que ocorrem nos bastidores do Planalto, do parlamento na capital federal e em muitos palácios estaduais.
Em 2010, teremos de escolher candidatos para ocupar cargos que exigem preparo, bem como a perspicácia dos eleitores, sobretudo, queremos retidão de caráter daqueles que se propõem a ocupar um lugar no Executivo ou Legislativo. As eleições do próximo ano serão um duro teste que teremos (outra vez!) de enfrentar com coragem, sem desanimar!
O pensador Reitor Inge nos ensina que “fazer o que está certo não é o problema; o problema é saber o que está certo”. Definir exatamente o que é certo e errado nos dias atuais, em que a contradição humana torna-se cada vez mais evidente, é árdua e complexa tarefa destinada a nós, até mesmo para os especialistas. Entretanto, necessitamos repensar nossa vida, nossa realidade, para imprimirmos a ousadia e a audácia a fim de buscar as transformações que a sociedade almeja.
Durante toda a vida percorremos caminhos sinuosos e buscamos com todas as forças acertar nas nossas escolhas, visto que é preciso decidir para seguir e enfrentar os desafios que a caminhada nos oferece. Todavia, é preciso agir positivamente, a fim de promovermos transformações na estrutura sociopolítico-econômica em favor da solidez da democracia e o consequente resgate da eticidade e da moralidade no parlamento.
E não nos esqueçamos de cobrar a reforma política – sobre a qual tanto se comenta e nada foi feito –, que certamente vai oxigenar a mentalidade de nosso povo para a construção de uma nova realidade.
Que este tempo de tantas incertezas nos inspire vigorosamente a uma busca incansável pela edificação de uma política possível e viável, isto é, a um exercício pela equidade na política em que a prevalência ético-moral se manifeste positivamente nas pessoas, nos cidadãos de bem, para que as árvores não deixem secar suas folhas e as flores no futuro não murchem nem apodreçam.
E não citar Santo Agostinho quando afirma que “o dom da fala foi concedido aos homens não para que eles enganassem uns aos outros, mas sim para que expressassem seus pensamentos uns aos outros” seria omitir o bom exemplo de quem optou pela verdade e a quem todas as pessoas – especialmente aqueles revestidos de poder e autoridade – deveriam imitar.
Não basta escolher, é preciso exercer a cidadania em plenitude, participando com disposição para restaurar a consciência, quebrar a rigidez mental que alimenta o pessimismo, para exigir a ética na política e, consequentemente, em todos os demais segmentos institucionais.

sábado, 5 de setembro de 2009


“Qualquer ato de amor, por menor que seja, é um trabalho pela paz।” Mais do que falar e escrever, Madre Teresa vivenciou este seu pensamento। Nascida a 27 de agosto de 1910 em Skoplje (Albânia), foi batizada um dia depois de nascer। A sua família pertencia à minoria albanesa que vivia no sul da antiga Iugoslávia। Seu verdadeiro nome era Agnes Gonxha Bojaxhiu.
a saber mais sobre essa mulher extraordinária dos nossos tempos, que ganhou o Nobel da Paz por amar como Jesus amou। Vamos ler essa meditação que ela fez sobre o amor de Deus:

E Deus amou o mundo tanto, que Ele deu seu Filho - era uma dádiva. Deus deu o Filho dele à Virgem Maria, e o que ela fez com ele? Assim que Jesus veio à vida de Maria, imediatamente ela apressou-se para dar aquelas boas novas. E quando ela entrou na casa da prima dela, Isabel, a escritura conta - a criança no útero de Isabel - pulou de alegria. Enquanto ainda no útero de Maria - Jesus trouxe paz para João Batista, que pulou de alegria no útero de Isabel.
E como se isso não fosse bastante, como se não fosse bastante Deus, o Filho, deveria se tornar um de nós e trazer paz e alegria, enquanto que ainda estava no útero de Maria; Jesus também morreu na cruz para mostrar aquele amor maior. Ele morreu por você e por mim, e para o leproso e para aquele homem que morre de fome e aquela pessoa desnuda que está na rua, não só em Calcutá, mas na África, e em todos os lugares. Nossas irmãs servem estas pessoas pobres em 105 países ao redor do mundo. Jesus insistiu que nós amemos uns aos outros, da mesma forma que Ele ama cada um de nós. Jesus nos deu a vida dele para nos amar, e Ele nos diz que nós também temos que fazer de tudo para fazer o bem uns aos outros. No evangelho, Jesus nos fala muito claramente: “ame como eu vos amei”.
Jesus morreu na cruz porque isso foi necessário para Ele trazer o bem para nós - nos salvar de nosso egoísmo e pecado. Ele deixou tudo, para fazer a vontade do Pai – mostrar-nos que nós também devemos estar dispostos a deixar tudo para fazer a vontade de Deus - amar uns aos outros como Ele ama cada de nós. Se nós não estivermos preparados para fazer todo o possível para trazer o bem uns aos outros, o pecado ainda estará em nós. Isso é porque nós também temos que dar a uns aos outros o nosso máximo.
Não é bastante para nós dizer: “eu amo Deus”, mas eu também tenho que amar meu próximo. O apóstolo São João diz que você é um mentiroso, se disser que ama Deus e não ama seu próximo. Como você pode amar a Deus que você não vê, se você não ama seu próximo a quem você vê a quem você toca com quem você convive? E assim é muito importante para nós que entendamos que para aquele amor ser verdade, tem que doer. Eu devo estar disposto a dar tudo para não machucar outras pessoas e, de fato, fazer bem a elas. Isto requer que eu esteja disposto a dar até que doa. Caso contrário, não há nenhum verdadeiro amor em mim e eu trago injustiça, e não paz, para todos ao meu redor.
Ser amado. Nós temos que “vestir o Cristo” como a escritura nos diz. E assim, nós fomos criados para amar como Ele nos ama. O próprio Jesus se faz o faminto, o desnudo, o sem-teto, o não desejado, e Ele diz: “você fez isto a mim”. No último dia, Ele dirá a esses à sua direita: “tudo o que você fez ao menor destes, você fez a mim, e Ele também dirá a esses à sua esquerda, tudo o que você negligenciou fazer para o menor destes, você negligenciou fazer isto para mim”.
Madre Teresa de Calcutá